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sábado, 5 de setembro de 2009

Recordar é viver - Brasil 2, Argentina 1

Ciudad del Este, 11 de julho de 1999.

Vinte e sete mil pessoas se espremiam nas arquibancadas do Estádio Antonio Oddone Sarubbi, à espera da entrada em campo das duas seleções: Brasil e Argentina. Vinte e dois homens molhariam suas camisas com suor e sangue, lutando pela vaga na semifinal da Copa América.

Às 18 horas, o belo pôr-do-sol na Cidade do Leste anunciava a chegada de uma noite estrelada. E então veio o urro da platéia colossal. Os onze brasileiros e os onze argentinos entravam no gramado, e o povo arquibaldo vibrava com aquele momento de sonho.

Os hinos nacionais foram executados, e então a bola rolou. A Argentina começou melhor: os atacantes Ortega e Palermo infernizavam a vida dos zagueiros João Carlos e Antônio Carlos. Antes dos dez minutos, já haviam acontecido duas chances claras de gol.

Aos onze, Sorín arriscou um chute de fora da área, a bola desviou em João Carlos, e Dida nada pôde fazer: Argentina 1, Brasil 0. Muita gente aqui no Brasil desanimou. Nas esquinas e nos botecos, ouviam-se palavrões horrendos disparados contra Vanderlei Luxemburgo. Mas eu tinha uma certeza profética: "vamos virar". Quem conhece a história da Seleção sabe que muitas das grandes vitórias do escrete começaram com gols da Argentina. Esta seria mais uma.

Aos 32 minutos, Sorín fez falta em Cafu, na entrada da área, pelo lado direito. Rivaldo se posicionou para a cobrança. Momento de suspense mortal antes da cobrança: havia no estádio do 3 de Febrero a sensação de que o tempo parara. O chute de Rivaldo é perfeito: Burgos não pode fazer nada. Brasil 1, Argentina 1!

Vem o segundo tempo, e com ele vem a doce e santa virada. Logo aos três minutos, Emerson e Zé Roberto tabelam pelo meio, a bola chega a Ronaldo e este bate de primeira, rasteiro, no canto direito da meta de Burgos. Gol! Brasil 2, Argentina 1.

Aos 32 minutos, o juiz vê Beto derrubar Gustavo López dentro da área: pênalti para a Argentina. Um pênalti que claramente não foi: um golpe contra nós, tupiniquins. Palermo, que havia perdido três pênaltis contra a Colômbia, dias antes, sequer se apresentou para a cobrança. Ayala na meia-lua, Dida sobre a linha do gol. O estádio apresenta uma atmosfera de tensão inigualável. Todo o continente sul-americano aguarda ansioso a cobrança da penalidade. Até o movimento das placas tectônicas deve ter cessado.

Ouve-se o apito do juiz. Ayala corre até a bola e chuta forte, rasteiro, no canto direito. Dida pula, se estica, e defende. Nada mais miraculoso no futebol que a defesa de um pênalti. O camisa 1 é o herói da classificação brasileira.

PC

Ficha técnica: Brasil 2 x 1 Argentina.
Competição: Copa América de 1999.
Local: Estádio Antonio Oddone Sarubbi (campo do Club Atlético 3 de Febrero), Ciudad del Este, Paraguai.
Data: 11/07/1999.
Brasil: Dida; Cafu, João Carlos, Antônio Carlos e Roberto Carlos; Flávio Conceição, Emerson, Zé Roberto (Beto) e Rivaldo; Ronaldo e Amoroso (Christian). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Argentina: Burgos; Zanetti, Ayala, Samuel e Pocchetino; Sorín (Gustavo López), Simeone (Cagna), Riquelme e González; Ortega e Palermo. Técnico: Marcelo Bielsa.
Gols: Sorín (Argentina); Rivaldo e Ronaldo (Brasil).

Fonte de consulta: "Brasil x Argentina - Histórias do Maior Clássico do Futebol Mundial" (Newton César de Oliveira Santos).

2 comentários:

  1. http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=28077&tid=5378048663824635094&na=1&nst=1

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  2. Esses Brasil e Argentina da Copa América são sempre espetaculares!!!

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