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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

5 razões pelas quais o Fluminense NÃO deveria demitir Eduardo Baptista


A maior parte da torcida do Fluminense deseja a demissão do treinador Eduardo Baptista, conforme o resultado da enquete que fiz ontem no Twitter, durante o segundo tempo da fácil vitória por 4 a 0 sobre o Tigres do Brasil, em Volta Redonda, pelo Campeonato Carioca:

Então, sei que estou remando contra a maré ao defender a permanência de Eduardo Baptista no comando técnico do clube tricolor. Ainda assim, resolvi expor as razões pelas quais acredito que o Fluminense não deveria demitir seu treinador agora.

1) O Fluminense é o clube de futebol que mais troca de treinadores no mundo. E isso precisa parar.

Sim, isso mesmo: o Fluminense é o time que mais demite treinadores no planeta. Desde 1986, ocorreram impressionantes 66 trocas de técnico em Laranjeiras. São, nos últimos trinta anos, mais do que dois treinadores por ano, ou um treinador a cada cinco meses (!!). Eu até concordo que a pressão por demissão pode ser útil para a produção de resultados no esporte. Entretanto, o profissional precisa de um mínimo de tranquilidade para desenvolver seu trabalho. Trocar de treinador a cada cinco meses, definitivamente, não é uma boa estratégia no futebol, porque é impossível desenvolver um trabalho sério em um período tão curto.

2) O Campeonato Carioca não pode servir como parâmetro para nada.

O mau começo do Fluminense no Campeonato Carioca, com tropeços contra clubes pequenos, é utilizado como argumento a favor da demissão de Eduardo Baptista. Eu também considero inadmissível que o time tricolor perca pontos para clubes com orçamentos muito menores, como os adversários do Campeonato Carioca. Entretanto, convenhamos, nesta primeira fase da competição da FFERJ, é muito difícil encontrar motivação (mesmo com este início claudicante, o Fluminense está se classificando para a segunda fase com folga).

Estes jogos sonolentos, contra equipes semi-amadoras e/ou de orçamentos reduzidos, com públicos ridiculamente pequenos, não podem servir como parâmetro para nada. Demitir um treinador por causa de tropeços na malfadada "Rubensliga" seria tão equivocado quanto aplaudi-lo de pé por vitórias nestas peladas fuleiras.

3) Cada demissão de treinador aumenta a já imensa dívida do Fluminense.

Quando um clube de futebol resolve rescindir o contrato de um treinador (ou atleta), precisa pagar o valor da multa rescisória, previsto em contrato. Em resumo: boa parte da dívida do Fluminense (estimada em mais de R$ 450 milhões) foi causada por esta ciranda louca de demissões de treinadores. Eduardo Baptista tem contrato com o Fluminense até dezembro de 2016, e um distrato antes do esgotamento deste prazo obrigaria o Tricolor a arcar com a multa rescisória.

4) Um clichê verdadeiro: não há no mercado treinadores melhores disponíveis.

A demissão de um treinador, naturalmente, só pode ser justificada pela contratação de um substituto potencialmente melhor. E os técnicos com currículo vencedor simplesmente não são opções viáveis para o Fluminense atualmente, ou por se encontrarem empregados, ou por custarem caro demais. A lista dos recentes antecessores de Eduardo Baptista no comando técnico do Fluminense (Renato GaúchoCristóvão Borges, Ricardo Drubscky e Enderson Moreira) demonstra a dificuldade de se encontrar um bom nome hoje.

5) Eduardo Baptista é uma boa aposta.

O atual treinador do Fluminense preenche os requisitos para ser considerado uma boa aposta. Para começo de conversa, ele é jovem: completará 46 anos no dia 30 de março (tem a idade que Alex Ferguson tinha ao iniciar seu longevo e bem-sucedido trabalho de 27 anos no Manchester United). Apesar de sua juventude, ele já é experiente, tendo trabalhado durante quinze anos como preparador físico (nove deles ao lado de seu pai, o veterano treinador Nelsinho Baptista, que certamente lhe ensinou bastante sobre a profissão).

Seu primeiro trabalho no comando técnico de um clube foi no Sport Recife, entre 2014 e 2015, e foi um sucesso estrondoso: campeão pernambucano e da Copa do Nordeste em 2014, com boas campanhas no Campeonato Brasileiro nos dois anos (as melhores de um clube nordestino na era dos pontos corridos). Em agosto de 2015, quando ainda treinava o Sport Recife, Eduardo apareceu no ranking de um site especializado inglês como 59º melhor treinador do mundo.

Provavelmente, ele ainda estaria no Sport Recife até hoje, mas, em setembro, aceitou a proposta do Fluminense e se mudou para o Rio de Janeiro. Seu retrospecto desde então é pouco animador (23 jogos, 7 vitórias, 5 empates e 11 derrotas), mas vale ressaltar que, antes dele, o time tricolor já vinha tendo péssimo desempenho. A canoa já estava furada - Eduardo Baptista ainda não conseguiu consertá-la, mas o Fluminense precisa decidir se confia ou não em quem contrata. (E vale lembrar a boa campanha na Copa do Brasil do ano passado, que só terminou devido a erros grosseiros da arbitragem na semifinal contra o Palmeiras).

O leitor concorda comigo, ou discorda de mim? Manifeste-se nos comentários!

PCFilho

5 comentários:

  1. Boa noite PC,

    Concordo que esse não é o momento de demiti-lo.
    Primeiro pq estamos no início do ano. Segundo, que a equipe está começando a jogar junto (a zaga é diferente, o meio ainda indefinido e o ataque tb). Lembro que Abel em 2005 quase caiu no carioca, ao que responderão: Eduardo não é Abel. Rs lembrando que Abel não era "incontestável" na época como o é para vários tricolores atualmente...

    Nosso futebol anda mal desde 2013... Sempre preguiçoso, lento e previsível.
    Muito em parte pelos jogadores que não demonstram nenhuma vontade em campo...

    Apostaria ainda nele.
    Pelo menos mais uns meses. Esperar ver se dá melhor padrão de jogo à equipe.

    Agora, Eduardo tem que buscar no elenco jogadores que exerçam as funções, ousar...
    Na meia, insiste com Danielzinho que subiu agora e nem testa Eduardo que voltou de empréstimo, ou Higor... Tem que aproveitar os jogos pequenos pra isso.
    Cícero, DS e Fred sao bons jogadores mas lentificam a equipe.

    Testaria uma formação com 3 zagueiros... e deixaria DS e Cícero um pouco à frente da zaga com um meia mais avançado fazendo o link com Fred e MJ. Leo e WS de alas aproveitando a velocidade.
    Sem a bola, 3 zagueiros e Ciço e DS fechando. Com a bola, o zagueiro mais habilidoso sobre pra cabeça de área e libera mais Ciço e/ou DS.

    Seria uma formação semelhante ao time de 2005.
    Marcão era o cabeça de área/terceiro zagueiro.
    Arouca e DS no meio com Juninho ou Felipe e depois Pet. Laterais ofensivos e um centro avante com um jogador de velocidade.

    Os próximos 3 jogos dirão o que o time quer e onde querem chegar!

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  2. Meu caro amigo PC,

    Há muito sem participar de debates por desgosto de ver pessoas com total desconhecimento sobre as coisas do futebol, como Mario Bittencourt e Fernando Simone à testa do nosso querido Fluminense.

    Dessa vez, porém, não pude me conter e pela primeira vez desde que acompanho seus lúcidos comentários sou obrigado a descordar veementemente de sua posição quanto à permanência de Eduardo Baptista.

    A começar pela falsa premissa levantada por você de que a avaliação do trabalho do treinador esteja calcada nos jogos do campeonato carioca.

    Realmente não está, os jogos desse ano e não só do Carioca apenas corroboram o péssimo desempenho desde setembro do ano passado, quando o Fluminense foi o último colocado no segundo turno do Brasileirão, perdendo todos os jogos fora de casa, sob a batuta do técnico emergente (mais um). Ressalte-se o fato de que não foi rebaixado devido ao péssimo primeiro turno do Vasco.

    Começou o ano e fomos penúltimo na Florida Cup e só não fomos o último porque houve um participante americano semiamador.

    Hoje estamos em último na Primeira Liga com grandes chances de sermos eliminados na próxima quarta-feira, caso ele resolva encher o time de armandinhos e promessas que não sabem chutar a gol.

    E convenhamos sermos dominados pelo Atlético-PR, levarmos um baile de bola do poderoso Volta Redonda e permitir ao fraco time do Madureira empatar com 9 homens em campo, se não é incompetência, não sei o que é.

    A justificativa maior para a manutenção recai no aumento das despesas com pagamento de multas. Mas, não é isso que a dupla incompetente vem fazendo desde que assumiu?

    Só para lembrar: a renovação de Cristóvão ao final de 2014, as contratações de Drubsky e Enderson, Renato, Victor Oliveira, João Felipe, Lucas Gomes, Breno, Marloni, Vinicius, Wellington Paulista, Magno Alves, Henrique, o afro, a renovação de Gum com salário irreal para o seu futebol e muitas outras lambanças.

    O time nunca jogou bem com Baptista. Apresenta-se sempre como um bando e as poucas vitórias conseguidas foram frutos da qualidade individual de alguns (poucos, é verdade) craques do elenco.

    Não existe treinamento tático. As fotos divulgadas hoje no site Netflu confirmam: 40 fotos, todas na academia ou no rachão. Desde quando rachão melhora qualidade dos atletas? Só serve mesmo para contundir os jogadores, como aconteceu com o Gerson e anteriormente com o Richarlison.

    Vc advoga a espera por dias melhores com base nos desempenhos do Sport. Desempenhos esses que nunca virão porque Eduardo tem o tamanho do Sport e por isso é talhado para dirigi-lo. No campeonato brasileiro, por exemplo não ganhou de ninguém fora do caldeirão de Recife, fenômeno que se repete no Fluminense desde que assumiu.

    Finalmente, informo que técnicos melhores há em disponibilidade sim: Cuca, Levir, que parece que está apalavrado com o Palmeiras e até mesmo o Abelão que, se contratado, não poderá ficar por mais de dois períodos, prazo em que forma as suas indefectíveis patotas.

    Caro PC, desculpe a veemência, mas guarde essa premissa: técnicos emergentes não ganham campeonatos importantes. Veja quantos já ganharam algum Brasileirão. Tirando o Andrade, que foi o único ponto fora da curva, o resto foi só de técnico cascudo.

    Abraços e Saudações Tricolores.

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  3. PC, vc errou feio. EB não tem estatura profissional pra treinar um clube do tamanho do Fluminense. Perder para o Voltaço já foi o fim da picada. Ganhando, empatando ou perdendo, o time do EB nunca jogou bola. Abraços.

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    1. Você pode discordar de mim, mas ainda não pode dizer que "eu errei".

      Só poderá dizê-lo se:
      1) Eduardo Baptista continuar no cargo e isto culminar com o rebaixamento no Campeonato Brasileiro;
      ou
      2) Eduardo Baptista for demitido e seu substituto fizer este elenco jogar por música.

      Por enquanto, ninguém "errou" ou "acertou". ;)

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