Sobre a demissão do dr. Michael Simoni

Amigos, com profunda tristeza recebi, na madrugada desta sexta-feira, a notícia da demissão do dr. Michael Simoni, responsável pelo Departamento Médico do Fluminense Football Club. A informação foi postada em fóruns tricolores, e logo foi confirmada pelo próprio médico. Segundo as fontes, o responsável pela decisão seria Tote Menezes, vice-presidente de futebol. Não foi apresentado o motivo, mas acredita-se que tenha a ver com a conturbada contratação do equatoriano Urrutia, jogador que chegou com problemas no joelho.

Acima de tudo, este texto é um agradecimento ao dr. Michael Simoni. Referência no tratamento de atletas no futebol brasileiro em geral, ele também é tricolor de coração e, tenho certeza, sempre trabalhou com afinco e dedicação inexcedíveis. Muito obrigado, Michael!

Mas este texto também é um protesto contra mais essa decisão arbitrária da direção do Fluminense. O clube não pode prescindir de um profissional do gabarito de Michael Simoni, a essa altura do campeonato, à beira do rebaixamento, e com alguns jogadores importantes no Departamento Médico. Uma mudança agora será catastrófica.

Por fim, este texto também é uma convocação aos tricolores do céu e da terra: vamos nos mobilizar contra essa demissão absurda. A torcida pó-de-arroz exige que o dr. Simoni seja reintegrado imediatamente. A diretoria do Fluminense não tem o direito de brincar assim com a nossa paixão.

Peço que se manifestem nos comentários, assinando o texto em caso de concordância com as minhas palavras.

Saudações Tricolores,

PC

PS: vale ressaltar que o Fluminense não possui estrutura nenhuma para recuperar os seus atletas. Fred, por exemplo, preferiu ir se tratar da sua lesão em Belo Horizonte. Já o São Paulo FC até recebe atletas do exterior, em seu moderno Centro de Recuperação, o REFFIS. Trabalhando sem estrutura nenhuma, o dr. Simoni ainda consegue ter tamanha aprovação, sendo uma ilha de excelência no Fluminense. Por isso, é ainda mais revoltante essa demissão. Pobre Fluminense...

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EDIÇÃO DO POST (13:45):

(texto de Danilo Félix, no blog da Flusócio)

"Caros,

Acabei de ligar para o Michael Simoni, que me deixou à vontade para narrar o que ocorreu.

Vamos à sequência dos fatos:

1) Simoni indicou o veto ao Urrutia porque o jogador apresentou-se sem condições de jogar no curto-prazo, fez apenas o seu papel como chefe do DM.

2) Tote foi para a imprensa e disse precipitadamente (e sem falar com o Michael) que o jogador estava descartado. Inacreditável mas é verdade.

3) No dia seguinte Branco liga para Simoni e pergunta se não poderia tratar o jogador, para que ele jogasse ao menos no médio-prazo. Simoni concorda que isso poderia ser tentado e inicia o tratamento.

4) Urrutia respondeu muito bem ao tratamento feito com antiinflamatórios e fisioterapia após a punção da secreção no joelho, que estava muito inchado no dia da apresentação. Seria entregue à preparação física já na próxima semana.

5) Por ter sido contrariado em relação ao que disse na mídia, Tote resolve demitir o Michael Simoni sem conversar com ninguém.

6) Branco e Renato ficaram desesperados porque não querem a demissão do Michael, confiam muito no profissional. Ontem Renato foi às lágrimas por isso. Segundo o Michael, nem Horcades queria demití-lo, mas como tem rabo-preso não consegue peitar o Tote Menezes, seu principal financiador de campanha.

Pobre Fluminense"

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EDIÇÃO DO POST (17:30):

(texto de Mário Vítor, no Pavilhão Tricolor)

Caros,

Estarrecido, liguei há pouco para o Dr. Michael Simoni.

Batemos um papo franco em que ele tentou me explicar o que pode ter acontecido.

Sim, porque nem ele ao certo conseguiu entender - No Fluminense as coisas raramente fazem sentido... - me disse.

Vamos aos pontos principais:

DA DEMISSÃO - O Branco me ligou ontem de noite e eu já senti que, pela voz dele, alguma coisa não estava bem. Me disse que precisava conversar comigo pessoalmente e então me dirigi a um restaurante na Barra da Tijuca. Chegando lá, encontrei ele e o Renato, que estava com os olhos vermelhos e visivelmente abatido.

O Branco então falou: "Vou ter que te demitir, porque o Tote mandou", no que eu, imediatamente, respondi: "Tá bom".

A partir dali o Renato e o Branco conversaram comigo no sentido de reverter a situação, dizendo que eu era muito importante para o trabalho deles, mas eu expliquei que a decisão tinha sido do Vice-Presidente e que, para que a decisão pudesse mudar, não seria possível com o atual Vice. É uma simples questão de confiança. Se sou demitido, como posso voltar para um lugar em que não me querem? Como vou olhar para a cara das pessoas?

DO MOTIVO - Olha, Mario, eu acho que só pode ser pessoal. Porque até dele eu já tratei mais de uma vez. O meu trabalho eu faço. Então só pode ser pessoal. Mas se eu tiver que te dar um palpite - nota do PavTri: Eu perguntei para ele: "Tem algum palpite?" -, eu diria que teve a ver com o Urrutia.

O jogador veio e de fato estava machucado. Mas o Celso me ligou e perguntou: "Você pode tratar do jogador?", e eu respondi: "Posso". Porque o que o Urrutia tinha era muito líquido, mas era um líquido sinovial e então eu comecei o tratamento, diário, até que o jogador ficou bom. Acho que o Tote ter dito antes que não poderia contratar o atleta... Acho que pode ter sido isso.