
Amigos, a expectativa pela decisão da Copa Sul-Americana é enorme. O Rio de Janeiro já respira os dois grandes jogos que estão por vir. Nesta quarta-feira, a altitude de Quito receberá a primeira batalha. Na outra quarta-feira, a magia do Maracanã proclamará o campeão continental.
Não há como comentar essa finalíssima sem falar da decisão da Libertadores do ano passado. Na ocasião, Fluminense e LDU fizeram dois jogos espetaculares. Foi uma das poucas vezes em que vi duas equipes modernas jogarem verdadeiramente no ataque, o tempo todo. O Fluminense merecia a taça, pela campanha épica e pela reação espetacular, mas quem levou foi a LDU, nos pênaltis. Porém, quis o destino que a oportunidade da revanche surgisse em pouco tempo: exatamente 17 meses depois.
Nos últimos dias, a pergunta que mais escuto é: "o Fluminense é favorito?". Por sua história e pelo simples fato de ser brasileiro, é. Pela altitude e pelo possível desgaste causado por um mês de batalhas decisivas, não é. Mas tudo isso pouco importa: favoritismo não ganha jogo, favoritismo não entra em campo. O Brasil era favorito em 50, e perdeu. A Hungria era favorita em 54, e perdeu. A Holanda era favorita em 74, e perdeu. O São Paulo era favorito em 94, e perdeu. O Fluminense era favorito em 2008, e perdeu. Ao longo da história do futebol, outros favoritos perderam, e outros mais ganharam.
A torcida equatoriana está eufórica, afinal a LDU vive o melhor momento de sua história, e vem colecionando campeonatos. Os 7 a 0 sobre os uruguaios do River Plate deixaram os torcedores em êxtase. Porém, há qualquer coisa de suicida nessa alegria prévia. Sempre que vai estourar uma catástrofe, o ser humano cai num otimismo obtuso, pétreo e córneo. Foi assim em Hiroshima, na manhã dominical da bomba. Não havia nenhum presságio, nenhuma tensão, nada que turvasse a doce ternura da cidade. Pastores, senhoras, crianças e babás tinham a mesma inconsciência de bodinhos de charrete. Até aparecer o clarão hediondo, e devastar tudo.
Já em Álvaro Chaves, a atmosfera é de uma tensão irresistível. O fantasma do rebaixamento ainda ronda a sede tricolor. O medo de perder outro título para a LDU toma conta de cada pó-de-arroz, vivo ou morto. Todo o Fluminense sente, na carne e na alma, uma angústia reveladora.
Resumindo, é o seguinte. Com os sete gols de semana passada, a LDU vive a euforia que precede as grandes catástrofes. Já o Fluminense vive a angústia que precede os grandes triunfos. É por isso que o profeta tem certeza: a Copa Sul-Americana de 2009 envelhecerá em Laranjeiras, para todo o sempre. Vamos ganhar essa taça, na garra e na raça. Amém.
PC
Merecemos. O final do ano vai trazer toda a expectativa do inicio do ano e que já estava morta a muito tempo. Ressurgimos da cinza. Vai ser simplismente maravilhoso.
ResponderExcluirVamos Fluminense com garra e com raça!!!
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