Vitória do Fluminense e show do Vasco

Amigos, "clássico é clássico e vice-versa", já dizia o folclórico Jardel. (Vocês sabiam que ele foi contratado pelo Flamengo do Piauí?). Eu comecei escrevendo sobre clássicos, e esqueci o que ia dizer. Ah, sim, me lembrei: certos placares não deveriam ser permitidos em clássicos. Por exemplo, os 6 a 0 do Vasco sobre o Botafogo, em pleno Engenhão. Um placar de seis a zero é a humilhação suprema da equipe derrotada. Uma goleada tão impiedosa é devastadora, tão devastadora que terá reflexos nos próximos jogos do Botafogo. O alvinegro vinha bem, mas o sacode de hoje destrói psicologicamente qualquer time. Com o Botafogo não será diferente.

Até porque a goleada do Vasco teve requintes de crueldade. Para começar: foi no Engenhão, a casa do Botafogo. Tomar seis gols em casa é motivo de vergonha eterna. Outro requinte de crueldade: os três primeiros gols foram marcados exatamente por Dodô, ex-ídolo do próprio Botafogo. Tenho certeza: cada um desses três gols foi sentido como uma punhalada, na carne e na alma de cada botafoguense.

Após as três pinturas de Dodô, houve ainda um gol de Léo Gago e dois de Phillipe Coutinho. E assim terminou o primeiro clássico do ano no Rio de Janeiro. O time do Vasco tomou corpo rapidamente, apesar das muitas mudanças. Não há como negar: pintou o favorito para a conquista da Taça Guanabara. O jejum vascaíno já dura sete anos: será que chegará ao fim em 2010?

Pouco antes, no Maracanã, o Fluminense passou por cima do Volta Redonda, mesmo jogando sem Fred, a estrela da companhia. Antes ainda dos dez minutos, o quadro de Laranjeiras abriu o placar, em balaço de Leandro Euzébio, no ângulo. O domínio tricolor foi colossal, mas o placar magro (1 a 0) traduz a enorme quantidade de chances desperdiçadas. Esses erros precisam ser corrigidos, mas tenho a certeza de que o técnico Cuca está trabalhando nisso.

Após algumas seguidas vitórias de grandes sobre pequenos, finalmente podemos dizer: começou o Campeonato Carioca.

PC