Recordar é viver - Atlético-PR 3, Fluminense 2

Curitiba, 9 de dezembro de 2001.

Amigos, a partida da Arena da Baixada teve a dramaticidade característica das grandes batalhas. Teve também dois grandes nomes: Alex Mineiro para os atleticanos, e Magno Alves para os tricolores.

O Fluminense precisava da vitória, e tratou de se lançar todo para o ataque. Logo aos oito minutos de jogo, Roger arriscou de fora da área, e acertou a trave direita do goleiro Flávio. Ah, Sobrenatural de Almeida, o que o senhor estava fazendo em Curitiba?

Aos 16 minutos, veio a resposta do rubro-negro paranaense. Alessandro cruzou da direita, e Alex Mineiro cabeceou no travessão. O zero a zero parecia querer persistir mesmo. Cinco minutos depois, Flávio fez grande defesa em arremate de Fernando Diniz, também de fora da área.

O Tricolor continuava dominando as ações. Aos 35 minutos, o arqueiro Flávio operou outro milagre, em finalização de Caio. A resposta atleticana veio um minuto depois: Kléber Pereira invadiu a área e chutou para fora. Que semifinal eletrizante!

No finalzinho do primeiro tempo, Marcão roubou a bola, Sidney deu excelente assistência para Magno Alves, e o artilheiro guardou: Fluminense 1 a 0! Era tudo que a torcida pó-de-arroz queria, ir para o intervalo com a doce e santa vantagem.

Na volta do intervalo, o time paranaense voltou com mais ímpeto, e logo chegou ao empate. Após cobrança de escanteio pelo flanco esquerdo, Gustavo chutou e a bola sobrou limpinha para Alex Mineiro, que só teve o trabalho de empurrar para o gol, fazendo 1 a 1. Duríssimo golpe nas esperanças cariocas.

Aos 24 minutos, acontece o golpe mais sujo do Sobrenatural, que passa uma rasteira em André Luís, fazendo o zagueiro tricolor desabar em um escorregão patético. Alex Mineiro ficou livre, avançou, penetrou na área, e fuzilou Murilo: 2 a 1 para os anfitriões.

Entretanto, a vantagem local durou somente cinco minutos. De novo Magno Alves, em finalização perfeita! O golaço merece explicação detalhada: a defesa deu rebote, e a bola foi parar com o Magnata, fora da área. Ele ajeitou no peito, e mandou o chutaço. A pelota ainda esbarrou na trave, antes de estufar as redes.

Já estávamos preparando nossos corações para a prorrogação, a última chance de vencer que o Fluminense teria. Mas, aos 44 minutos, veio o golpe que ficou, fica e ficará na memória de cada testemunha da batalha. O zagueiro Régis errou na saída de bola, Fabiano tocou rápido para Alex Mineiro, e o artilheiro chutou, da entrada da área. A bola entrou pela esquerda do goleiro Murilo. Estava decretada a eliminação do Fluminense.

Antes de encerrar, cabe uma crítica ao regulamento. É de uma injustiça sem tamanho realizar apenas um jogo, que não seja em campo neutro, e ainda dando a vantagem do empate ao mandante. Na primeira fase do campeonato, Atlético-PR e Fluminense fizeram o mesmo número de pontos. O rubro-negro só ficou à frente do Tricolor por causa do critério de desempate, o número de vitórias. O desequilíbrio técnico desta semifinal única definitivamente não representou a justiça.

Ao apito final, me crispei, arquejei, vidrei os olhos, tal qual um césar apunhalado. Chegar à decisão seria importantíssimo para a recuperação da auto-estima do Fluminense, tão abalada nos últimos anos. Mas estamos eliminados. Aos tricolores, cabe pensar em 2002. É o nosso ano do Centenário. Vamos tratar de levantar troféus!

PC

Ficha técnica: Atlético-PR 3 x 2 Fluminense

Semifinal do Campeonato Brasileiro de 2001

Local: Arena da Baixada, Curitiba-PR.

Data: 09/12/2001.

Árbitro: Paulo César de Oliveira (SP).

Atlético-PR: Flávio; Gustavo, Nem e Rogério Corrêa ; Alessandro, Cocito, Kléberson, Adriano Gabiru e Fabiano; Kléber Pereira (Ilan) e Alex Mineiro (Igor). Técnico: Geninho.

Fluminense: Murilo; Flávio, André Luis, Régis e Paulo César; Marcão, Sidney (Roni), Fernando Diniz (Gilmar Fubá) e Roger; Magno Alves e Caio (Andjelkovic). Técnico: Oswaldo de Oliveira.

Gols: Alex Mineiro (3) e Magno Alves (2).

Público pagante: 30.458.

Renda: R$ 466.655,00.

Melhores momentos: