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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O Tricolor voltou

Domingo, escrevi aqui que estava cansado de falar de derrotas. Os deuses do futebol me ouviram, e devolveram a vitória ao Fluminense, e melhor que isso, devolveram o Fluminense à vitória. Sim, amigos, a relação é recíproca: os triunfos pertencem ao Tricolor, e o Tricolor pertence aos triunfos. Hoje, no Maracanã, este relacionamento íntimo e profundo entre o pó-de-arroz e as vitórias foi restabelecido. Que nunca mais se rompa este elo carnal, espiritual, físico, químico, biológico e dramático!

No começo do jogo, o time do Fluminense estava nervoso, nervosíssimo. O Sport Recife dava espaços, mas o Tricolor errava passes, dribles e chutes. O longo jejum de vitórias parecia afetar o lado psicológico dos jogadores, que são seres humanos como eu e você. Examinemos o lance do primeiro gol: Roni chutou, errou, tentou chutar o rebote, errou de novo. Somente um nervosismo fora do comum pode explicar tamanha sequência de erros. Ainda bem que, na terceira tentativa, Roni preferiu passar a Kieza, e este fez o doce primeiro gol.

Onde passa boi, passa boiada: o gol inicial de Kieza abriu a porteira pernambucana. Não demorou muito para Roni aparecer de novo na cara do gol, e mostrar toda a sua generosidade. Novamente ele passou a Kieza, que só teve o trabalho de empurrar para as redes sagradas do Maracanã. Um gol entregue numa linda e cristalina bandeja, de Roni para Kieza, com carinho. Fluminense 2 a 0.

Roni era mesmo o nome do jogo. Ainda no primeiro tempo, sofreu e converteu o pênalti: 3 a 0 para o Tricolor. Não tenho como escolher outro personagem para a quinta-feira: é Roni, só pode ser Roni. O segundo tempo foi mera formalidade: gol do Sport, de pênalti, e depois mais dois gols do Fluminense, com Carlos Eduardo e Maicon. Deve ser ressaltada a grande atuação do argentino Conca, que sempre demonstra garra, paixão e ímpeto inexcedíveis. Placar final: Fluminense 5 x 1 Sport Recife.

E essa foi a história do jogo no Estádio Mário Filho. Conforme escrevi acima, Roni é o escolhido para o ilustre posto de meu personagem da quinta-feira. Ainda me lembro da primeira entrevista do garoto Roni, aos 21 anos, quando chegou ao Fluminense pela primeira vez, em 1998. Estávamos às portas da segunda divisão, mas Roni tinha plena consciência da grandeza do Fluminense. Imaginem só: ele assinara contrato por seis anos, para espanto do repórter. Ao ser indagado sobre a duração do contrato, ele respondeu que o lugar do Tricolor não era a série B, e sim o Japão (onde se disputava a Copa Intercontinental). E há que se fazer justiça: Roni nunca deixou de molhar a camisa, enquanto esteve em campo pelo Fluminense. Seja bem vindo de volta, Roni. O Mundial Interclubes ainda aguarda, ansioso, a presença do Fluminense Football Club.

Os outros clubes que nos aguardem: o Tricolor voltou!

PC

Vídeo dos gols da partida:

13 comentários:

  1. PC, como sempre, texto maravilhoso. Só quem tava lá sabe como foi a sensação de alívio ao ver o placar no fim do jogo e de voltar a comemorar um gol com sabor de vitória!

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  2. tinha esquecido como é doce o sabor da vitória,passei o dia inteiro no espírito do jogo,cantando músicas sozinho,estava com uma sensação boa,mas a medida que se aproximava a hora do jogo eu ficava mais ansioso,apreensivo,prefiri sair de casa logo umas 19h e ir pro maraca pra me acalmar.

    após o primeiro gol,gritei,xinguei,extravasei,bati no peito,beijei o escudo e chorei,chorei como uma criança.

    pra todos aqueles que tentaram desmotivar a torcida com comentários de merda,sinto dizer,mas voces fracassaram,a torcida cantou muito alto e empurrou o time (ou alguém acha que nao tivemos participação decisiva no jogo?)

    vitória que se cuide,o tricolor voltou


    VAMOS TRICOLOR,JOGA COM RAÇA QUE NÓS TE APOIAREMOS!!!

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  3. PC, muito bom texto!

    Está nítido que a prática da escrita tem lapidado o seu estilo.

    Siga em frente! Você tem a manha da coisa!

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  4. PC,
    Estamos a centenas de quilômetros do Maracanã. A distância é tão relativa quanto o tempo. Hoje estivemos lá, estaremos sempre, lá e onde o verdadeiro tricolor estiver.
    Se for o caso, a pé nós iremos, mentalmente, onde o Fluminense estiver.
    Voltamos?
    Nunca fomos. Foi um pesadelo dentro de um cochilo.

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  5. Gilberto, Renato, Bruno e Marcelo

    Obrigado pelos comentários. Vcs são demais! :)

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    Comentários no orkut:
    http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=28077&tid=5366962575844578518

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  6. Pc só uma obs.
    Roni chegou ao flu em 1997 ou 96 se eu não me engano
    lembro mtu bem que ele tinha feito dois golaços
    um contra o Goias de bicicleta e um contra o Santos q ele driblou meio time deles.
    Mas belessimo comentario estas de parabens
    ST

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  7. É, PC!
    Quem destoou mesmo foi o desgraçado do Wellington Monteiro... Jogou MUITO mal...

    Mas já deu uma melhorada!!!

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  8. Meu caro xará Vinícius, você está correto, foi em 97. Numca vou me esquecer daquele timaço, que como outros, foi separado após várias vitórias. Abraços e continue com o bom trabalho PC, Fuiz.

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  9. Adorei o texto, como sempre! Estava lá no Maracanã (morrendo de medo, admito) e vi como o Flu melhorou.. Fred, quem precisa de Fred?

    É por isso que eu canto, que visto esse manto, orgulho de ser Tricolor!!

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  10. Obrigado a todos pelos comentários.

    Vocês estão certos, o Roni começou em 1997 no Fluminense.

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  11. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Esqueceu também de por que foi o Wayne Roni que tabelou com o Diogo pra dar o passe pro gol do Carlos Eduardo, e que golaço.

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  13. Perfeito o texto, melhor que ele, só a emoção sentida no dia acompanhada pelo grito de 13 mil guerreiros.
    ST PC.

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