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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Recordar é viver - O fim do jejum

Rio de Janeiro, 21 de junho de 1989.

Amigos, vinte e um anos demoram muito para passar. É tempo à beça, é tempo pra chuchu. Dá para nascer, viver e morrer em 21 anos. Imaginem ter que esperar tanto tempo por um evento! Eis o drama maior da torcida do Botafogo: o jejum de 21 anos sem títulos.

Foram vinte campeonatos seguidos longe de General Severiano: nove do Fluminense, seis do Flamengo, e cinco do Vasco. Durante o período, os rivais também abocanharam o Campeonato Brasileiro: três vezes o Flamengo, duas vezes o Fluminense, e uma vez o Vasco. Em 1981, o Flamengo ganhou até a Libertadores. Em 1982, até o América conquistou uma taça, a de campeão dos campeões. Enquanto via os rivais se encherem de glórias, o botafoguense persistia aguardando o triunfo que cismava em não vir.

E o que dizer do botafoguense nascido no final da década de 60, ou no início dos anos 70? Se ele persistiu Botafogo, é um herói, nada menos que um herói. Passou a infância sem comemorar um caneco, passou a adolescência sem viver uma glória, e começou a vida adulta ainda esperando pela primeira taça. Há que se ter uma paixão feérica para não virar a casaca nessas circunstâncias! Alguns certamente desistiram do botafoguismo. Disse alguns, mas talvez tenham sido muitos. Não importa: ficaram apenas os botafoguenses de carne e alma, os botafoguenses para a vida e a morte. A cada um que abandonava a Estrela Solitária, crescia o sentimento daqueles que ficavam no Botafogo.

Hoje tinha que ser o grande dia: o Botafogo chegou invicto à decisão com o Flamengo. E essa invencibilidade foi dura de se manter. No dia 7 de maio, portanto há 1 mês e 2 semanas, o Flamengo de Telê estava batendo o Botafogo por 3 a 1. "Cai o último invicto do campeonato carioca", anunciou, aos berros, o locutor da TVE, Januário de Oliveira. Porém, com uma reação espetacular, o quadro de General Severiano conseguiu o empate redentor no finalzinho. Aquele 3 a 3 foi a prova de que 1989 seria mesmo o ano do Botafogo. Amigos, não se levanta uma taça em único dia: um título é todo sangue, todo suor e todo lágrimas de um campeonato inteiro. O Botafogo provou isso com a conquista invicta de hoje.

E quem é o personagem do jogo? Ora, só pode ser o camisa 7 alvinegro: Maurício. Foi ele que marcou o aguardado gol do título. Aguardado, sim - esse gol era mais aguardado que um Moisés em General Severiano! Há quem diga que ele empurrou o zagueiro rubro-negro: será? Bom, a discussão ocupará bares e esquinas nos próximos dias, mas pouco importa. Se Maurício fez mesmo falta, foi sutil o suficiente para que o árbitro não percebesse. De mais a mais, independentemente da irregularidade ou não no gol do título, o Botafogo merecia o caneco. Desde o início do certame, não houve equipe mais regular, com uma batida mais harmoniosa, que o Alvinegro.

Durante o longo período de jejum, os botafoguenses vestiram as duras e feias sandálias da humildade, e choraram rios de tristeza, mas o sofrimento chegou ao fim hoje. Pode comemorar, torcedor alvinegro: o Botafogo é de novo campeão. Porém, ressalto que é preciso continuar vencendo, para não se esquecer de como é que se faz. Portanto, alvinegros, tratem de pensar no bi!

PC

3 comentários:

  1. Esse é um daqueles jogos imortais, toda quebra de jejum é sempre lembrada, como a do Corinthians contra a Ponte. Mas essa é única, vencer 21 anos sem títulos, em cima do Flamengo, com um gol irregular, é maravilhoso.

    O gol de Maurício é o mais marcante do Botafogo em cariocas, como o gol de barriga é para o Flu e o do Pet contra o Vasco é para o Fla.

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  2. falta sutil foi brincadeira,moh empurrão do mauricio XD

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  3. "Imaginem ter que esperar tanto tempo por um evento! Eis o drama maior da torcida do Botafogo: o jejum de 21 anos sem títulos."

    HUIAUIAUIAHAUIAHIAHUIAH sarcasmo venenoso HAUIAUIAHUIAUHIHA

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