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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Bizarrices da Lei Eleitoral

Amigos, acaba de sair a lista de deputados eleitos do Rio de Janeiro, após 100% de urnas apuradas. Eis os deputados federais escolhidos:
1 2258 * GAROTINHO PR 694.862 (8,69%)
2 5050 * CHICO ALENCAR PSOL 240.724 (3,01%)
3 1580 * LEONARDO PICCIANI PMDB - PP / PMDB / PSC 165.630 (2,07%)
4 1010 * VITOR PAULO PRB 157.580 (1,97%)
5 1530 * EDUARDO CUNHA PMDB - PP / PMDB / PSC 150.616 (1,88%)
6 4011 * ROMÁRIO PSB - PMN / PSB 146.859 (1,84%)
7 6555 * JANDIRA FEGHALI PC do B 146.260 (1,83%)
8 4040 * ALEXANDRE CARDOSO PSB - PMN / PSB 142.714 (1,78%)
9 1516 * WASHINGTON REIS PMDB - PP / PMDB / PSC 138.811 (1,74%)
10 1313 * ALESSANDRO MOLON PT 129.515 (1,62%)
11 1120 * JAIR BOLSONARO PP - PP / PMDB / PSC 120.646 (1,51%)
12 1515 * PEDRO PAULO PMDB - PP / PMDB / PSC 105.406 (1,32%)
13 2502 * AROLDE DE OLIVEIRA DEM - PPS / DEM / PSDB 99.457 (1,24%)
14 2020 * FILIPE PEREIRA PSC - PP / PMDB / PSC 98.280 (1,23%)
15 2010 * HUGO LEAL PSC - PP / PMDB / PSC 98.164 (1,23%)
16 4343 * DR ALUIZIO PV 95.412 (1,19%)
17 2587 * RODRIGO MAIA DEM - PPS / DEM / PSDB 86.162 (1,08%)
18 1312 * LUIZ SERGIO PT 85.660 (1,07%)
19 1111 * JULIO LOPES PP - PP / PMDB / PSC 85.358 (1,07%)
20 4555 * OTAVIO LEITE PSDB - PPS / DEM / PSDB 84.452 (1,06%)
21 2323 * STEPAN NERCESSIAN PPS - PPS / DEM / PSDB 84.006 (1,05%)
22 4545 * ANDREIA ZITO PSDB - PPS / DEM / PSDB 82.832 (1,04%)
23 1200 * MARCELO MATOS PDT 80.862 (1,01%)
24 1125 * SIMAO SESSIM PP - PP / PMDB / PSC 77.800 (0,97%)
25 1510 * RODRIGO BETHLEM PMDB - PP / PMDB / PSC 74.312 (0,93%)
26 4333 * SIRKIS PV 73.185 (0,91%)
27 1520 * ADRIAN PMDB - PP / PMDB / PSC 72.824 (0,91%)
28 1513 * ALEXANDRE SANTOS PMDB - PP / PMDB / PSC 72.822 (0,91%)
29 1512 * EZEQUIEL PMDB - PP / PMDB / PSC 72.589 (0,91%)
30 1377 * BENEDITA PT 71.036 (0,89%)
31 1201 * SERGIO ZVEITER PDT 65.826 (0,82%)
32 1222 * MIRO TEIXEIRA PDT 63.119 (0,79%)
33 4080 * GLAUBER PSB - PMN / PSB 57.549 (0,72%)
34 2280 * FRANCISCO FLORIANO PR 57.018 (0,71%)
35 1311 * EDSON SANTOS PT 52.123 (0,65%)
36 1331 * BITTAR PT 51.933 (0,65%)
37 1400 * WALNEY ROCHA PTB - PTB / PTN / PSDC / PHS / PTC 51.203 (0,64%)
38 2211 * DR ADILSON SOARES PR 51.011 (0,64%)
39 2270 * ZOINHO PR 44.355 (0,55%)
40 3131 * FELIPE BORNIER PHS - PTB / PTN / PSDC / PHS / PTC 44.236 (0,55%)
41 2233 * NEILTON MULIM PR 41.480 (0,52%)
42 2255 * DR PAULO CESAR PR 33.856 (0,42%)
43 2222 * LILIAM SA PR 29.248 (0,37%)
44 2833 * AUREO PRTB - PSL / PRTB / PRP 29.009 (0,36%)
45 2288 * PAULO FEIJO PR 22.619 (0,28%)
46 5005 * JEAN WYLLYS PSOL 13.018 (0,16%)

Utilizarei essa lista para reclamar do absurdo que é nossa Lei Eleitoral. Vejam o caso do último eleito, Jean Wyllys (me contaram que é um "ex-BBB"... Dio mio!). Ele teve 13.018 votos. Parece pouco para um Deputado Federal. E é!

Por exemplo, Nelson Bornier teve 72.352 votos, mais de 5 vezes a votação de Jean, e acabou de fora da lista dos eleitos. Então por que Jean entrou?

A resposta se encontra exatamente na bizarra Lei Eleitoral brasileira. Jean entrou porque foi o segundo mais bem votado de seu partido, o PSOL. Partido este que obteve duas vagas na Câmara, graças à expressiva votação de Chico Alencar. Você, aí na poltrona, que acha que votou em Chico Alencar, na verdade votou em Jean Wyllys. É ou não é bizarríssimo?

Bornier não foi o único "prejudicado". Fernando Jordão, Deley, Marcelo Itagiba, Brizola Neto, Solange Almeida, Dr. Dilson Drumond e Nestor Vidal foram preteridos por outros menos cotados. Garotinho, o mais votado, levará com ele para a Câmara figuras do seu partido, como Dr. Adilson Soares, Zoinho, Neilton Mulim, Dr. Paulo César (não sou eu!!!), Liliam Sá e Paulo Feijó, todos menos votados que os citados acima.

(Garotinho ainda pode ter sua candidatura anulada por ter a "ficha suja". Nesse caso, os seus votos serão considerados nulos, e toda essa galera aí ficará de fora da Câmara. R-E-Z-E-M-O-S!)

A reforma da Lei Eleitoral é urgente. O caso de São Paulo é pior ainda: lá, o palhaço analfabeto Tiririca e seus 1.350.000 votos elegeram figuras como o "mensaleiro" José Genoíno. E o povo paulista achando que estava protestando...

O caso do falecido Dr. Enéas Carneiro foi parecido: eleito Deputado Federal mais votado da história do país, levou com ele seis companheiros do extinto PRONA, alguns com menos de mil votos. Um ano depois, cinco dos seis já haviam trocado de partido. (fidelidade partidária pouca é bobagem!)

Repito: a reforma da Lei Eleitoral é urgente. Que o povo brasileiro comece já a pressão para que ela aconteça nos próximos anos. Será que Jean Wyllys e José Genoíno votarão a favor?

PC

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Meu caro PC, primeiro vamos a questão do voto contar para a legenda, isso tem uma razão de ser, vá lá, questionável, mas tem: sustenta-se que ao votar em determinado candidato, sufragamos também os princípios e ideologia daquele partido. A parte questionável é que há muito, sobretudo pela crescente onda das legendas de aluguel, os partidos políticos perderam sua identidade ideológica e, principalmente, dos candidatos que albergam para com eles, partidos.

    O que temos é o chamado sistema de ficha aberta. De outra banda, teríamos o sistema de ficha fechada, nesse caso, votaríamos na legenda, e os votos computados nessa, baseado no coeficiente eleitoral, elegeriam, tantos quantos fossem os votos, deputados, vereadores de acordo com a disposição que o partido determinasse previamente. Ex.: Partido X tem candidatos A, B e C para deputado. 90 mil votos elegem 2 deputados, a legenda de X recebeu tal quantia, elegerá dois deles que o partido previamente posicionou como primeiro e segundo. Se foi C em primeiro e B em segundo, são esses os eleitos.

    Ou seja, estaria o coeficiente eleitoral agindo igualmente, com a problemática de serem os candidatos escolhidos pelo partido, algo que casa pouco com o caráter personalista que tange nossas escolhas de voto, prejudicado por escolha prévia dos partidos políticos e voto feito em legenda e não em nomes diretos.

    O coeficiente eleitoral produz efeitos diversos, com ou sem ele, nao consigo vislumbrar uma forma sem vícios.
    Vejamos pelo seu exemplo, quanto à eleição de Jean Wylys, com apenas 13 mil votos, ficando de fora Bornier e Itagiba. Pergunto, Itagiba, com fortes suspeitas de ligação com a milícia e Bornier, ficha suja, são mesmos melhores que o até então com o benefício da dúvida, Jean?
    Ao julgá-lo previamente pela participação no BBB você incorre no erro do caso Zé da Lata, Jean é professor universitário, mestre, e até onde sei não costuma atrelar sua imagem ao BBB, fugindo, inclusive, de participações em programas da Globo nesse sentido.

    Marcelo Freixo, deputado pelo PSOL com ótimos trabalhos prestados pelo Rio, na CPI das milícias e, como quer, numa futura CPI da FERJ, foi eleito pela primeira vez com 13 mil votos, arrastado pela legenda do partido, o PSOL, sendo o hoje, com campanha modesta e puramente ideológica, o segundo mais votado do Rio. As excrescência, PC, pululam qual seja o modelo adotado, igualmente com os bons e presentes pontos positivos. Faz parte do jogo democrático, e acredite, não existe democracia boa ou ruim, exite a democracia, que só se aprimora com mais democracia. O Brasil é democrata há pouco e não linear tempo, entrecortado por ditaduras. Nações democráticas há algumas centenas de anos produzem Bushs e Berlusconi, sejamos menos pesarosos, o porvir é bom. E nessa troca de Itagibas, Bornier, quem ganhou foi o Rio.

    Abraço e saudações.

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  3. Acho a democracia uma merda mas, infelizmente, não conheço modelo melhor.

    Então vamos com ela.

    E em um país de grande massa analfabeta e de maioria alienada, conviveremos com os Tiriricas da vida, da mesma forma que convivemos com o Senador pelo Amapa, José Sarney.

    O nosso povinho prefere ficar discutindo candidato a presidente da mesma forma que discute Fluminense e Corinthians, como mero torcedores, na base do achismo e da paixão, e esquecendo que um vereador é muito mais importante para o seu dia-a-dia do que um Presidente da República, então, os eleitos pelo voto proporcional se locupletam com a ignorância do eleitor.

    Como já disse o Roberto Campos, fiquem tranquilos, esse país não tem chance de dar certo.

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  4. Caro Bruno:

    1) O voto contar para a legenda num país com tanta infidelidade partidária é, SIM, um absurdo, que precisa ser modificado.

    2) Pode ser mesmo que a eleição de Jean Wyllys tenha sido boa, tenha "substituído corruptos". Mas foi a vontade do povo? Claramente não.

    3) Esse Jean OBVIAMENTE só foi eleito por causa de sua participação no BBB. Isso é claríssimo: foi eleito porque é um ex-BBB. Ponto.

    4) O modelo é claramente errado. Pergunte a um eleitor do Chico Alencar se ele queria eleger o tal Jean Wyllys (foi o que aconteceu)...

    Essa Lei Eleitoral tem que mudar. Urgentemente!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Por isso sou a favor do voto distrital, pois este evita que ocorra este tipo de coisas, além de diminuir o número de candidatos e evitar que candidatos queimados em uma região migrem para outras. Outra coisas que este tipo de sistema favorece é a fiscalização dos deputados e vereadores eleitos por parte da população.

    Outra coisas que tem que se fazer é diminuir o número de partidos, existem muitos partidos que não tem representatividade nenhuma e que não acrescentam nada, assim podendo se fundir com outros sem maiores problemas.

    []'s

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