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domingo, 29 de março de 2009
Uma caixinha de surpresas
Há cinquenta e cinco anos uma equipe estreante não fazia uma dobradinha logo na sua primeira prova. Mas hoje, a “Fênix-Brawn GP” conseguiu o feito, com a vitória de Jenson Button e o segundo lugar de Rubens Barrichello. Como eu já tinha adiantado ontem, seria uma surpresa se isso não ocorresse, dada a superioridade da equipe inglesa. Mas tudo o que se passou entre a largada e a antepenúltima volta tornaram esse resultado surpreendente.
Os deuses da velocidade são como os deuses do futebol: eles também têm seus caprichos. Estava muito evidente o que iria acontecer, e isso não os interessava. Resolveram, então, apimentar as coisas. Assim que as luzes vermelhas se apagaram, eles seguraram o carro do Rubinho, fazendo com que ele fosse lá para o meio da confusão da primeira curva. Ele recebeu um toque na asa dianteira, que comprometeu seu desempenho até que ela fosse trocada durante o pit-stop. Com isso, o piloto brazuca resolveu encher o tanque e guardar suas forças para o final.
Enquanto isso, Jenson Button desenhava sua vitória de ponta a ponta. Não sofreu ameaças em momento algum. Sebastian Vettel o seguia a distância, mantendo a vice-liderança da prova, e a terceira posição passeava por vários pilotos. Entre eles, Felipe Massa, que teve atuação discretíssima e sequer completou a prova. O mesmo ocorreu com seu companheiro Kimi Raikkonen, que só não foi mais discreto porque beijou o muro. Quem também teve um encontro com a parede foi o japonês Nakajima, da Williams, equipe que foi, assim como a Ferrari, a grande decepção da corrida. Rosberg, que era um dos favoritos, mal chegou aos pontos.
Chegamos às voltas derradeiras. Com pneus macios, que têm um desempenho bem inferior aos mais duros, Vettel ia sustentando a segunda posição, enquanto Robert Kubica, que apareceu sabe-se lá de onde, com os pneus mais vantajosos, se aproximava A ultrapassagem seria inevitável. Mas os deuses da velocidade sabiam que a juventude (e de certa forma inexperiência) de ambos daria o toque desejado ao final da corrida. Literalmente.
O piloto polonês da BMW forçou a ultrapassagem, mas o piloto alemão da Red Bull resolveu não deixar barato. Mas a manobra acabou saindo cara demais para ambos, que se tocaram, rodaram, bateram, espalharam pedaços para todos os lados, e presentearam a Brawn com a tão esperada dobradinha.
Hamilton, no sapatinho, chegou em quarto, enquanto Trulli fez valer o difusor da sua Toyota e completou o pódio. Mas o italiano foi punido por uma ultrapassagem irregular e o atual campeão conseguiu a proeza de ficar em terceiro. Alonso conseguiu arrastar sua Renault aos pontos e Nelsinho Piquet, com problemas de freios foi parar na caixa de britas.
Um começo de temporada cheio de polêmicas, e também de emoções até o final. A pergunta que não quer calar é: “Até quando vai o domínio da Brawn?”. Eu digo: que seja eterno enquanto dure, pois essa equipe já nasceu fazendo História.
RESULTADO FINAL DO GRANDE PRÊMIO DA AUSTRÁLIA 2009:
1º - Jenson Button (ING) Brawn-Mercedes - 58 voltas em 1h34m15s784
2º - Rubens Barrichello (BRA) Brawn-Mercedes - a 0s807
3º - Lewis Hamilton (ING) McLaren-Mercedes - a 2s914
4º - Timo Glock (ALE) Toyota - a 4s435
5º - Fernando Alonso (ESP) Renault - a 4s879
6º - Nico Rosberg (ALE) Williams-Toyota - a 5s722
7º - Sebastien Buemi (SUI) Toro Rosso-Ferrari - a 6s004
8º - Sebastien Bourdais (FRA) Toro Rosso-Ferrari - a 6s298
9º - Adrian Sutil (ALE) Force India-Mercedes - a 6s335
10º - Nick Heidfeld (ALE) BMW Sauber - a 7s085
11º - Giancarlo Fisichella (ITA) Force India-Mercedes - a 7s374
12º - Jarno Trulli (ITA) Toyota - a 26s604 (punido com 25s)
13º - Mark Webber (AUS) Red Bull-Renault - a uma volta
14º - Sebastian Vettel (ALE) Red Bull-Ferrari - a duas voltas (acidente)
15º - Robert Kubica (POL) BMW Sauber - a três voltas (acidente)
16º - Kimi Raikkonen (FIN) Ferrari - a três voltas (mecânico)
Não completaram:
Felipe Massa (BRA) Ferrari - a 12 voltas (mecânico)
Nelsinho Piquet (BRA) Renault - a 32 voltas (saída de pista)
Kazuki Nakajima (JAP) Williams-Toyota - a 40 voltas (acidente)
Heikki Kovalainen (FIN) McLaren-Mercedes - a 57 voltas (acidente)
Volta mais rápida:
Nico Rosberg (ALE) Williams-Toyota - 1m27s706, na 48ª volta
Próxima etapa: GP da Malásia, dia 05/04.
EDIÇÃO: HAMILTON É DESCLASSIFICADO E TRULLI VOLTA AO TERCEIRO LUGAR.
7 comentários:
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Muito bom, Rafs. Melhor reportagem que li sobre a corrida.
ResponderExcluirIsso aí Rafa , quando o trabalho é feito por gente competente ele dá bons frutos .Assim , em silencio a equipe de projetores liderada pelo R. Braun mostra nas pistas o seu produto de ótima qualidade.
ResponderExcluirAliás já estava na hora de mudar um pouco o roteiro da F1 , pois só havia a Ferrari e a Maclaren, vamos torcer tambem pelo Barrichelo par ver se ele desencanta...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÉ mesmo. A reportagem ficou muito boa e completa. Parabéns!! Acho que os repórteres da globo não aguentaram ficar acordados até tarde, então ficou bastante imcompleto...
ResponderExcluirMas deu a lógica mesmo. Ross Brawn mostra toda a sua competência na direção dessa escuderia e que vai ficar dificil para as outras... Se der mole eles vão de ponta a ponta, disputando apenas o 1o e o 2o lugar...
Engenheiro escrevendo melhor que jornalista...e essa não é a única área em que somos superiores aos "profissionais". Vamos dominar o mundo!!!rsrsrsrs
ResponderExcluirMuito bom o texto! Destaco especialmente o fato de vc não ter colocado a culpa no Vettel, como a Globo fez, ao meu ver, erroneamente. Nem sei se um deles teve culpa...
Acho que Ferrari e McLaren têm que correr atrás do prejuízo, o favoritismo é da Brawn!!!
Rubinho calando a boca de geral! Go Brawn Go!
ResponderExcluirnao gosto do rubinho,pode dar um avião pra ele que ele nao ganha
ResponderExcluirVAMOS MASSA,DESSE ANO NÃO PASSA
massa campeão