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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Recordar é viver - Brasil 1 x 1 França (PK 3 x 4)


Guadalajara, 21 de junho de 1986.

Amigos, a Seleção começou melhor no Jalisco. Com 17 minutos, o escrete de Telê abriu o placar: Müller e Júnior tabelaram pela direita, e Careca concluiu de primeira, no ângulo esquerdo de Bats. Aos 32, Careca cruzou e Müller chutou na trave. Os azuis da França não conseguiam respirar, com o amplo domínio brasileiro. O segundo gol tupiniquim parecia questão de tempo.

No entanto, o imprevisível é um dos ingredientes que fazem do futebol o mais apaixonante dos esportes. Quando eram decorridos 40 minutos, Rocheteau cruzou da ponta-direita, a bola desviou em Branco, Carlos trombou com Stopyra ao tentar o corte, e a bola sobrou limpinha para Platini. Era o gol de empate da França, que doía em cada coração brasileiro.

Na segunda etapa, o domínio da Seleção se ampliou. Fomos para o ataque, enquanto a França, recuada, esperava por uma chance de contra-ataque fatal. Aos 25 minutos, mais uma grande chance brasileira: Josimar cruzou da direita e Careca cabeceou no travessão. Dois minutos depois, entrou Zico no lugar de Müller. Um minuto depois, Branco invadiu a área e sofreu pênalti de Bats. Não sabíamos ainda, mas estava começando o nosso maior pesadelo. Sócrates, o cobrador oficial de pênaltis, deixou a tarefa para Zico. O craque cobrou mal, e Bats defendeu: nossa melhor chance estava perdida para sempre.

Dali para a frente, o jogo pareceu uma angustiante tortura que teria um fim inevitável: a disputa com os tiros da marca penal. E nesse ponto a sorte passa a contar mais que a competência. A terrível solução de desempate nos fez chorar, porque perdemos dois pênaltis (Sócrates e Júlio César), e a França só perdeu um (Platini). A cobrança de Bellone foi na trave esquerda, mas a bola voltou nas costas de Carlos e morreu nas redes. Não há exemplo maior de azar na história das Copas do Mundo.

Já se passou um quarto de século daquele dia no México. Mas a impressão é que vinte e cinco anos transcorreram em vão sobre a dor daquela derrota.

PC

3 comentários:

  1. Não sei se a seleção jogou toda a Copa de 86 nesse nível.

    Mas jogou mais nessa partida do que a média da de 82, a seleção mais sobre-estimada da história.

    Esse vídeo mostra uma seleção com muito mais cara de Telê Santana.

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  2. Também acho que a Seleção de 1982 é super-estimada pela maioria.

    Outras Seleções obtiveram resultados melhores, contra adversários melhores, e também jogando bonito. A de 1950 principalmente, mas também a de 1978, a de 1986 e até a de 1938.

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  3. Essa derrota foi traumática pra mim.

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