Resenha: Tricolor 1 x 1 Ponte Preta

Foto: Paulo Sérgio/LANCE!Press.

Antes do jogo desta tarde de sábado no Maracanã, nós tricolores sabíamos que a vitória era fundamental. O Fluminense já vinha de uma sequência de cinco partidas sem vencer, e outro tropeço mergulharia Laranjeiras numa dramática crise, justo agora que entramos na reta final do Campeonato Brasileiro.

E então milhares de tricolores saíram de suas casas e da praia (convenhamos, a ensolarada tarde carioca era um convite para ficar na praia). Rumamos para o Maracanã, uma multidão apaixonada, a fim de apoiar um time que não vinha jogando nada. Mas chegamos lá e constatamos que a incompetência do Fluminense não está só dentro de campo: filas quilométricas para a compra dos ingressos, em mais uma evidência do infelizmente tradicional desrespeito ao torcedor. Muitos só entraram no Maracanã com o jogo já em andamento, mesmo tendo chegado ao estádio com grande antecedência. Alguns desistiram e voltaram para a praia. E isto num jogo de baixo apelo, com apenas 20.791 presentes. Será que os dirigentes vão novamente jogar a culpa do problema nas suas vítimas (os torcedores), como fizeram há alguns meses?

Em campo, vimos um Fluminense nervoso, ansioso, como tem sido nas últimas semanas. No primeiro tempo, o onze tricolor dominou o jogo, com mais posse de bola, mais finalizações e mais chances criadas. No entanto, os nervos fora do lugar atrapalhavam o último passe e os chutes a gol, que saíam tortos. O placar não saiu do zero a zero.

No intervalo, Vanderlei Luxemburgo tirou Eduardo - o único meia armador do time - e colocou Igor Julião, lateral-direito, jogando na lateral esquerda, com Rafinha deslocado para o meio. A invencionice não deu certo: o Fluminense continuou sem poder de fogo, sem conseguir furar a retranca dos visitantes. Entre os 20 e os 30 do segundo tempo, Vanderlei tirou Bruno e Gum, colocando Marcos Júnior e Fábio Braga, e aí eu desisti de vez de tentar entender qual esquema tático estava sendo utilizado, se é que havia algum.

A Ponte Preta melhorou no jogo, começou a criar chance atrás de chance, oportunidades de gol aos borbotões, e aos 36 a tragédia se consumou: Rafael Ratão chutou, a bola bateu na trave, na perna de Diego Cavalieri e voltou para as redes. 1 a 0 para eles.

O Fluminense então foi para o tal do abafa. Aos 39 minutos, sabe-se lá como, Fábio Braga apareceu como centroavante, e a defesa da Ponte Preta acabou se atrapalhando e marcando o gol contra. Como o Fluminense não conseguia fazer um golzinho, a defesa adversária resolveu fazer por nós. 1 a 1.

Após mais este show de horrores, o Fluminense alcança a marca de seis partidas sem vitória. Nos últimos 18 pontos disputados, o Tricolor conquistou apenas 3. Ainda não entramos na zona de rebaixamento, e talvez continuemos com a cabeça para fora da água após os outros jogos da rodada.

Mas a verdade precisa ser dita: se não melhorar (muito), o Fluminense será o primeiro campeão brasileiro rebaixado no ano seguinte ao título.

PCFilho

Notas do onze:

Diego Cavalieri - 7,5

Bruno - 4,0
(Marcos Júnior) - 5,0

Gum - 4,0
(Fábio Braga) - 7,0

Leandro Euzébio - 4,0

Rafinha - 5,0

Edinho - 6,0

Jean - 4,0

Diguinho - 5,0

Eduardo - 6,0
(Igor Julião) - 5,0

Biro Biro - 4,0

Samuel - 4,0

Vanderlei Luxemburgo - 3,0