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sábado, 21 de março de 2009

Recordar é viver - Flamengo 3, Vasco 1

Rio de Janeiro, 28 de maio de 2001.

Amigos, não se conquista um tricampeonato apenas com talento, apenas com trabalho, ou apenas com sorte. Os três fatores são essenciais: o talento, o trabalho e a sorte. Exatamente por reunir esse trio de fatores, o Flamengo é, desde ontem, o tricampeão estadual. No maior Flamengo x Vasco de todos os tempos, o rubro-negro se saiu vencedor.

Reparem que há um agravante no tri rubro-negro: os três títulos foram conquistados contra um mesmo adversário, o Vasco. Ora, esse fato torna a façanha ainda mais saborosa para os simpatizantes do clube da Gávea. Sim, saborosa! Mais saborosa que um chicabon comprado numa carrocinha da esquina.

Talento não falta ao plantel do Flamengo. Vejam o exemplo de Petkovic: o meia sérvio é um autêntico craque. A bola reconhece o grande jogador, amigos. Ela percebe que Pet lhe trata com carinho, e por isso sempre vai até os seus pés, magneticamente atraída. Há também Júlio César: é o melhor goleiro da história rubro-negra, e ontem defendeu até pensamento. E o que dizer do veloz Edilson? Foi, simplesmente, o artilheiro do certame, e fez dois gols na partida decisiva.

Trabalho árduo também não falta na Gávea. Basta ver o técnico: é Zagallo, o Velho Lobo. Zagallo é a pessoa que mais trabalhou em toda a história do futebol brasileiro. Os idiotas da objetividade argumentavam que ele já estava gagá, velho demais para a função. Mais uma vez, eles, os idiotas, terão que engolir o Velho Lobo. Ele é, de novo, campeão.

A sorte é que parecia não sorrir para o Flamengo. O Vasco havia vencido o primeiro jogo da final por 2 a 1, e com isso poderia até perder a partida de volta por um gol de diferença. Entre as duas partidas da finalíssima, no meio da semana, o Flamengo encarou o Coritiba, também no Maracanã, e foi humilhantemente eliminado da Copa do Brasil. Diante desse cenário desolador, ficava realmente difícil acreditar no doce tricampeonato.

Quando a grande final começou, o Vasco estava melhor, mas quem saiu na frente foi o Flamengo, com gol de Edílson. O Gigante da Colina chegava muitas vezes ao ataque, mas esbarrava na sobrenatural atuação do arqueiro Júlio César. Porém, água mole em pedra dura tanto bate até que fura: o Vasco empatou com Juninho Paulista, e voltou a possuir grande vantagem. Afinal, mesmo que perdesse por 2 a 1 ainda seria o campeão.

Inicia-se o segundo tempo e, apesar da vantagem, só dá Vasco. Júlio César continua operando milagres nos arcos rubro-negros. "Quem não faz, leva", revela o sábio ditado popular. Edílson aproveita cruzamento de Petkovic, faz 2 a 1 para o Flamengo, e reabre o jogo. Mantidos os 2 a 1, o Vasco seria o campeão; mais um gol rubro-negro, e o Flamengo é que levantaria a taça.

Trinta minutos do segundo tempo. O Estádio Mário Filho está lotado, escorre gente pelas paredes. E, no entanto, não se escuta um só pio no Maior do Mundo. As duas torcidas estão tão apreensivas que não conseguem entoar seus cânticos. É um silêncio ensurdecedor, paradoxo que só momentos como esse podem proporcionar.

Quarenta e três minutos do segundo tempo. Falta para o Flamengo, na intermediária. Dejan Petkovic ajeita com carinho, e o goleiro Hélton arruma a barreira. O sérvio executa a cobrança perfeita: a bola descreve uma trajetória mágica, passa por fora da barreira, e vira uma curva incrível, se encaminhando para o ângulo dos arcos cruzmaltinos. O goleiro Hélton executa o salto perfeito: também ele alcança o ângulo superior esquerdo dos arcos.



Aquele lance estava fadado a entrar para a História. Se Hélton defendesse, seria o herói do título vascaíno. Se a bola entrasse, Pet seria o herói do título rubro-negro.

E Hélton encontra a bola. Dá nela o tapa mais forte que consegue, mas não é suficiente: a pelota estufa a rede do Maracanã: gol do Flamengo. O gol do tri. O doce tricampeonato!

PC





5 comentários:

  1. Toda vez que vejo o gol do tri fico arrepiado... e lendo o texto, a sensação foi a mesma!!

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  2. Posto esse "Recordar é viver" excepcional, por causa do clássico de domingo. Espero que gostem!

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  3. O pulo do Hélton é o máximo que um ser humano poderia fazer, a bola entra no único espaço onde não poderia ser defendida...
    Lembro do globo esporte do dia seguinte, no qual Pet conta que após os treinos ele sempre batia uma faltinha dizendo:
    - Faz de conta que essa é a bola do campeonato!

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  4. Mais vídeos maneiros:

    Narração da rário tupi:
    http://www.youtube.com/watch?v=9VjxRaWrG_s

    Matérias no globo esporte e fantástico:

    http://www.youtube.com/watch?v=SKK4Qcf6oLg&feature=PlayList&p=D4203CF7EC4591F5&playnext=1&playnext_from=PL&index=1

    http://www.youtube.com/watch?v=CNplV4ooKm0

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  5. http://www.orkut.com.br/CommMsgs.aspx?cmm=823933&tid=5315567507081223908

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