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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Dos treinadores do futebol brasileiro em 2011


Amigos, deem uma olhada nos treinadores que passaram no comando dos vinte clubes que disputaram o Campeonato Brasileiro de 2011:
- América Mineiro: Mauro Fernandes / Antônio Lopes / Milagres / Givanildo Oliveira.
- Atlético Goianiense: PC Gusmão / Jairo Araújo / Hélio dos Anjos.
- Atlético Mineiro: Dorival Júnior / Cuca.
- Atlético Paranaense: Adilson Batista / Leandro Niehues / Renato Gaúcho / Antônio Lopes.
- Avaí: Silas / Edson Neguinho / Alexandre Gallo / Toninho Cecílio.
- Bahia: René Simões / Joel Santana.
- Botafogo: Caio Júnior / Flávio Tenius.
- Ceará: Vagner Mancini / Dimas Filgueiras.
- Corinthians: Tite.
- Coritiba: Marcelo Oliveira.
- Cruzeiro: Cuca / Joel Santana / Emerson Ávila / Vagner Mancini.
- Figueirense: Jorginho.
- Flamengo: Vanderlei Luxemburgo.
- Fluminense: Enderson Moreira / Leomir de Souza / Abel Braga.
- Grêmio: Renato Gaúcho / Julinho Camargo / Celso Roth.
- Internacional: Falcão / Osmar Loss / Dorival Júnior.
- Palmeiras: Luiz Felipe Scolari.
- Santos: Muricy Ramalho.
- São Paulo: PC Carpegiani / Milton Cruz / Adilson Batista / Emerson Leão.
- Vasco: Ricardo Gomes / Cristóvão Borges.

Ao todo, foram 48 treinadores para 20 clubes, uma média de 2,4 técnicos por clube ao longo do Campeonato.

A constatação mais óbvia é a falta de planejamento dos clubes brasileiros de elite. Dos vinte participantes da Série A, apenas seis (Corinthians, Coritiba, Figueirense, Flamengo, Palmeiras e Santos) não trocaram de treinador durante o Campeonato. (aqui, cabe uma ressalva com relação ao Vasco, que foi obrigado a substituir Ricardo Gomes após o AVC do treinador)

Uma análise detalhada da lista traz mais revelações sobre o mercado de treinadores no Brasil. Observem: quase todos os técnicos da Série A são ex-jogadores de futebol. As únicas exceções são René Simões, que treinou o Bahia no início do Campeonato, Julinho Camargo, que dirigiu o Grêmio, e os interinos Enderson Moreira (Fluminense), Emerson Ávila (Cruzeiro), Osmar Loss (Internacional), Leandro Niehues (Atlético Paranaense) e Flávio Tenius (Botafogo). Todos os outros tiveram carreiras como atletas de futebol. Parece até que ser ex-jogador é um pré-requisito fundamental para exercer a função de treinador...

Outra conclusão, bastante triste, que sou obrigado a citar: mesmo que seja inconsciente, o racismo ainda existe no futebol tupiniquim. Os únicos treinadores negros na Série A em 2011 foram Mauro Fernandes e Givanildo Oliveira (América Mineiro), Silas (Avaí), Hélio dos Anjos (Atlético Goianiense) e Cristóvão Borges (Vasco). Impossível não se lembrar de Andrade, o treinador campeão nacional de 2009, que não conseguiu mais emprego em clubes de ponta após ser demitido pelo Flamengo...

Encerro a análise constatando que o campeão Corinthians só teve um treinador ao longo do ano: Tite. Já entre os rebaixados: o Avaí teve quatro técnicos, o América Mineiro quatro, o Atlético Paranaense quatro, e o Ceará dois. O Cruzeiro, que escapou da catástrofe na última rodada, também teve quatro treinadores. Será coincidência?

PC

3 comentários:

  1. Acho que o Leomir nem pode ser considerado como um treinador no Fluminense, o que ele fez foi mais ou menos o que um assistente faz quando o treinador esta impossibilitado de treinar por algum motivo.

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  2. Ah o problema dos técnicos. Acho incrível que Joel Santana passe uma ótima temporada no Botafogo, depois pare de render e caia, vai pra não sei onde, depois pro Cruzeiro, sai e vai pro Flamengo e o mesmo com tantos caras. Por fim já não rendem em time nenhum e vão pra série B, montam um time mais ou menos e voltam pra série A. Peço a renovação de técnicos urgente. E deixar escapar técnicos campeões como o Andrade é uma péssima notícia pro rodízio de técnicos.
    Ou cara que defendo é o AB, fez cada perna de pau jogar bola no Cruzeiro e depois saiu por pressão da imprensa e por raxa de jogador (pra mim nesse caso que saia metade do time), depois só pegou time pela metade, time já montado, não conseguiu levar adiante time dos outros e já foi descartado.
    Não sei o que o Luxemburgo conseguiu fazer depois que o futebol brasileiro mudou, em 2003. Depois que os técnicos aprenderam como era o novo brasileirão 2005, ele não ganhou mais nada.

    E a questão do negro acho que está enraizada no racismo escravo mesmo de "negro é força e branco é raciocinio", o rei do futebol é o Pelé, mas o melhor técnico do mundo é branco. A verdade é essa, já vi entrevista com jogadores como Fabrício e Sorín perguntando se querem ser treinadores um dia, mas nunca vi perguntarem o mesmo pra algum jogador negro, é triste.

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  3. Lilian, exatamente. O mercado de treinadores, em sua ciranda de ex-jogadores brancos, demonstra que o racismo ainda existe no futebol brasileiro. Infelizmente.

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