Resenha: Internacional 0 x 0 Tricolor

Amigos, quando o placar termina zero a zero, geralmente a escolha do personagem da partida fica difícil. Mas não nesta quarta-feira. Hoje, todos - tricolores, colorados e indiferentes - todos hão de concordar sobre quem foi o melhor em campo no Beira-Rio: Ricardo Berna.

O goleiro do Fluminense teve atuação que entra, desde já, para as enciclopédias do futebol brasileiro. Em pelo menos três oportunidades durante o jogo, o gol do Internacional parecia uma certeza matemática. Porém, lá estava Ricardo Berna, a efetuar intervenções monumentais, autênticos milagres.

Alguns dirão: "Berna teve sorte". É verdade: houve duas jogadas em que a bola passou por ele, e mesmo assim não entrou. Na primeira, lá estava Diguinho, para salvar de cabeça, em cima da linha. Na segunda, lá estava a trave, a impedir o gol. Dois lances que demonstram inequivocamente a sorte de Berna. Sobre isso, eu digo: "ainda bem! ainda bem!". Precisamos aceitar a sorte. Amigos, a sorte é parte integrante das grandes atuações. Sem sorte, não se vencem partidas, não se levantam campeonatos.

Cabe dizer que não foi a primeira grande exibição de Ricardo Berna. Desde que ele assumiu a meta do Fluminense, tem sido uma muralha quase intransponível. Ganhou a posição de Rafael e Fernando Henrique, e resolveu um dos principais problemas de Muricy Ramalho. Com a atuação nota dez em Porto Alegre, Berna apenas consolida a excelente fase que vive.

Ainda não sabemos se a liderança tricolor será mantida, pois dependemos de um tropeço do Cruzeiro diante do São Paulo. Mas, independentemente do resultado de Uberlândia, o fato é que restam cinco rodadas, e o Fluminense continua na briga pelo título.

O Profeta continua em sua úmida caverna, coçando sua longa barba branca. Sobre seus ombros, pende uma bela manta branca. Com um leve sorriso, ele calmamente repete seu vaticínio: "Fluminense campeão! Fluminense campeão!".

PC