Resenha: Tricolor 3 x 1 Ceará

Amigos, com júbilo anuncio: o Fluminense tornou a vencer. Num Engenhão quase deserto (apenas 5698 almas compareceram), o Ceará foi facilmente batido, por 3 a 1. (Que horário bizarro esse das 19 e 30 para um dia de semana!) E como o Corinthians apenas empatou, o Tricolor voltou a se distanciar na liderança.

Cabe dizer: cada um de nós, pós-de-arroz, estava precisando de uma alegria como a desta quarta-feira. A vitória chegou na hora certa, quando já começava a bater o desespero nos corações tricolores. Eis a verdade: uma onda de derrotismo varria a torcida do Fluminense. Alguns exagerados já me tinham vindo rosnar: "Muricy não entende bolacha de futebol". Vejam vocês: foi tricampeão brasileiro outro dia, e subitamente não entendia mais nada do esporte bretão.

Claro que Muricy entende de futebol, e entende muito. Povoou o meio-de-campo do Fluminense com seis homens, e assim sufocou, desde o início, o Ceará de Mário Sérgio. Os cearenses tentavam sair jogando pelo chão, mas eram tão pressionados que se sentiam obrigados a isolar a pelota, devolvendo a posse de bola ao Tricolor.

Amigos, o triunfo do Fluminense foi completo. A começar pelo primeiro gol, que foi um show à parte. Era um cruzamento despretensioso de Mariano, uma bola que não devia entrar, que não podia entrar. Mas acontece o sublime, o inesperado, o mágico: a pelota entra, sem desviar em ninguém, mansinha. Um a zero para o Tricolor.

E então o jogo tornou-se fácil, com o Ceará obrigado a se escancarar. Ainda no primeiro tempo, Darío Conca deu duas assistências, e Washington assinalou dois gols. E estava definido mais um triunfo do Fluminense no Campeonato Brasileiro.

Ao final do jogo, alguns amigos reclamaram do placar de 3 a 1: queriam mais gols. Eu, não: prefiro vencer por três a vencer por cinco. Digo e repito: goleadas não são boas. Vitórias escandalosas assustam os demais, e escondem nossos próprios defeitos. Melhor é ganhar de pouco, a meu ver.

No sábado, vamos ao Serra Dourada enfrentar o Atlético Goianiense. Há motivos para otimismo: afinal, o Fluminense é o visitante mais cruel do certame. Vejam só: papamos o Atlético no Mineirão, o Grêmio no Olímpico, o Santos na Vila Belmiro. (Meu irmão cochicha para mim: papamos também o Avaí em Floripa e o Goiás em Goiânia. Obrigado, Ramón!)

Independentemente do resultado do Serra Dourada, aproveito para convocar os torcedores para a batalha de quarta-feira que vem: o Engenhão precisa ser colorido de verde, branco e grená, pois o jogo contra o Corinthians é a finalíssima do Campeonato Brasileiro. Está dado o recado: o Fluminense precisa de número.

PC

(resenha publicada no Pavilhão Tricolor)