Resenha: Zamora 0 x 1 Tricolor

(foto: Photocamera)

Amigos, o primeiro tempo do jogo do Fluminense na Venezuela foi insuportável. Praticando um improdutivo tico-tico, o Tricolor dava sono até para os mais animados torcedores. Como o Zamora também não queria jogo, o zero a zero era a consequência inevitável. Nem Deco, o artista, mostrava inspiração suficiente para furar a defesa oponente. Aliás, para não ser injusto, havia um tricolor disposto a suar a camisa: Wellington Nem. O jovem era o único a tentar, a ousar, a fazer algo diferente. Não à toa, foi ele que sofreu o pênalti que o árbitro equatoriano não viu.

Veio o segundo tempo, e a apatia das duas equipes permaneceu. As poucas chances criadas, dos dois lados, eram mais fruto do acaso que do futebol mesmo. Aos 34, aquela falta sofrida por Lanzini era mais uma dessas oportunidades fortuitas. Ajeitou a bola Rafael Sobis, o iluminado. Seu tiro para o gol teve potência e precisão: após leve desvio na barreira, a bola entrou no canto direito da cidadela venezuelana. Era o doce gol da vitória tricolor.

Há quem possa dizer que o Fluminense não mereceu a vitória. E, de fato, o onze tricolor não teve mesmo uma boa atuação. Mas convenhamos: o adversário estava igualmente apático, mesmo jogando em sua casa. Com a sorte a seu lado, o Fluminense acabou saindo vencedor, e não podemos afirmar que não houve justiça no placar.

A classificação às oitavas-de-final foi garantida hoje, matematicamente (cabe lembrar que o barbudo Profeta já conhecia nosso destino, desde muito antes). Agora, a luta é pelo primeiro lugar geral, que dará ao Tricolor a vantagem de decidir sempre em casa nas fases seguintes.

Daqui a dez noites, um arrepio percorrerá os Andes de norte a sul e, sob os olhares atentos desta América de futebol, a sorridente Copa Libertadores será erguida aos céus do Rio de Janeiro.

PC