O élan liverpooliano

Amigos, avisei aqui ontem, com ar profético: "não duvidem do Liverpool!". A missão de vencer por dois gols na casa do Chelsea parecia impossível, mas foi só piscar o olho que, ainda no primeiro tempo, lá estava no placar: Chelsea 0, Liverpool 2. A relação dos vermelhos ingleses com a Liga dos Campeões é impressionante: acho que não existe paralelo no mundo. Quando o Liverpool entra em campo pela Champions' League, o manto da vitória parece cobrir os seus jogadores. Amigos, a garra, a vontade e o ímpeto demonstrados hoje em Stamford Bridge foram inexcedíveis. Dava gosto de ver o élan liverpooliano em cada lance, em cada jogada, em cada gota de grosso suor. Os seus jogadores molharam a camisa de verdade. Os onze vestidos de rubro corriam feito coelhinhos de desenho animado: estavam dispostos a vencer ou perecer.

O Chelsea reagiu, empurrado por seus torcedores, e virou para 3 a 2. O Liverpool tinha parcos quinze minutos para marcar três gols, e tratou de se apressar na tarefa urgente: meteu logo dois, um seguido do outro. Assim, o jogo chegou ao seu momento crucial com um 4 a 3 para o Liverpool. Um gol bastava para igualar tudo, e os vermelhos davam sangue, suor e lágrimas pelo tento redentor. Sou Fluminense nato, confesso e hereditário, mas naqueles momentos finais eu fui Liverpool, eu fui rubro desde criancinha. Era necessário atacar, e foi isso que os Fab Eleven fizeram: os vermelhos eram todo ataque!

No último minuto, em contra-ataque mortal, os azuis do Chelsea empataram mais uma vez: 4 a 4. Era o fim do sonho liverpooliano em 2009: o Chelsea é que vai à semifinal. Mas isso não importa: diante de tanta luta, tanto suor, a perda da taça se transfigura em mero detalhe. Os onze fabulosos atletas do Liverpool são os meus personagens da terça-feira.

PC