A Seleção Brasileira não entrou em campo

Foto: Eduardo Nicolau/Agência Estado.

Amigos, não me peçam uma análise técnica ou tática para o que aconteceu nesta terça-feira em Belo Horizonte. Esta análise não é possível, simplesmente porque não houve um jogo de futebol. Para que uma partida de futebol aconteça, são necessárias duas equipes em campo. E apenas uma equipe entrou hoje no gramado do Mineirão: a Alemanha, que cumpriu seu papel de vencer um time inexistente. A Seleção Brasileira não entrou em campo.

O problema não foi a grave lesão de Neymar em si, no jogo anterior. O problema foi causado pela lesão do craque: o absoluto colapso psicológico dos jogadores. O Brasil perdeu a Copa do Mundo em casa no exato instante em que soube que Neymar não jogaria mais. Há dezesseis anos, aconteceu o mesmo em Paris, quando Ronaldo sofreu a convulsão e a Seleção não entrou em campo para a decisão contra a França.

Não culpemos Fernandinho, não culpemos Fred, não culpemos Júlio César, não culpemos os jogadores em si. Os responsáveis pelo maior vexame da história da Seleção Brasileira são os comandantes, que não souberam preparar o time psicologicamente para a perda de seu craque.

A Seleção Brasileira é uma equipe esportiva, pode até perder, pode até sofrer uma goleada. É natural do esporte. Não pode é não entrar em campo, como não entrou hoje.

A Alemanha tem um futebol extraordinário, sempre teve. É uma equipe fortíssima. Mas o Brasil não perdeu hoje para a Alemanha. Não, a Seleção Brasileira perdeu para si mesma, antes mesmo do apito inicial. Jogou a toalha antes da luta.

É isto que mais dói.

PCFilho