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terça-feira, 23 de julho de 2013

Djalma Santos

Djalma Santos, 27/02/1929 - 23/07/2013.

Hoje é um dia triste para o futebol brasileiro: Djalma Santos, um de seus grandes heróis, sucumbiu à cruel imposição da natureza humana. Faleceu, aos 84 anos, um dos melhores laterais-direitos que já pisaram num campo de futebol. Foi um jogador excepcional, de muita vitalidade e força, que sabia defender e atacar. Tinha o apelido de "Homem de Aço".

Pela Seleção Brasileira, Djalma Santos atuou 98 vezes, marcou 3 gols, disputou 4 Copas do Mundo (1954, 1958, 1962 e 1966), e conquistou 2 (1958 e 1962). Já em seu primeiro Mundial, em 1954, Djalma Santos foi eleito para a seleção do torneio.

Djalma Santos com a camisa da Seleção em 1957. (Popperfoto/Getty Images)

Em 1958, Djalma Santos passou toda a campanha no banco de reservas, até que, na véspera da decisão contra a Suécia, Vicente Feola resolveu colocá-lo no lugar de De Sordi, que vinha tendo boas atuações. O motivo foi a preocupação com o perigoso ponta-esquerda sueco Skoglund, um dos melhores jogadores daquele Mundial. Feola considerou que Djalma Santos seria um marcador mais eficaz para conter as perigosas investidas de Skoglund, e o pôs em campo. Djalma Santos anulou Skoglund, a Seleção venceu por 5 a 2 e o Brasil levantou a Copa do Mundo pela primeira vez em sua história.
(*observação: algumas fontes dizem erradamente que Djalma Santos foi eleito o melhor lateral-direito da Copa do Mundo de 1958, mesmo só tendo atuado na partida final, o que não é verdade - o sueco Liedholm foi o escolhido pela FIFA. Nada que apague a brilhante atuação de Djalma Santos na finalíssima, claro.)

Djalma Santos, Didi, Pelé e Gilmar celebram no gramado do Estádio Rasunda (1958).

Em 1962, Djalma Santos já era o titular absoluto da lateral-direita, tendo atuado em todas as partidas. Já com 33 anos, Djalma Santos ainda corria como se fosse um juvenil. A decisão contra a Tchecoslováquia estava dura, a Seleção vencia apertado, 2 a 1. Aos 33 do segundo tempo, Djalma Santos recebeu um arremesso lateral, girou em cima de Jelinek e, de costas para o gol, ergueu a bola na área. Um cruzamento impossível! O goleiro Schroif não conseguiu segurar, e Vavá escorou para o gol vazio. O Brasil era bicampeão mundial. E Djalma Santos voltou a ser eleito o melhor lateral-direito da Copa.

Em 1966, mesmo já com 37 anos, Djalma Santos foi a outra Copa do Mundo, novamente como titular. Durante muitos anos, Djalma Santos permaneceu sendo o recordista de atuações pela Seleção Brasileira, com seus 98 jogos - só foi ultrapassado já nos anos 90, pelo goleiro Taffarel.

Djalma Santos atuou pela Seleção do Mundo em 1963, no
Estádio de Wembley, em Londres, contra a Inglaterra, nas
comemorações do centenário da Federação Inglesa.

Djalma Santos tinha conduta exemplar em campo: em mais de 1.100 partidas como jogador profissional, nunca foi expulso. Também foi bem sucedido em sua carreira nos clubes. Defendeu a Portuguesa de Desportos entre 1948 e 1959, tendo atuado em 434 partidas (é até hoje o segundo atleta com mais atuações pelo clube paulista). No Palmeiras, jogou 498 vezes entre 1959 e 1968 (é o sétimo atleta com mais atuações pelo clube). No fim de sua carreira, ainda atuou pelo Atlético Paranaense, clube pelo qual se aposentou, com quase 42 anos de idade.

Djalma Santos se esforçando em um treino no Palmeiras.

Após encerrar a carreira, Djalma Santos recebeu diversos prêmios. A FIFA o colocou na lista dos 100 melhores jogadores da história, e também na Seleção de Futebol do Século XX. O jornal A Tarde e as revistas Placar e Venerdì Magnifici também o colocaram em suas seleções históricas. Em 2010, Djalma Santos gravou seus pés na Calçada da Fama do Estádio do Maracanã:

Djalma Santos vivia em Uberaba, com a esposa Esmeralda. Lá, manteve, longe dos holofotes, uma escolinha de futebol, onde ensinou sua arte a crianças e adolescentes, até este ano. Deixa também sua filha Laura, e uma saudade eterna nos corações daqueles que amam o futebol...

Valeu, craque!

PCFilho

Leiam também: Djalma Santos, eterno, por Nathália Almeida.

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