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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Retrospectiva Esportiva 2008 - parte II
Como destaques positivos podemos destacar as inéditas medalhas individuais femininas, começando com o bronze da judoca Ketleyn Quadros, passando pelo bronze de Natália Falavigna no Tae-Kwon-Do, e chegando finalmente no ouro de Maurren Maggi no salto em distância. Esse ouro, aliás, veio como redenção após um período de trevas na vida da atleta, acusada de doping e afastada das pistas por dois anos, ficando ausente dos Jogos anteriores. Quem também se redimiu foram as meninas do vôlei feminino, após uma derrota impressionante nos Jogos de Atenas, elas deram a volta por cima e faturaram a medalha de ouro desta vez.
Outro destaque positivo foi a prata obtida pela seleção feminina de futebol. Tudo bem, vai, podia ter sido melhor, mas as meninas lutaram muito até o fim, e no seu único vacilo, as americanas transformaram o sonho em pesadelo. Mas como reclamar de um time que lutou, brigou, e cujo esporte não tem nenhum apoio? Essa prata teve gosto de ouro, tanto que, finalmente, foi criado um campeonato decente de futebol feminino no Brasil. Plagiando o Profeta Tricolor, “o Brasil foi o melhor time; se os fatos dizem o contrário, pior para os fatos”.
Mais destaques positivos: a medalha inédita das belas Fernanda Oliveira e Isabel Swann na vela. Pioneirismo total. E por falar em vela, outro destaque foi Robert Scheidt (junto com Bruno Prada). Ok, ok, também não foi ouro. Mas o cara mudou de categoria e continua entre os primeiros! É um gênio do esporte. E o que falar da atuação de César Cielo? Uma medalha de bronze e uma espetacular medalha de ouro, a primeira da natação nas Olimpíadas. Nem os monstros Fernando Scherer e Gustavo Borges alcançaram o feito. Sensacional!
Chegou a hora então de falar o que decepcionou nos Jogos. E olha que a lista é grande... vou começar pelo futebol masculino. Não posso dizer que a medalha de bronze é decepção total, ainda mais depois da entrevista que vi do grande Carlos Alberto Parreira, onde afirmou que a preparação do Brasil para a disputa das Olimpíadas foi nenhuma. Verdade pura. Como pode um time que não se preparou aspirar à medalha de ouro? Não pode. A decepção, portanto, foi a preparação do time para os Jogos de Pequim. Se continuarmos nesse rumo, o Ouro Olímpico continuará fora das prateleiras da CBF...
E o basquete? Feminino, é claro, porque o masculino não sabe o que é ir às Olimpíadas faz tempo... pior desempenho da história!
Outra decepção foi o vôlei de praia. No feminino, nem fomos ao pódio. Fato inédito desde a introdução do esporte nos Jogos Olímpicos. No masculino, éramos os maiores favoritos ao ouro, mas acabamos ficando com prata e bronze. Decepção total? Claro que não! Mas era um daqueles ouros certos, e que acabou escapando. E por falar em ouro certo, outra decepção foi a seleção masculina de vôlei, que dominou tudo durante os últimos anos e acabou ficando apenas com a prata. Apenas... pois é, a gente acaba ficando mal-acostumado, né? O samba em Pequim (ainda bem que não apostei!) ficou mesmo por conta das meninas.
Outra grande decepção brazuca nos Jogos foi o atletismo. Tirando o ouro da Maurreen, nenhuma outra medalha! Impressionante! Duas grandes promessas decepcionaram bastante: Fabiana Murer, no salto com vara foi prejudicada pela organização e não conseguiu sua medalha. Lamentável a organização do Maior Evento do Esporte Mundial simplesmente perder o material de uma atleta!
E no salto triplo? Jadel Gregório era franco-favorito ao ouro, mas nem ao pódio ele foi. Neste caso, problemas extra-pista, brigas com técnicos, preparação abaixo do esperado, tudo isso fez com que nosso atleta fosse uma das grandes “medalhas garantidas que não vieram”.
Pra terminar esse assunto desagradável, falta a ginástica. Nenhuma medalha. No feminino, Jade Barbosa não conseguiu bons resultados e isso acabou culminando em acusações de que a federação não dá o devido tratamento às lesões das atletas. Mas a grande decepção foi a queda de Diego Hypólito.
De todas as medalhas de ouro que dávamos como certas, essa era a mais certa de todas. Mas aqui vale destacar algo muito importante: Em momento algum a imprensa ou torcida brasileira massacrou o atleta com críticas quanto ao seu desempenho. Talvez tenham sido comovidos pelas lágrimas dele em rede nacional, se desculpando com o povo brasileiro; ou então por entender que foi uma fatalidade, que pode ocorrer com qualquer um a qualquer momento, e que escolheu justamente o momento mais importante para acontecer; ou ainda por reconhecer que a série que ele apresentava era, de longe, a melhor dentre todas as outras e que, se não fosse aquela queda, ele ganharia fácil, fácil. Mas está aí, então, um destaque positivo: a reação popular, ao contrário do que aconteceu, por exemplo, com a seleção masculina de futebol.
Espero não ter esquecido de nada. Ainda vou falar mais das Olimpíadas e dos demais fatos esportivos de 2008 que merecem destaque, mas isso deve ficar só para o ano que vem. Mas podem relaxar, que isso é só daqui a alguns dias. E podem ficar tranqüilos, que o post sobre as musas está a caminho.
Feliz 2009
rafs
2 comentários:
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Meus destaques olímpicos brasileiros são, evidentemente, os medalhistas dourados: César Cielo, Maurren Maggi e seleção feminina de vôlei. Estão de parabéns pelos respectivos feitos maravilhosos!
ResponderExcluirCorreção ao texto: o Jadel não era favorito ao ouro, não. O desempenho nos campeonatos importantes já não vinha sendo bom. Não seria surpresa ele ganhar, mas ele não era favorito.
Correções de professor Pasquale: dopping -> doping, descente -> decente. Fim da chatice. :-)
Adorei a citação ao Nelson Rodrigues. Nossa seleção feminina merecia.
(aguardo ansioso a retrospectiva da Libertadores - não pelo lado do Flamengo, que vc já escreveu por aqui. Mas pelo lado do Fluminense...)
Feliz 2009, Rafael e leitores!
PC
Correções feitas. Não é chatice não, cara, tem mais é que corrigir mesmo!
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