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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Palmeiras 2 x 1 Fluminense (4 x 1 nos pênaltis)

Foto: Ari Ferreira/LANCE!Press.

Amigos, o Regulamento Geral de Competições da CBF, cujo artigo 80 está transcrito abaixo, é claríssimo:
Art. 80 – O clube visitante terá o direito de adquirir, com pagamento prévio, a quantidade máxima de ingressos correspondente a dez por cento (10%) da capacidade do estádio ou da capacidade permitida pelos órgãos de segurança, desde que se manifeste em até três (3) dias úteis antes da realização da partida, através de ofício dirigido ao clube mandante, obrigatoriamente com cópia às federações envolvidas e à DCO.
Parágrafo único – Em cumprimento de acordo assinado entre os clubes, inclusive para situações de reciprocidade, a disponibilidade de ingressos para o visitante poderá ser superior aos dez por cento (10%) da capacidade do estádio.

O Palmeiras, em seu novíssimo estádio, o Allianz Parque, não concedeu os 10% da capacidade ao Fluminense, para a semifinal da Copa do Brasil, na quarta-feira 28. A torcida tricolor não teve direito à quantidade de ingressos prevista em regulamento (e ofertada à torcida palmeirense no Maracanã, no primeiro jogo do confronto). Em suma: o Palmeiras cometeu uma flagrante infração ao regulamento da competição. Ora, se o Allianz Parque não pode cumprir os requisitos impostos pela CBF, então não pode receber jogos dos torneios organizados pela confederação. Simples assim.

Entretanto, esta nem foi a ocorrência extra-campo mais grave. Eu estava no Allianz Parque, e fui testemunha de uma situação absurda: o torcedor do Fluminense Flávio Mendes, 51 anos, passou mal logo após a disputa de pênaltis, não recebeu os cuidados adequados, e, depois eu soube, acabou falecendo. Com o atendimento em modo tartaruga, o adepto tricolor, que sofria um infarto, demorou cerca de vinte minutos para ser removido - uma demora inadmissível que, infelizmente, pode ter sido decisiva para o final trágico.

A justificativa do Palmeiras para rasgar o regulamento da CBF foi exatamente a "segurança dos torcedores". Ora, que porcaria de segurança é essa, que permite a morte de um torcedor na arquibancada? Ficou evidente que o Palmeiras sempre esteve cagando e andando para nossa segurança: deu menos ingressos para o Fluminense simplesmente por querer menos torcedores visitantes no estádio.

Vale lembrar que, na mesma competição, no ano passado, o Grêmio foi sumariamente eliminado, por causa de "ofensas racistas" dirigidas ao goleiro do Santos, em Porto Alegre. Isto é: por muito menos que o ocorrido na quarta-feira 28, a CBF eliminou o Grêmio da Copa do Brasil do ano passado. Perguntar não ofende: como será punida a escandalosa e obscena negligência do Palmeiras?

Como se não bastassem os crimes fora das quatro linhas, também em campo o Fluminense foi, mais uma vez, operado pela arbitragem. Na soma do confronto, o Palmeiras marcou três gols, dois deles originários de pênaltis inexistentes, inventados pelos senhores Vuaden (no Maracanã) e Daronco (no Allianz Parque). Jogando sempre contra quatorze homens, torna-se uma tarefa hercúlea ser campeão de qualquer coisa.

O Fluminense foi heroico, na arquibancada e em campo. Nós, os 5% que deveríamos ser 10%, engolimos os torcedores locais no canto, e evidentemente merecíamos voltar para o Rio de Janeiro com a vaga na decisão. Dentro das quatro linhas, os atletas do Fluminense também deixaram tudo, terminando com as camisas encharcadas de suor. Foi uma partida monumental do onze tricolor, de Diego Cavalieri a Fred. No segundo tempo, parecia que o Fluminense é que jogava em casa: o Palmeiras, acuado, apenas rezava pelo fim do jogo, para decidir tudo na loteria dos pênaltis.

Ah, os malditos pênaltis, que podem ser tudo, menos futebol. São um outro esporte, não mais justo que jogar uma moedinha para o alto e decidir no cara-ou-coroa. Que bonita seria uma prorrogação, que bonito seria um jogo extra. Mas não: preferimos desempatar tudo no acaso dos malditos pênaltis.

O Palmeiras está na final da Copa do Brasil, mas este confronto será para sempre lembrado com a mancha dos erros das arbitragens. Nem mesmo o torcedor palmeirense mais fanático acredita que o seu time mereceu, de fato, se classificar. Na soma dos cento e oitenta minutos, o Fluminense foi mais time, jogou mais futebol, e se não tivesse sido escandalosamente garfado nos dois jogos, estaria na decisão contra o Santos.

O futebol não é justo, às vezes é gritantemente injusto, como foi, e o Fluminense está fora da Copa do Brasil. Como diria o gênio, pior para os fatos.

Descanse em paz, Flávio. Que os seus parentes e amigos tenham força para seguir em frente. E que a sua morte não tenha sido em vão.

PCFilho

8 comentários:

  1. Olá Pc,

    Em respeito a você que sempre me tratou bem, tive a coragem de terminar de ler esse texto todo com parte verdade e maior parte "bobagens clubistas".

    Brevemente, lamentável o que aconteceu com o torcedor do Fluminense, nada ficou muito claro o que realmente aconteceu lá, apenas as autoridades empurrando o que aconteceu um para o outro, infelizmente e meus pêsames a família de coração.

    Não é a toa que as vezes quando leio seu blog mais especificamente a parte do cartola leio alguns usuários postando sua imparcialidade quando se trata do Fluminense, obviamente eu entendo pois também sou um torcedor apaixonado por seu time inclusive membro de uma das maiores torcidas organizadas do Brasil a Mancha Verde(mesma torcida que em seu texto você cita que "calou" a torcida local rs, piada né, tenho certeza que essa foi a parte pra descontrair sua frustração).

    Sou torcedor Palmeirense apaixonado porém realista, pois além de jogador profissional de poker eu tenho um nível avançado de trading esportivo(apostas esportivas) e justamente por esse meu lado consigo separar o lado torcedor para realizar esse trabalho nas apostas, inclusive já cansei de ganhar dinheiro apostando a favor do maior rival do meu Palmeiras, o Corinthians, isto tudo explico apenas para postar minha imparcialidade no futebol.

    Vou tentar ser breve, em relação aos dois jogos, o único pênalti que foi/é discutível foi o pênalti no Zé Roberto no primeiro jogo. Os demais penaltis perante a regra atual foram escandalosos, inclusive o não marcado no jogo da volta em Lucas Barrios ainda no primeiro tempo onde ele iria apenas empurrar a bola para dentro do gol sem goleiro, porém foi calçado escandalosamente e a fraca atuação do arbitro fez com que o jogo tomasse outro rumo perigoso privilegiando o Fluminense que obviamente jogou muito melhor e com chances de decidir no segundo tempo.

    Resumidamente, os erros aparentes aconteceram para ambos os lados e nenhuma equipe no cenário geral ao meu ver foi prejudicada, o que resta apenas a frustração de quem não conseguiu sua classificação e a tradicional "choradeira" por alguns torcedores mais apaixonados.

    Tenho certeza que o Fluminense é bem maior que toda essa "choradeira" e tenho certeza que a diretoria irá se planejar para melhorar o futebol para o ano que vem.

    Quero deixar claro que não pretendo voltar aqui pra ficar discutindo pois tenho certeza que não chegarei a lugar nenhum pois fica evidente em seu texto que não haverá discussão com sua opinião partidária, formada.

    Desculpe pela sinceridade, mas como em respeito li seu texto, espere que também respeite minhas palavras pois como disse não pretendo postar novamente.

    Abraços,
    Murilo Stein.

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    1. Murilo,

      O pênalti marcado para o Palmeiras no segundo jogo foi falta, sim, mas fora da área. A infração deve ser marcada em seu início, não em seu fim. Isso está nas Regras do Jogo da FIFA. A falta foi clara, mas foi fora da área. Portanto, não deveria ter sido marcado o pênalti: o Palmeiras foi beneficiado.

      Quanto à torcida, me desculpe, mas no segundo tempo os palmeirenses realmente foram calados pelos visitantes. Quem estava no Allianz Parque, como eu estava, sabe do que estou falando.

      O Fluminense foi, sim, na soma dos 180 minutos, escandalosamente prejudicado pelas arbitragens. Isso não é "clubismo", nem "choradeira": é a mera constatação dos fatos. Até torcedores rivais do Fluminense no Rio admitem que ficaram constrangidos com o que aconteceu, especialmente no primeiro jogo, mas também no segundo.

      Repito o que escrevi no texto: a classificação do Palmeiras será eternamente manchada pelos erros das arbitragens, que foram grosseiros. O que dizer do Daronco encerrando o jogo antes do escanteio para o Fluminense, mesmo antes do fim dos acréscimos de 4 minutos, prometidos por ele? Sacanagem pura, convenhamos: medo de o Fluminense marcar o merecido gol da classificação.

      Enfim, também respeito você, mas me parece evidente que o "clubismo" está, sim, nublando a sua visão de como foram as semifinais.

      Boa sorte na decisão. Acho que vocês vão precisar de mais que dois pênaltis inventados pra ganhar do "Santástico". rsrs.

      Abraço!
      PC

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  2. Resumindo o PC quer a vaga no tapetao, normal. Ponto.

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