Páginas

segunda-feira, 26 de março de 2007

O dia em que o Rock morreu


Há pouco mais de um ano atrás, recebi uma das piores notícias que já recebi em toda a minha vida. A Rádio Cidade ia sair do ar!

Lembro exatamente do dia em que recebi essa bomba... foi no último dia do ano de 2005. Estava me preparando para sair e curtir com a galera, mas fiquei extremamente chocado, pois a única coisa que eu ouvia era a Rádio Cidade!!! Nem CD’s eu escutava, pois as músicas que eu gostava estavam sempre tocando.

Depois de muito procurar por informações, finalmente admiti a derrota... a Rádio Cidade ia mesmo acabar, e daria lugar à oi fm. A primeira coisa era saber se essa nova rádio era boa. Já existiam outras filiais dessa maldita rádio em outros estados, e a programação me deixou ainda mais infeliz... era mais uma Jovem Pan, mais uma Transamérica, que ia ao ar.

Para a sorte de todos os fãs da Rádio Rock, o fatídico dia em que ela sairia do ar foi modificado, mais de uma vez, e pudemos desfrutar de um bônus, por mais algum tempo.

Nunca vou me esquecer do discurso emocionado do Demy Morales, que nos últimos instantes agradeceu a todos pelos longos anos de companhia. E também da modificação que ele fez na grade, mudando a última música da História da Rádio Rock, que seria uma do The Clash, mas no fim das contas foi All Those Years Ago, do George Harrison. É difícil não me emocionar relembrando esse momento, dos mais tristes que já passei. Foi como se um ente querido falecesse.

Após esse dia, ainda passamos por momentos de dureza, tendo que ouvir um “Rock Bola” na fm o dia, que jamais tocou Rock nos intervalos, apenas sambe axé e pagode (!!!). Pelo menos estão de volta ao 102,9.

Muitos programas não mais existem, mas pelo menos nos foi deixada uma herança, o Cidade Web Rock. Programas que eu gostava muito, e que eu ouvia, sempre que possível, como a Hora dos Perdidos e o Do Balacobaco, se perderam... (a Hora dos Perdidos está no Web Rock, mas o Do Balacobaco, acho que não). Mas não é a mesma coisa, pois não podemos sintonizá-lo no carro, no meio de um engarrafamento, ou enquanto andamos pela rua...

Hoje em dia, já não sei mais o que está acontecendo no cenário Rock’n Roll mundial, quais bandas estão surgindo... parei no tempo, exatamente nesse dia triste.

O dia em que o Rock morreu, 05/03/2006 deve ser lembrado por todos, pois jamais podemos nos esquecer da maior Rádio que essa Cidade já conheceu, a única que tocava música de verdade!!!

Termino com uma das mais clássicas vinhetas da Cidade: UM-ZERO-DOIS-NOVE!!

RÁDIO CIDADE FOREVER!!!!!

RAFS

Marchinhas e Provocações

Após um longo tempo sem contribuir com esse blog (o texto recém postado já havia sido escrito há tempos, mas não postei por pura exclusão digital) volto a escrever, mais para guardar na lembrança do que por outra coisa. Esse texto tem muitos parêntesis, mas a maioria é útil para explicar a estória.

Esse ano, como nos dois anteriores, passei o carnaval na magnífica cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, e como sempre, o carnaval rende estórias para o ano todo. A que vou contar agora é bastante engraçada (pelo menos parecia na hora em que aconteceu, mas sabe como é carnaval, né?), menos para os paulistas e para os mineiros que porventura venham a ler essas linhas. Aliás, desde já me desculpo com eles, pois realmente o pessoal pegou pesado. Mas é importante frisar que foram eles que começaram!

Para quem não conhece, o carnaval em OP funciona da seguinte maneira: primeiro você compra o abadá de um bloco (escolha um dos blocos que sairá nesse dia), e a seguir, vai para a concentração (ambiente fechado ou não, onde a cerva rola solta até acabar). Quando acaba o álcool, o bloco sai. Aí é que começou tudo.

O bloco da Vila dos Tigres (muito bom, teve show da Banda Viva a Noite, do Pânico) subia uma das (muitas) ladeiras de Ouro Preto (aliás, em OP existem três coisas: ladeiras, igrejas e repúblicas... tem muito disso lá, é impressionante!) quando eu e maus amigos começamos a ouvir uma música cantada por paulistas e mineiros que nos deixou bastante irritados – “P**a que pariu! O carioca é a vergonha do Brasil” –, e vimos que todos os cariocas ali presentes (maioria, diga-se de passagem) também estavam ficando nervosos. Mas como é carnaval, resolvemos levar na esportiva, e por sermos (os cariocas) um povo bastante criativo, logo começamos a dar o troco, na mesma moeda: “P**a que pariu! Foram os paulistas que elegeram o Clodovil!”. E como somos realmente criativos, não paramos por aí... uma “marchinha” após a outra, paulistas e mineiros começaram a ser motivo de chacota: “Trabalha paulista, trabalha mineiro, enquanto o carioca vai à praia o ano inteiro!”; “Paulista tem carrão, mineiro tem motoca... f**a é o carioca”. “Ê-ê-ê-ê-ê-ê-ê-ê, bota pra f**ê”; “A-e-i-o-u, a praia de paulista é a banheira do Gugu!”; “Êêêê, a praia de paulista é o rio Tietê!”. Até eu contribuí, homenageando o Pan do Rio: “Se f**e paulista, se f**e mineiro, o Pan-Americano é no Rio de Janeiro!”. Enfim, acho que posso dizer que vencemos a guerra das palavras, mas o mais importante é frisar que em momento algum as pessoas que estavam participando desse “duelo” partiram para a violência, nem física nem verbal... afinal de contas (com o perdão da rima) é carnaval!

Só pra finalizar, todos ficam brincando que baiano é um sujeito lento, preguiçoso, mas imagina só ter cinqüenta carnavais ao longo do ano... todo dia é Quarta-Feira de Cinzas! Eles têm mais é que descansar mesmo, para poderem agüentar o ritmo.

rafs