quarta-feira, 21 de abril de 2010

Quatro anos sem Telê


Amigos, vocês já se perguntaram qual é o maior nome da história do futebol brasileiro? Sem dúvida, é uma questão difícil. De Charles Miller e Oscar Cox a Neymar e Ganso, tivemos dezenas, centenas, milhares de heróis do esporte bretão. Há, porém, um nome que precisa ser lembrado, talvez acima de todos os outros: Telê, o mineiro de Itabirito, o Fio de Esperança.

Os mais jovens, como eu, só puderam acompanhar a vitoriosa carreira de treinador. Mas o sucesso de Telê começou antes, muito antes, em 1950. Quando aquele rapaz franzino, cinqüenta e poucos quilos, chegou a Laranjeiras, ninguém poderia imaginar, mas estava começando a trajetória de um ídolo, um exemplo.

De 1950 a 1961, Telê molhou a camisa tricolor em mais de 550 oportunidades (somente Castilho e Pinheiro defenderam mais vezes o Fluminense), e marcou 160 gols (é o quarto maior artilheiro da história do Fluminense).

O primeiro título de Telê teve sua fundamental participação. Foi o Campeonato Carioca de 1951, decidido com dois gols dele, na final contra o Bangu. Meses depois, o Fio de Esperança seria titular do Fluminense na Copa Rio, o campeonato mundial de clubes, maior conquista da história do Tricolor.

Em 1957, a seqüência de títulos era retomada, com a conquista do Torneio Rio-São Paulo. Em 1959, mais um Campeonato Carioca e, em 1960, outro Torneio Rio-São Paulo. Poucos anos depois, Telê encerrava a carreira de jogador, no Vasco. Mas aquele fim era só um começo.

Em 1969, lá estava Telê Santana novamente no Fluminense, agora como treinador. E novamente vitorioso, com o Campeonato Carioca erguido. Aquele time, montado por ele, seria campeão brasileiro no ano seguinte, sob o comando de Paulo Amaral.

A partir daí, Telê passou a comandar os mais diversos clubes pelo Brasil. Com um detalhe: sempre levantando taças. Em 1971, foi campeão brasileiro com o Atlético Mineiro. Em 1977, foi campeão gaúcho com o Grêmio, interrompendo uma seqüência de oito títulos do Internacional.

Em 1980, chegou ao comando da Seleção Brasileira. Em uma época já dominada pelo futebol-força e pela correria, privilegiou o talento, montando um dos escretes mais ofensivos e encantadores de todos os tempos. O sonho do tetra parou nos pés de Rossi em 82, e nas mãos de Bats em 86. Pior: mesmo após tantas vitórias no futebol, a imprensa acusava Telê de ser perdedor. (o retrospecto de Telê na Seleção foi de 37 vitórias, 10 empates e 5 derrotas)

Claro, a imprensa estava errada. E Telê provou isto da melhor forma possível: levantando mais taças. Dirigindo o São Paulo, conquistou o Campeonato Brasileiro de 1991, as Copas Libertadores de 1992 e 1993, e as Copas Intercontinentais de 1992 e 1993.

Até hoje, Telê Santana da Silva é o único treinador a ter conquistado os quatro principais Estaduais do país (RJ, SP, MG e RS). É considerado ídolo pelas torcidas de Fluminense, São Paulo, Atlético e Grêmio. Mas, acima de tudo, é um ídolo de toda a nação brasileira.

Há exatos quatro anos, o herói sucumbia à cruel imposição da natureza humana. O futebol brasileiro ficava órfão de seu grande nome. Morria Telê, sem haver um substituto para Telê.

Nunca haverá. Mas pouco importa: a obra do mestre é eterna. O futebol brasileiro é maior por causa de Telê Santana da Silva. E por isso somos infinitamente gratos ao Fio de Esperança.

PC

5 comentários:

  1. Telê foi um dos grandes nomes da história do futebol. Ídolo eterno do Tricolor.

    A imprensa adora identificá-lo apenas com o São Paulo, o que é um erro grave.

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  2. A imprensa quase sempre esta errada.

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  3. Telê, uma bela história de amor ao Tricolor!!!

    E nós estamos sempre com aquele 'FIO DE ESPERANÇA' de um grande título!!!

    Ótimo, PC!
    Leandro

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  4. Fio de Esperança,quem dera hoje em dia alguem do Flu tivesse 1/10 da dedicação e de entrega dele.

    grande mestre Telê

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