Por que estarei lá

(texto do amigo Fernando Afonso)

Mesmo sendo do mundo da bola, alguns já sabem disso, assumo meu clube. Não tenho vergonha de me definir tricolor no mercado da bola, como faz a maioria que conheço. Uma coisa não impede a outra. Trabalho é trabalho, paixão é paixão!

Meu coração fala mais alto porque lembro...

Que vi meu primeiro jogo do Flu, contra o poderoso Bangu, na época campeão, em 1966. Eles eram favoritos. Ganhamos por 3 a 1. Nem lembro do jogo. Só uma bicicleta do Samarone e de esticar minha bandeira.

Vi no vídeo da TV essa torcida fazer o maior público da história de um jogo entre clubes. Mais de 177 mil pessoas. O resultado, não importa, nem o adversário. Nem lembro!

Estive lá em 1970, o primeiro título oficial brasileiro, contra o Galo. A imprensa não deu destaque a uma torcida que virava toda a arquibancada.

Estive lá em 69, 71, 73, 75, 76, 80, 83, 84, 85, 95, 2005, outros tantos em que vi a força de nossa torcida. Foi lá na arquibancada, que vi nascer o movimento Jovem Flu. Hugo Carvana, Chico Buarque, Nelson Motta, Silvio César, entre outros, que lançaram esse movimento para popularizar o Flu.

Vi o espetáculo das Américas, onde todos queriam estar no nosso lugar. Em que pese o resultado. Foi lindo demais ver a festa da torcida.

Quero vê-la de novo. Assim mesmo, com o time bem por baixo, na lama, como gostam os idiotas e azarões. Quero ver membros que empurraram e empurram o Flu pra baixo, olharem espantados com a imensidão e beleza das arquibancadas. E se dando conta do que perderam.

Por fim, quero ver a mídia, os rivais e os Maurícios Prados da vida ironizarem após a ressurreição que virá na força da massa. No canto de mais, bem mais de 50 mil tricolores, deixando no ar a pergunta: "Que torcida é essa!!??".