Estou otimista

Amigos, na miraculosa jornada final de 2009, vimos um Fluminense avassalador. Após o empate com o Goiás, o Tricolor não conheceu outra palavra que não vitória. Primeiro, caiu o Atlético Mineiro, no Maracanã. A segunda vítima foi o Cruzeiro, em pleno Mineirão. De volta ao Rio de Janeiro, batemos Palmeiras e Atlético Paranaense. No Recife, caiu o Sport. Depois, o Vitória no Maracanã, e por fim o Coritiba no Couto Pereira. Isso sem contar os confrontos sul-americanos: caíram seguidamente Universidad de Chile, Cerro Porteño e LDU Quito.

Algumas dessas vitórias foram definitivas, antológicas, consagradoras. O time de guerreiros foi adotado pela torcida tricolor, e juntos os dois concretizaram o milagre da permanência. Na virada do ano, a cúpula de Laranjeiras finalmente acertou a mão: manteve 100% do time que vencera a tudo e a todos. Confesso: esse simples fato criou em mim um otimismo intenso. Isso porque confio na continuidade do trabalho. O treinador Cuca conseguira fazer o time jogar um futebol dinâmico, ao mesmo tempo brilhante e aguerrido. Time mantido, treinador mantido: tudo indicava que podíamos esperar um grande ano para o Fluminense.

Escrevi que tudo indicava, no pretérito, e já me corrijo: tudo indica que podemos esperar um grande ano para o Fluminense. Nada mudou: o time atual é exatamente o mesmo que teve aproveitamento de campeão em 2009.

Em 2010, apesar de estar fora da final da Taça Guanabara, o Fluminense ainda tem um retrospecto razoável. Contra os pequenos, foram seis jogos, com cinco vitórias e um empate (quando não valia mais nada). Nos clássicos, dois jogos: a derrota para o Flamengo e o empate com o Vasco. Vejam o aproveitamento da defesa: nos oito jogos, somente cinco gols sofridos, e todos eles num só jogo. Nas outras sete partidas, Rafael foi uma bastilha inexpugnável.

Na derrota para o Flamengo, o Fluminense fez um primeiro tempo arrebatador. O atual campeão brasileiro foi encurralado, massacrado, humilhado. Disse humilhado, e repito: humilhado. Talvez tenha sido a maior humilhação que o Flamengo já viveu. E este foi o grande erro do Fluminense: humilhar o Flamengo. No segundo tempo, o rubro-negro voltou possuído por uma força sobrenatural, e conseguiu virar a partida. Porém, a virada não apaga o fato de que o Fluminense sobrou no primeiro tempo. Mesmo jogando sem o centroavante Fred, o Fluminense conseguiu encurralar o Flamengo. E, se o campeão brasileiro foi assim massacrado, é porque a equipe tricolor tem mesmo grande potencial.

No empate com o Vasco, o Fluminense teve menos volume de jogo, é verdade. Mas também é verdade que criou as melhores chances. Fred acabava de retornar ao time e, sem ritmo, desperdiçou todos os gols feitos. Se uma das chances tivesse entrado, era o Fluminense que estaria na final, não o Vasco. E convenhamos: Fred ainda tem muito crédito. Ademais, precisamos reconhecer que o empate é um resultado normal em um clássico. Mesmo os grandes times da história do futebol carioca tropeçavam nos clássicos.

É por isso que continuo com meu irremediável otimismo. Para mim, o Fluminense é, hoje, o melhor time atuando em solo brasileiro. Tenho certeza de que veremos, na Taça Rio e na Copa do Brasil, o Tricolor em seu esplendor máximo. Por isso, tenho muita esperança de ver os troféus de 2010 no melhor destino possível: a Rua Álvaro Chaves.

Pelo amor de Deus, não confundam otimismo com arrogância. Meu otimismo está sempre acrescido de humildade. A humildade que é - e sempre foi - a maior arma do Fluminense.

E isso é tudo.

PC