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terça-feira, 29 de junho de 2010

A Seleção foi grande


Quando, no início da peleja, o Chile dominava, tinha mais posse de bola e atacava mais, baixou em mim a certeza da vitória da Seleção. Explico: no jogo anterior, Portugal pouco agredia, satisfeito que estava com o empate, e com isso a Seleção não acordou. Acabamos empatando em 0 a 0. Já o Chile resolveu atacar, e tentar dominar a melhor equipe do planeta. A capitulação chilena era óbvia, mera questão de tempo. Isto porque atacar a Seleção significa acordar a Seleção. Foi isso que o escrete chileno fez: acordar as feras de Dunga.

Examinemos a fera Juan: nosso zagueiro foi um leão em campo. Na defesa, não deixou passar nem pensamento. No ataque, fez o gol que abriu o caminho da vitória, de cabeça, no cruzamento de Maicon. E quanta garra demonstrou, em todos os lances! Tenho certeza: os atacantes chilenos ainda não conseguiram dormir. Fecham o olho e veem Juan, camisa amarela, cara fechada, a destruir suas jogadas. Anuncio já no segundo parágrafo: Juan é o meu personagem da partida.

Ao lado de Juan na defesa, está Lúcio, o capitão, o líder. Amigos, o que caracteriza o futuro campeão, entre tantos, entre todos, não é a classe, não é o futebol: é a sorte. Por exemplo, a Copa de 1954: o melhor futebol foi o da Hungria, todo mundo sabe disso. Mas na final quem teve sorte foi a Alemanha, e foi a Alemanha a campeã. Vocês conhecem a história de Lúcio? Ele jogava num minúsculo time de Brasília, o Guará. Quem olhava para os onze daquele time, sentenciava: estão todos destinados ao fracasso. O sorteio da Copa do Brasil daquele ano colocou o Guará diante do Internacional de Porto Alegre, num daqueles jogos de primeira fase. O time gaúcho enfiou uma daquelas goleadas impiedosas: não sei se foram sete, dez ou doze gols. Mas Lúcio teve boa atuação, nos olhos dos gaúchos, que resolveram contratar o jovem. E foi aí que começou a deslanchar a carreira do capitão. Hoje, Lúcio é um dos melhores zagueiros do mundo, sem sombra de dúvida. Por este episódio, está demonstrada a infinita sorte de Lúcio. E é essa sorte que o fará levantar a Copa do Mundo, na condição de capitão da Seleção. Bellini, Mauro, Carlos Alberto, Dunga e Cafu já sabem: Lúcio é seu legítimo sucessor.

Outra boa atuação diante do Chile foi a de Gilberto Silva, muito seguro na proteção à defesa. Ramires entrou no lugar de Felipe Melo, e também foi esplêndido. Com Juan, Lúcio, Gilberto Silva e Ramires, o Brasil está muito bem representado na defesa. São quatro titãs, dispostos a morrer pela camisa amarela. Sei que temos Júlio César, o melhor goleiro do mundo hoje. Mas, com esses quatro defensores, arrisco-me a dizer que sequer precisamos de um arqueiro a guarnecer as traves.

O ataque, claro, também esteve bem. Depois do gol de Juan, seguiram-se os tentos de Luís Fabiano e Robinho. Os dois atacantes são perigo constante às defesas inimigas: não há como pará-los, simplesmente não há como. Ainda mais quando estão acompanhados de Kaká, o maestro regente da Seleção. Tanto é que os três juntos venceram todas as partidas disputadas pela Seleção. Não há um empatezinho ou uma derrotazinha sequer para contar a história. O trio Kaká-Robinho-Fabuloso só conhece triunfos, só conhece vitórias. E invicto há de continuar.

PC

7 comentários:

  1. A seleção foi grande??? Contra esse timinho do Chile??? Ganhar de três era obrigação, nénão?

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  2. A seleção foi bem sim. Fica o alerta pro mau início de partida.

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  3. É impressão minha, ou essa foi a primeira crônica do PC que não começou com "amigos...."?

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  4. Boa, PC!
    Saí do jogo de ontem com um gosto amargo na boca de que nossa vitória poderia ter sido de mais e que não estamos jogando o futebol vistoso que todos gostaríamos. Temia a Holanda.
    Após sua crônica sobre a partida estou esperançoso e com a certeza do Hexa. No fundo eu sei que a seleção não é tudo isso, mas suas palavras são incrivelmente capazes de motivar um tricolor e brasileiro de uma forma não convencional, sem apelos e "redeglobices". Fantástico!
    Só não deixe de postar sobre o Flu. Estamos carentes do único tricolor do mundo.

    Saudações tricolores.

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  5. Já se sabia, muito antes da Copa começar, que a seleção do Dunga seria uma seleção que não joga bonito (estaremos nós mal acostumados?), mas é consistente na defesa (JC, Juan e Lucio) e a partir daí, quando não se toma gol basta fazer um. Fizemos três! É uma seleção para ganhar a copa, não para dar show. Continuo não gostando de Felipes Melos, Josués e afins, mas temos dois autênticos laterais / alas (finalmente!), G.Silva jogando para a equipe, o Fabuloso (que joga e decide na área) e dois jogadores que precisam apenas que um jugue bem para desequilibrar (Kaká e Robinho, ontem foi o primeiro). Ramires tem vaga, mas está suspenso, talvez retorne o Elano. Pelo que tenho visto, dá para levar o caneco, mas não será com show. Será sofrido, mais ao estilo alemão, não importa.
    O Chile não existiu frente ao Brasil, mas dessa vez alguns jogadores nossos jogaram bem e ganhamos. Que venha a Holanda! Osso duríssimo, mas venceremos, nem que seja nos penaltis. Mas se eles vierem pra cima...

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  6. Disse o Parreira ontem, antes do jogo, que confia na Seleção porque o time ainda não precisou se dedicar 100% em nenhuma partida... e que, com o tempo e os jogos, chegaria aos 100% SE FOSSE NECESSÁRIO chegar aos 100%. Enquanto isso joga, passa de fase e não sofre um forte desgaste.

    O Parreira meio que curte uma filosofia, mas ele tá certo...

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  7. Leme Lopes, o mesmo "timinho" do Chile foi derrotado por 2 a 1 pela Espanha, campeã européia...

    Sávio, risos!!! Eu costumo mesmo começar com "amigos...". Mas esse não foi o primeiro início diferente!

    Renner, obrigado pelas palavras gentis, que me motivam a continuar escrevendo.

    Leandro, a Holanda será mesmo osso duro de roer. Mas venceremos.

    Vinicius, de futebol, filosofia e pintura o mestre Parreira entende. hehe! (alguns dizem que de bocha ele entende também, né?)

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