Resenha: Tricolor 1 x 0 Corinthians

Amigos, neste domingo Samarone acordou cantarolando o hino do Fluminense. Assim que ouvi a mais linda melodia do universo, baixou em mim a certeza do triunfo. (Para os que ainda não sabem, Samarone é um papagaio diferente dos demais: o louro não fala quando lhe pedem, e sim quando menos se espera, mas então o faz com uma sabedoria e um uso da razão incomuns nos seres humanos. Nos dias em que ele acorda cantando a marcha de Lamartine Babo, a vitória é um acontecimento líquido e matemático.)

Após o almoço e o cafezinho, o torcedor tricolor caminhou a passos firmes rumo ao Estádio Olímpico João Havelange. O ingresso estava muito caro, mas nem isso impediu a presença da massa pó-de-arroz. Era uma multidão em verde, branco e grená, sedenta pela vitória contra o líder Corinthians.

Começou o jogo e, no primeiro tempo, houve um sólido domínio tricolor: o Fluminense acossava e sufocava o Corinthians. Quando o bravo Edinho foi à frente e sofreu falta, materializou-se a grande chance. Era Júlio César no gol, eram três homens na barreira, e era Fred na cobrança. O camisa nove tricolor chutou em cima da barreira, mas esta desviou a bola, que fugiu do goleiro corintiano e morreu mansinha no fundo das redes. Fluminense 1, Corinthians 0.

O Fluminense poderia e deveria ter ampliado, mas pecou nas finalizações das jogadas, e foi para o intervalo com a vitória simples. No segundo tempo, o onze tricolor recuou perigosamente, mas o Corinthians insistia num tico-tico improdutivo, e mal conseguia chegar à meta de Diego Cavalieri.

Quando o relógio já ultrapassava os quarenta e cinco minutos, os paulistas conseguiram sua grande chance: o zagueiro Paulo André subiu sozinho para cabecear. Cada tricolor, no estádio ou fora dele, sentiu um certo desespero invadir a alma. Diego Cavalieri fez o que lhe cabia: pulou na direção da bola. Mas nosso arqueiro nem precisava ter sujado o uniforme: ela foi por cima, graças à interferência divina de João de Deus, evocado minutos antes.

Assim que o apito final ecoou no cimento do Engenhão, um largo sorriso iluminou uma distante caverna. Por sobre sua longa barba branca, o sábio Profeta teve uma visão.

PC

(foto: Photocamera)

(resenha publicada também no PAVILHÃO TRICOLOR)

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Ficha Técnica: Fluminense 1 x 0 Corinthians

Motivo: Campeonato Brasileiro de 2011.

Local: Estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ).

Data/hora: 11 de setembro de 2011, domingo, 16 horas (de Brasília).

Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (Fifa-RS).

Assistentes: Kleber Lucio Gil (SC) e Marcelo Bertanha Barison (RS).

Cartões amarelos: Mariano, Lanzini, Diogo e Digão (FLU); Ramon e Paulo André (COR).

Renda/público: R$ 596.500,00 / 26.979 ( 22.399 pagantes ).

Gol: Fred, aos 22' do 1ºT.

FFC: Diego Cavalieri; Mariano (Digão, 27' do 2ºT), Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Diogo, Marquinho e Lanzini (Rodrigo, 25' do 2ºT); Ciro (Martinuccio, 29' do 2ºT) e Fred. Técnico: Abel Braga.

SCCP: Julio Cesar; Welder (Edenílson, 27' do 2ºT), Chicão, Leandro Castán (Danilo, 33' do 2ºT) e Ramon (Paulo André, no intervalo); Ralf, Paulinho e Alex; Willian, Liedson e Jorge Henrique. Técnico: Tite.