Ao contrário da maioria, sou favorável às partidas na altitude. O slogan adotado pelos torcedores de La Paz, "aquí vivimos, aquí jugamos", diz tudo. É um direito dos habitantes de lá assistir a partidas de futebol. Simplesmente não acho justo abolir as partidas de uma localidade. Seja por causa de uma altitude, seja por causa de um calor de 40 graus, seja por causa de um frio extremo.
Porém, a seleção boliviana passa dos limites. A Bolívia tem cidades ao nível do mar, como Santa Cruz de la Sierra. Por que a equipe nacional nunca joga lá, no Estádio Ramón Aguilera? Os habitantes de lá também têm direito ao futebol, correto?
A utilização da altitude para obter vantagem esportiva é que é inaceitável. Vira outro esporte, que não é futebol. Vejam o segundo gol da Bolívia: a falta foi cobrada por Marcelo Moreno e o nosso goleiro Júlio César nem foi na bola, que ganhou velocidade no ar rarefeito. Os arqueiros sofrem ainda mais com a crueldade da altitude.
Alguns podem argumentar, "já vencemos em La Paz". Concordo. Mas a última vez foi na final da Copa América de 1997. De lá pra cá, três jogos: um empate e duas derrotas. A explicação para vitórias eventuais é óbvia: a técnica brasileira, muito superior, às vezes consegue vencer até a altitude.
Não foi o caso nesse domingo. Pouco importa, afinal já estamos classificados. Já a Argentina precisa pontuar contra o Uruguai, no Centenário, quarta-feira. Ou corre o risco de não ir à África do Sul em 2010. Tenho minhas dúvidas quanto à classificação dos hermanos. O Centenário é uma espécie de galinheiro monumental, um Aflitos com arquibancada de Mineirão. A equipe de Maradona tem um grande desafio pela frente.
Como fã do esporte, não perco esse jogo por nada: Uruguai x Argentina será uma batalha daquelas. Quarta-feira começa a Copa do Mundo.
PC
Acho que o Equador não ganha do Chile. Nesse caso os hermanos vão pra repescagem na pior das hipóteses.
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