Páginas
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Dois de Julho de 2008
Com as sábias palavras do profeta tricolor, inicio meu texto. Escrevo um dia após a épica final da Libertadores. Ontem foi, certamente, o dia mais emocionante da minha vida. Infelizmente, a sensacional campanha não foi coroada com o troféu. O pedaço de metal vai para a Liga de Quito.
Ficou um sentimento de vazio, sem dúvida. A perda do título foi dolorosa, porque esse time e essa torcida o mereciam, mais do que ninguém. Mas o futebol nem sempre premia o melhor time. O futebol não tem nenhum compromisso com a justiça. Talvez por isso seja esse esporte tão popular.
Orgulho de ser Tricolor. Esse é o sentimento que predomina. Só quem esteve no Maracanã na quarta-feira sabe o que presenciou. Foi o maior espetáculo que uma torcida jamais realizou. A saudação dos mais de 85.000 torcedores à entrada do time, com o pó-de-arroz, as bandeiras, as músicas e os sinalizadores, foi de emocionar tricolores e não-tricolores. Tratando a arquibancada como um pedaço de papel, escrevemos FLUMINENSE. Quando o escrito se apagou, surgiu outro: FÉ. Estávamos perdendo por 2 gols, e precisávamos ter fé.
Eis que, logo no início do jogo, sofremos um duro golpe. Dez segundos de silêncio sepulcral anunciaram o gol da Liga. Agora precisávamos de três gols para empatar o confronto. Essa diferença jamais havia sido igualada em uma final de Libertadores. Mas a fé continuava inabalável. Como já disse, foram dez segundos de silêncio. Assimilado o golpe, a torcida voltou a cantar, a apoiar incondicionalmente o Fluminense.
Então surgiu a grande figura do jogo: Thiago Neves. O camisa 10 teve a melhor atuação individual da história do Maracanã. Marcando três golaços, ele liderou o Fluminense na quebra do último tabu desse campeonato recheado de tabus. O Tricolor conseguiu empatar o inempatável. Os jogadores trajados nas três cores que traduzem tradição mostraram uma garra, uma vontade e um ímpeto inexcedíveis. O placar de 3 a 1 levou o embate para a cruel prorrogação. E esta se arrastou até a disputa de pênaltis. A sorte então sorriu para os equatorianos.
Durante todo o campeonato, não houve time mais constante do que o Tricolor. A melhor campanha de toda a primeira fase, e as épicas batalhas contra São Paulo e Boca Juniors desenharam o campeão. Se justiça houvesse, nisso todos concordam, o pedaço de metal iria envelhecer na Sala de Troféus da Rua Álvaro Chaves. O Fluminense de 2008 se junta à Hungria de 1954 e à Holanda de 1974. Daqui a duzentos anos, ninguém se lembrará dos campeões desses três históricos torneios. Todos se lembrarão apenas dos três times que praticaram o melhor futebol, embora não tenham levado o pedaço de metal para casa.
Neste momento, trovões cruzam os céus da Cidade Maravilhosa, em pleno inverno. Eles certamente mostram a revolta dos deuses do futebol. Para eles, o Fluminense Football Club é o campeão.
Erguendo-me das cinzas da humildade, anuncio: em 2009, vamos ganhar essa taça!
Saudações Tricolores!
PC
9 comentários:
Regras para postar comentários:
I. Os comentários devem se ater ao assunto do post, preferencialmente. Pense duas vezes antes de publicar um comentário fora do contexto.
II. Os comentários devem ser relevantes, isto é, devem acrescentar informação útil ao post ou ao debate em questão.
III. Os comentários devem ser sempre respeitosos. É terminantemente proibido debochar, ofender, insultar e/ou caluniar quaisquer pessoas e instituições.
IV. Os nomes dos clubes devem ser escritos sempre da maneira correta. Não serão tolerados apelidos pejorativos para as instituições, sejam quais forem.
V. Não é permitido pedir ou publicar números de telefone/Whatsapp, e-mails, redes sociais, etc.
VI. Respeitem a nossa bela Língua Portuguesa, e evitem escrever em CAIXA ALTA.
Os comentários que não respeitem as regras acima poderão ser excluídos ou não, a critério dos moderadores do blog.
No dia 10 de maio, li aqui um post cujo título era "Maracanazo".
ResponderExcluir"Sete de maio de dois mil e oito. Eu vivi meu próprio Maracanazo. Meu não, do meu time, Flamengo."
Dois de julho de dois mil e oito. Eu vivi meu segundo Maracanazo. Meu não, do Fluminense.
Dois episódios que ficarão para sempre na história do futebol brasileiro: Brasil em 1950 e Fluminense em 2008. O gosto é o mesmo.
Caraca, o Minoru roubou meu comentário!!
ResponderExcluirPC, não exagera, vai... comparar o Flu com Aquela Holanda e a Hungria de Puskas é forćar um pouco a barra. Mas posso dizer que até eu, que no fundo não queria que o Fluminense ganhasse fiquei triste com a perda do título dessa forma: depois de conseguir tirar toda aquela diferença, perder nos pênaltis de forma tão medíocre...
Já tinha falado para vocês que aquele "juiz" ia tolerar toda a cera dos equatorianos, e após prejudicar Flamengo e Santos, prejudicou o Flu também... Mas poderia ter sido pior, se o bandeira não errasse contra a Liga.
Só pra apimentar: os Rubro-negros sentem-se vingados (eu não, mas em geral é assim), os botafoguenses, aliviados (não são os únicos "grandes" do Rio sem o troféu, e os vascaínos, bom, esses não devem nem saber que a final aconteceu... estão mesmo é satisfeitos com a eleição do Dinamite e o fim da era eurico.
SRN
Não vi jogar a Holanda de 74, muito menos a Hungria de 54. Nem estou querendo compará-las ao melhor time que eu vi jogar.
ResponderExcluirO fato é que, nesses 3 campeonatos, o vice-campeão foi o verdadeiro vencedor.
Sobre o juiz, ele não deu dois pênaltis claros para o Fluminense no tempo normal. Não me venham falar do gol (mal) anulado da LDU na prorrogacão, pq essa nem deveria ter acontecido.
ST!
PC
Caro PC,
ResponderExcluirparticipei junto a ti desses últimos dias mais intensos na minha vida como torcedora do Fluminense. Vivi um misto de sentimentos que hoje ainda não consigo colocar em palavras. Mas, de uma coisa tenho certeza, tenho MUITO orgulho desse time de guerreiros que junto a outros 80 mil lutaram até o fim.
Não deu, meu caro amigo. Mas, como te disse ontem a ira dos Deuses é clara, hoje trovejou de novo e eu tenho certeza que eles não estão satisfeitos. A injustiça que o juiz argentino cometeu jamais será esquecida, jamais será apagada da memória de todos nós. Mas, me arrisco a dizer que a nossa ERA começou. Nos aguentem.
A guerra no Brasileirão começou e nela já me sinto presente! Rumo a quem sabe o título desse Brasileiro, se não der, rumo a Libertadores de 2009, quando o VERDADEIRO campeão será coroado!
Beijos amigo!
Só quem sentiu a dor da injusta perda na final da Libertadores tem noção de seu tamanho. É duro agüentar as provocações e o cinismo (ou burrice) das torcidas rivais que, em sua maioria, não reconhecem o incontestável merecimento do título pelo Fluminense e ainda dizem que o juíz roubou igualmente pros dois lados.
ResponderExcluirEsquecendo a mediocridade de quem não tem time pra chegar aonde o Fluminense chegou e grandeza de caráter para reconhecer o óbvio, acredito que vamos colher frutos deste belo trabalho que está sendo feito por Branco e equipe.
E quando chegarem os "dias de colheita" os medíocres vão ter que engolir calados o ódio e a inveja que sentem do Fluminense.
http://www.orkut.com.br/CommMsgs.aspx?cmm=28077&tid=5219653581367940310&start=1
ResponderExcluirPC, parabéns pela fecilidade e lucidez das palavras empregadas neste texto.
ResponderExcluir[]'s
Galvão
Lendo os comentários resolvi dar um pitaco: ..."mas poderia ter sido pior, se o bandeira não errasse contra a liga". Pois é, errou, mas errou na prorrogação, que não existiria se tb não tivesse errado contra o Flu, no lance que originaria um penalty e a expulsão do goleiro (Cícero) e tb na não marcação do penalty no Washington que tb resultaria na expulsão do beque que fez a falta). Tenho o dvd, prova cabal, não adianta dizer que é forçassão de barra. Com "prováveis" 4x1 contra ainda no primeiro tempo dos 90' e com dois jogadores a menos alguém em sã consciência ainda apostaria na LDU???? Fui...
ResponderExcluiresse é um um dia pra esquecer prara sempre e lembrar para sempre. saudacoes tricolores
ResponderExcluir