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domingo, 31 de maio de 2009

Personagem do domingo - Seneme

Amigos, ser tricolor é sofrer. Até os quarenta e oito minutos do segundo tempo, a doce e santa vitória estava nas mãos do Fluminense. Um golzinho de pênalti no último minuto, e dois preciosos pontos ficaram em Recife. Na minha condição de pó-de-arroz nato, confesso, hereditário e sofredor, me crispei, arquejei, vidrei os olhos, agonizei como um césar apunhalado. No campeonato de pontos corridos, cada partida é uma decisão. Vocês têm noção do que esses dois pontos perdidos podem representar? Eles podem ser a diferença entre o título e o vice, entre a glória suprema e o esquecimento eterno.

Escrevo logo após a batalha dos Aflitos, e portanto ainda sinto a angústia dos dois pontos perdidos no instante derradeiro. Só consigo me imaginar no futuro dia 6 de dezembro, na arquibancada do Couto Pereira, chorando um vice-campeonato por causa dos valiosos dois pontinhos deixados hoje em Recife. Pensem comigo: será muito triste perder um tricampeonato assim.

Jogamos toda a partida muito bem. Fred aproveitou passe açucarado de Diogo, e chutou cruzado no começo, abrindo o placar para o Fluminense. E depois o jogo todo foi controlado pelo Tricolor. Com vontade e inteligência, nossos jogadores administravam o resultado da vitória. Se eu fosse catar o personagem do domingo entre os 11 jogadores do Fluminense, teria uma tarefa ingrata. Foram muito bem o estreante Diogo, o goleiro Berna, o argentino Conca e o Fred. Ah, o Fred! Ele mostrou que entende do métier de centroavante. Além de ter feito o gol, mostrou durante todo o jogo uma categoria inexcedível.

Infelizmente, o camisa 9 teve que ser substituído por Parreira, mesmo jogando tão bem. O motivo? Ah, nesse ponto começou a influência do meu personagem do domingo. Ele andava sumido, mas está de volta: o juiz-ladrão! Vi e revi o lance, mas não consegui entender: por quê o capitão Luiz Alberto foi expulso? Ele não fez nada! O fato é que, para não deixar a defesa exposta, o pé-de-uva precisou colocar Cássio às pressas, no lugar de Fred.

Seneme é o nome do árbitro paulista. Vejam só, os jogadores do Náutico pareciam lutadores em campo: distribuíram bordoadas durante os noventa minutos. Em um lance, por exemplo, o lateral-esquerdo tricolor João Paulo levou um pontapé daqueles, e o agressor não foi expulso. Minutos depois, o Luiz Alberto recebeu o cartão vermelho por nada. Houve ainda um pênalti insofismável em Alan. O príncipe pó-de-arroz penetrou na área pela esquerda, e foi claramente derrubado pelo zagueiro do Timbu. O juiz Seneme mandou seguir. Aos 49 do segundo tempo, foi a vez de o tricolor Maicon fazer o pênalti. Dessa vez, o juiz-ladrão assinalou a falta. E assim o time pernambucano empatou, no último minuto.

Por ter influenciado decisivamente no empate que pode tirar-nos o tricampeonato, Seneme - o juiz-ladrão - é o ocupante do ilustre posto de meu personagem do domingo.

PC

sábado, 30 de maio de 2009

Carta aberta da torcida do Fluminense

Abaixo, a íntegra da carta aberta escrita por alguns torcedores do Fluminense, em nome de toda a torcida tricolor, sobre a preocupante situação atual do clube. Enviamos para a imprensa, divulgamos em fóruns da internet, e fizemos chegar a jogadores, comissão técnica e dirigentes. Espero que eles entendam o teor da carta, e passem a honrar as três cores que traduzem tradição.

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Prezados jogadores, membros da comissão técnica e dirigentes do Fluminense Football Club,

No dia 2 de julho de 2008, a torcida do Fluminense, reconhecendo e apoiando a brilhante trajetória do time na Taça Libertadores da América, fez a maior e mais bonita festa da história do Maracanã, reconhecida até pelas torcidas dos times adversários.

Infelizmente, o resultado não foi o que todos esperávamos, mas o apoio incondicional ao time continuou a ocorrer durante o Campeonato Brasileiro, mesmo com atuações pífias, que nos levaram a conviver com o fantasma do rebaixamento até a penúltima rodada.

E sempre estivemos com o time. Até mesmo na última rodada do Campeonato Brasileiro, em jogo em que nada estava sendo disputado, mais de 50 mil torcedores foram ao Maracanã para homenagear o zagueiro Thiago Silva, que fazia a sua última partida com a camisa tricolor.

Foi um ano de proximidade com o Paraíso e de proximidade com o Inferno. Mas, não importando onde o time estivesse a torcida sempre esteve ao seu lado. Incondicionalmente.

Porém, é necessário que fique claro: mais um ano de terror, de vergonha, de chacotas, de distância de suas tradições, a torcida do Fluminense não aceita mais! Longe do Campeonato Carioca (sem disputar uma final há 4 anos), longe da Copa do Brasil e já namorando com a parte baixa da tabela no Campeonato Brasileiro... Esse pacote da VERGONHA nós, torcedores, não podemos aceitar.

Pela primeira vez em muitos anos, no dia 24 de maio – último domingo, nós vimos a torcida do Fluminense unida na vaia por conta de mais uma apresentação vergonhosa deste time, na derrota por 4 X 1 para o Santos.

Nas palavras do jornalista Fernando Calazans, em sua coluna no jornal O Globo, em 25 de maio de 2009, intitulada Atuação indigna: "...se bem que a atuação deste último, o Fluminense, foi algo indigno do clube e de sua torcida. Um placar de 4 a 1 para o Santos, logo no Maracanã, pode até acontecer. Outros times grandes já passaram por esse desgosto. Pior foi a forma como o Fluminense perdeu, com uma aparente mistura de incompetência e desinteresse, com desorganização, com dois jogadores expulsos e com uma única atuação individual digna, até pelo espírito de luta: Conca" (grifos nossos).

O Sr. Fernando Calazans conseguiu captar esplendidamente o sentimento da torcida do Fluminense.

Srs. jogadores do Fluminense Football Club: honrem a camisa e o clube que hoje os srs. representam. A camisa que Preguinho, Castilho, Gerson, Romerito vestiram com tanta honra não pode ser manchada pela falta de dedicação, pela falta de entrega, pela falta de suor que os Srs. vêm demonstrando. Ser profissional, Srs., não é ter o direito de receber o salário todos os meses. Ser profissional é dar a sua máxima dedicação quando estão representando o clube "das três cores que traduzem tradição". É suar sangue para conseguir uma vitória. É morrer de chuteiras não aceitando uma derrota. É ter orgulho de ouvir o seu nome gritado pela mais bela torcida do Brasil. É poder falar para seus filhos e netos com orgulho "Eu joguei e ajudei a escrever a bela história do Fluminense Football Club".

Nosso hino fala no verde da esperança. Porém, não sentimos esperança alguma com a apatia que vem sendo mostrada pelos senhores. Nosso hino fala no sangue, no amor e no vigor. Porém, não vemos sangue, amor e vigor em campo. Nosso hino fala em usar a fidalguia. Porém, o que vimos foi um atleta tricolor sendo expulso por agredir covardemente um adversário.

Temos uma sensação completa de vazio, de que algo muito bonito nos foi roubado, tomado da forma mais mesquinha e vergonhosa. Tem de haver um jeito, isso não pode permanecer assim.

É toda uma história indo pelo esgoto. Parece que uma essência natural que o Fluminense tinha, de se impor, de amedrontar pela força da camisa, de se afirmar sobre qualquer dificuldade, desaparece a cada dia.

O Fluminense do jogo com o Santos não é o Fluminense. Aquilo não é Fluminense. Hoje nós temos vergonha de vocês.

O que mais nos preocupa é A IMENSA DISTÂNCIA QUE SEPARA O CLUBE FLUMINENSE FC, representado em campo e fora dele por vocês – jogadores profissionais, comissão técnica e dirigentes, DE SUA TORCIDA. A sensação para qualquer torcedor tricolor, presente ou não, domingo no Maracanã foi de uma torcida à frente do tempo do clube. Estamos fazendo nossa parte. Com sobras. Somos apaixonados e pedimos que se não podem demonstrar nossa paixão que pelo menos honrem nossa paixão. A respeitem.

Caso se sintam tão afastados da história do clube, procurem saber mais sobre Castilho, Pinheiro, Telê, Romerito, Assis (que está aí, trabalhando no clube, perto de vocês). Procurem saber sobre Arnaldo Guinle. Leiam uma bela resenha de um jogo feita pelo Nelson Rodrigues. Escutem o hino nas vozes apaixonadas do Evandro Mesquita, do Chico Buarque ou no dedilhar brilhante do grande Arthur Moreira Lima.

A torcida do Fluminense é hoje reconhecida pelas festas e pelas músicas de apoio que cantamos os 90 minutos do jogo. Tem uma música que diz assim:

VAMOS TRICOLOR.

JOGA COM GARRA QUE NÓS TE APOIAREMOS.

Lembrem-se disso e correspondam. É somente isso que pedimos.

Assinado

Torcida do Fluminense Football Club.

Em 26 de maio de 2009, fatos lamentáveis ocorreram durante o treino. Os signatários desta carta repudiam veementemente o ocorrido e alertam para:

a) Havia pessoas estranhas ao treino na tribuna social do clube, demonstrando total falta de comando por parte da Administração do Fluminense.

b) Esperamos que os próximos tiros dados de dentro do campo das Laranjeiras, sejam tiros de fogos de artifício e não de armas de fogo.

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Vídeo que resume nossos 106 anos de glórias, editado pelo amigo Bolt:

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Dez anos sem João do Pulo


A 28 de maio de 1954, nascia em Pindamonhangaba João Carlos de Oliveira. Negro, franzino e de família pobre, o menino se viu obrigado a entrar no exército, aos quinze anos de idade. Dois anos depois, começou a treinar atletismo, ainda no exército. A idade é considerada avançada para o início da carreira de um atleta, mas o talento e a determinação de João o fizeram superar esse obstáculo. Quando contava dezenove aniversários, começou a espantar o mundo. O ano era 1973, e o rapaz começou a contabilizar glória atrás de glória. No mesmo ano, foi campeão paulista, do Troféu Brasil e do Sul-Americano juvenil (em Assunção, no Paraguai). Sua especialidade era o salto triplo. Seu salto na capital paraguaia foi de incríveis 14,75 metros: tratava-se do recorde mundial júnior. Nessa época, ele treinava no São Paulo Futebol Clube e no Esporte Clube Pinheiros (foi o primeiro atleta negro da história do Pinheiros).


Em 1975, já na categoria adulta, João assombrou o mundo com um salto espetacular no Pan-Americano da Cidade do México. Escrevi "salto" mas já me corrijo: foi um autêntico vôo. Ao aterrissar na caixa de areia, ele consumou o milagre: 17 metros e 89 centímetros! "Tão espantoso quanto correr os 100 metros em 9 segundos", disse um especialista na época. Naquela saudosa tarde de 15 de outubro, João Carlos de Oliveira ganhou o apelido histórico: João do Pulo. O recorde anterior pertencia ao então bicampeão olímpico, o mítico atleta soviético Viktor Danilovich Saneyev, e foi superado em espetaculares 45 centímetros. Vale ressaltar que João do Pulo também conquistou o ouro no salto em distância, nesse mesmo Pan.

No ano seguinte, João do Pulo foi ao Canadá para tentar ser campeão olímpico. Mas não alcançou o feito: ficou com o bronze de Montreal, pois seu salto de 16,90m foi superado por Saneyev (que conquistou o tri) e pelo americano James Butts. Porém, seu recorde mundial continuou intacto. Em 1979, veio o duplo bicampeonato nos Jogos Pan-Americanos de Porto Rico: ouro no salto triplo e no salto em distância.

Em 1980, vieram as Olimpíadas de Moscou. João do Pulo vivia o auge de sua carreira, e era o grande favorito ao ouro do salto triplo. Seus principais concorrentes seriam dois soviéticos: o já citado Saneyev e Jaak Uudmäe. Os Jogos Olímpicos desse ano ficaram marcados pelo boicote norte-americano, e também por arbitragens suspeitas, que sempre favoreciam os donos da casa. Os fiscais do salto triplo não fugiram à regra: anularam nove dos onze saltos de João do Pulo. Um deles, mal anulado, seria o novo recorde mundial, e garantiria a medalha de ouro ao atleta brasileiro. Uudmäe conquistou o ouro, Saneyev a prata, e João do Pulo ficou de novo com o bronze. Sua merecida conquista olímpica teve que ser adiada para 1984, em Los Angeles. 

Porém, em 22/12/1981 aconteceu a tragédia: gravíssimo acidente de carro na Via Anhangüera, em São Paulo. Onze meses de batalha no hospital, e a amputação da perna direita do recordista, 10 centímetros abaixo do joelho. O mundo chorava o fim da carreira de um dos maiores atletas de todos os tempos.

Em 16/06/1985, o americano Willie Banks bateu o recorde mundial de João do Pulo, saltando 8 centímetros a mais que o brasileiro (17,97m).  

De 1986 a 1993, João do Pulo foi deputado estadual, defendendo com garra os interesses dos atletas e dos deficientes físicos. Como empresário, não obteve muito sucesso, com uma transportadora e uma padaria. Sofreu crises de depressão, e em abril de 1999 foi internado com problemas no fígado. Há exatos dez anos, em 29 de maio de 1999, faleceu, devido a uma infecção generalizada, para o pranto eterno dos deuses do esporte. O mito deixou dois filhos.

Em 20/05/2007, mais de trinta anos após a marca de João do Pulo, seu recorde brasileiro e sul-americano foi superado em 1 centímetro por Jadel Gregório (17,90m). A marca de 17,89m obtida em 1975 é tão espetacular que, até hoje, somente sete atletas a superaram na história. Dentre os recordes mundiais do atletismo, o do salto triplo é o que menos evoluiu de 1975 até hoje. Este fato demonstra o quão fantástica foi a marca de João do Pulo.

Aldir Blanc e João Bosco, dois craques da música brasileira, o homenagearam com a canção "João do Pulo". João do Pulo mereceu. Ou melhor: João do Pulo merece, porque João do Pulo é eterno.

PC

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sobre o protesto em Laranjeiras

Amigos, a falta de garra do time no último jogo (Santos 4 a 1) justifica um protesto veemente. Os jogadores do Fluminense precisam entender que para jogar no Tricolor é preciso suar sangue, correr feito coelhinho de desenho animado, se entregar mesmo. A diretoria, então... essa merece críticas severas! Não dá estrutura ao time, dá a Parreira um elenco limitadíssimo em certas posições, e desrespeita a torcida das mais diversas formas.

Porém, nada justifica a violência. O que ocorreu ontem em Laranjeiras foi lamentável. Quando partiram para a agressão física, os torcedores que estavam lá perderam totalmente a razão. Nossa torcida sempre foi marcada pela fidalguia, e por protestos inteligentes e bem-humorados. Violência só gera mais violência. Aos leitores que me cobraram um posicionamento a respeito do caso: repudio veementemente qualquer protesto violento.

O único benefício foi a aceleração do processo de mudança de Laranjeiras para um Centro de Treinamento decente. Afinal, ficou demonstrada a total falta de segurança do nosso endereço de Álvaro Chaves.

Meu amigo Aquino resumiu meu sentimento sobre o caso: que os próximos tiros disparados no Laranjal sejam não de armas de fogo, mas sim de fogos de artifício em comemoração a mais um título.

PC

terça-feira, 26 de maio de 2009

Recordar é viver - Chuva de gols no Pacaembu

São Paulo, 7 de março de 1958.

Amigos, o Estádio Municipal do Pacaembu estava lotado: 43.068 torcedores escorriam pelas suas paredes. E elas foram testemunhas de uma dessas partidas imortais. O Santos do técnico Lula entrou no gramado com a seguinte escalação: Manga; Hélvio e Dalmo; Fioti, Ramiro e Zito; Dorval, Jair, Pagão, Pelé e Pepe. Que linha, amigos, que linha! O Palmeiras, treinado por Oswaldo Brandão, também possui um autêntico escrete: Edgar; Edson e Dema; Waldemar Carabina, Valdemar Fiúme e Formiga; Paulinho, Nardo, Mazzolla, Ivan e Urias.

Quando o cronômetro marcava 18 minutos, Urias inaugurou o placar: Palmeiras 1 a 0. Aos 21, o menino Pelé empatou para o Santos. Quatro minutos depois, aconteceu a primeira virada da partida, com o tento de Pagão: Santos 2 a 1. Mas a equipe alvinegra não teve muito tempo para comemorar, pois um minuto foi o suficiente para Nardo empatar de novo a peleja: 2 a 2. Quatro gols em 26 minutos: que chuva de gols no Pacaembu!

Porém, sabemos que a linha de frente do alvinegro praiano é insaciável: Dorval aos 32, Pepe aos 38 e Pagão aos 46 deram números finais ao primeiro tempo: Santos 5, Palmeiras 2. No vestiário, Pepe estava eufórico e otimista: "companheiros, temos a chance única de enfiar 10 gols no Palmeiras hoje: não vamos desperdiçá-la!".

Amigos, o que se viu no segundo tempo da batalha no Pacaembu foi surreal. O Palmeiras demonstrava um ímpeto, uma paixão e uma garra inexcedíveis. Aqueles onze guerreiros vestidos de verde estavam definitivamente dispostos a vencer ou perecer! Aos 16 minutos, Paulinho diminuiu para 5 a 3. Aos 19, Mazzolla diminuiu para 5 a 4. Aos 27, de novo Mazzolla estufou as redes de Manga: 5 a 5! Sete minutos depois, aconteceu o improvável e sublime milagre: Urias marcou o gol da virada! Nem o próprio placar parecia acreditar no que exibia: Palmeiras 6, Santos 5! A maior virada da história, e justo contra a seleção de astros do Santos!

Aquilo não era possível. As mais de 40 mil testemunhas estavam atônitas. Os 22 jogadores, o juiz, os bandeirinhas, os massagistas e os gandulas também achavam que se tratava de um delírio coletivo. Disse "os 22 jogadores", mas já me corrijo. Havia, entre os 22 guerreiros que encharcavam as camisas de suor, um jogador com plena consciência do que estava acontecendo. Falo de Pepe, o robusto atacante do Santos. No intervalo, ele queria meter dez no Palmeiras; agora, ele sentia na carne e na alma o duro golpe da acachapante virada.

O jogo foi tão emocionante, tão arrebatador, que houve duas mortes nas arquibancadas: um torcedor do Santos e um torcedor do Palmeiras enfartaram. Invejo a morte destes dois heróis: deram a vida por seus clubes do coração! Eis o exemplo de máximo sacrifício pela paixão clubística! São dois heróis anônimos, mas dois heróis eternos! Merecem estátuas de ouro.

Um jogador comum se resignaria e aceitaria a virada apenas como um duro golpe. Mas Pepe não é um jogador comum. É um craque, um autêntico craque, e essa sua condição não permitia a mera aceitação do escore. Ele pegou a pelota e resolveu: "isso não vai ficar assim". Aos 38, em furiosa penetração, Pepe empatou a partida: 6 a 6! E, aos 41, ocorreu o surreal, o inacreditável, o sobrenatural. Pepe enfiou até o cabo mais um gol nas redes palmeirenses. Sim, amigos: Santos 7, Palmeiras 6!

Não preciso escrever mais nada: Santos 7, Palmeiras 6. Um placar tão estrepitoso, tão acachapante, tão surreal fala por si próprio.

PC

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O campo pequeno

Amigos, no último sábado, fui a Álvaro Chaves. Assisti ao segundo tempo de um jogo dos juniores, entre Fluminense e Bangu, que ocorreu no antigo Estádio das Laranjeiras, atual Estádio Presidente Manoel Schwartz. Não resisto à tentação de fazer a apologia do campo pequeno. Ele apresenta vantagens consideráveis: antes de mais nada, é lírico, aconchegante e cálido como um galinheiro. Um paralelo entre Laranjeiras e Maracanã nos ensinará muita coisa. No Maracanã, há entre nós e o jogo uma distância irredutível. Todas as nossas relações com a partida são modificadas. De fato: que espécie de élan, de glorioso espasmo, de furiosa adesão podemos ter, se tudo é tão vago, longínquo e utópico? Insisto, amigos: a distância desumaniza os fatos, retirando das criaturas muito do seu conteúdo poético e dramático. Já no campo pequeno, todos os caminhos estão abertos para a emoção direta e integral. Em Álvaro Chaves, tudo se torna mais próximo, íntimo, fraterno e tangível. No Mário Filho, a paisagem fica de fora, excluída, barrada. No Manoel Schwartz, nós sentimos a presença do morro, do céu e do horizonte. Os cheiros rompem, invadem e assaltam. No Maracanã, não há cor. Ou melhor: as cores perdem a sua identidade. Por exemplo: visto do Maior do Mundo, o verde do Corcovado nunca foi verde, nem aqui, nem na China - é, quando muito, um violeta suspeito, um violeta desonesto. Em Laranjeiras, o verde é taxativo, insofismável e frenético. O jogo entre os meninos de Fluminense e Bangu não passou de uma pelada. Mas valeu-nos a paisagem, com o céu por cima, céu tão cordial e sensível, no seu azul exasperado.

Por outro lado, nossa relação com o jogo e os jogadores torna-se mais densa, comovida e lírica. Ah, como são bons os jogos no campo pequeno, com a torcida ali pertinho, quase encostando nos craques que encharcam as camisas! Não há, entre nós e o campo, entre nós e o jogo, nenhum limite, nenhuma fronteira. Vivemos a partida de uma maneira ao mesmo tempo dilacerada e voluptuosa. Escrevi "pelada" acima, mas me corrijo: pelada coisa nenhuma! O jogo dos garotos tricolores e bangüenses, assistido ali de perto, cara a cara com os jogadores, comoveu a platéia como uma partida de Copa do Mundo! Tudo adquire uma dimensão insuspeitada e terrível! Um mero arremesso lateral produz um impacto histórico. Descobrem-se coisas do arco da velha. Por exemplo: um dos garotos não suava feito gente. Pendia-lhe do pescoço uma espécie de gosma, de visgo, de espuma elástica, como nos cavalos cansados. Nós sempre ouvimos falar em "suar a camisa". No Maracanã, a transpiração mais abundante é remota e platônica. Em Laranjeiras, é suor mesmo, grosso e irrefutável como óleo ou como apavorante espuma. Podemos perceber o esforço dos jogadores até pelo olfato. Amigos, eis outra superioridade do campo pequeno: o cheiro! O cheiro, que não existe no estádio colossal, confere ao futebol uma outra dimensão, uma outra grandeza, uma outra dramaticidade. É importante ressaltar também a brisa de Álvaro Chaves. Ela é deliciosa! Há poucos lugares no mundo em que eu me sinto tão bem quanto na nossa aristocrática sede. E aquela brisa tem papel importante nessa minha confortável sensação. Essa brisa trata de transportar o odor dos craques aos quatro cantos das Laranjeiras. E então o torcedor tem a certeza sublime de que não está sendo enganado. Percebe-se pelo olfato que não há marmelada: os jogadores estão realmente suando a camisa, aos borbotões.

E não é só. Essa nitidez, essa visibilidade, essa luz minuciosa de campo pequeno coloca a cara do jogador num violento e cínico primeiro plano. Nós temos dos craques a imagem retocada dos retratos. Mas no esporte o jogador substitui o rosto oficial pelo autêntico: é cara secreta e real, que enfim se liberta, se impõe, se contrai e grita. O futebol no campo pequeno é outro futebol, amigos, é outro futebol!

O segundo tempo iniciou-se empatado em 1 a 1, com o Fluminense atacando para o gol da rua Pinheiro Machado. Os visitantes abusados enfiaram o segundo gol logo no começo, mas os garotos tricolores foram bravos. Ferreira, nosso camisa 7, fez o gol olímpico, direto do escanteio! E Léo, nosso camisa 11, virou o jogo, chutando após arrancada feérica pelo flanco esquerdo. Eu disse que não havia sido uma pelada! Foi uma autêntica partida de Copa do Mundo, jogada no pequeno e sagrado gramado das Laranjeiras.

PC
(inspiração na crônica "Nero Jones", de Nelson Rodrigues, publicada na Manchete Esportiva de 24/12/1955)

domingo, 24 de maio de 2009

Isso não é Fluminense

"Vence o Fluminense, com o verde da esperança, pois quem espera sempre alcança..."

Quando estava 2 a 1 para o Santos, não vi essa esperança, nem no campo, nem na arquibancada. E, sem verde, sem esperança, o Fluminense não é Fluminense.

"Vence o Fluminense, com o sangue do encarnado, com amor e com vigor..."

Não vi sangue, amor e vigor, nem no campo, nem na arquibancada. E, sem grená, sem sangue, o Fluminense não é Fluminense.

"Vence o Fluminense, usando a fidalguia, branco é paz e harmonia..."

Não vi fidalguia nos nossos jogadores: vi Dieguinho e Eduardo serem corretamente expulsos por atitudes anti-desportivas. Não vi fidalguia nos torcedores, que perderam a razão ao vaiar quem não deveria ser vaiado, e na hora errada. E, sem branco, sem fidalguia, o Fluminense não é Fluminense.

Sem esperança, sem sangue, sem fidalguia, o Fluminense não é Fluminense.

Sem verde, sem grená, sem branco, o Fluminense não é Fluminense.

"Faz a torcida querida vibrar de emoção, o tricampeão..."

Fluminense, volte a ser Fluminense! Queremos gritar tricampeão!

PC

sábado, 23 de maio de 2009

Domingo é dia de peixe frito no Maraca

Tricolores vivos e mortos, todos nós temos um dever a cumprir neste domingo, no Maracanã! O Santos é o nosso próximo adversário na caminhada rumo ao tri! Um clube da grandeza do Fluminense não pode ficar 25 anos sem conquistar o principal caneco da nação! Sabemos que a diretoria amadora não ajuda, então somos nós que temos que empurrar o Tricolor para as glórias!

Demos um show contra o Corinthians na quarta, e infelizmente a classificação não veio. Porém, não podemos desanimar. Estamos bem no Brasileirão, e precisamos nos manter na ponta da tabela. O primeiro passo é vencer o Santos. Portanto, domingo é dia de peixe frito no Maraca!

ESQUENTA - FLUMINENSE X SANTOS

Local: Estádio Mário Filho, no Rio de Janeiro (RJ).
Data: domingo, 24 de maio de 2009. 
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (FIFA-RS)
Assistentes: José Antônio Chaves Franco Filho (RS) e Júlio César Rodrigues Santos (RS)

FLUMINENSE: Fernando Henrique; Eduardo Ratinho, Edcarlos, Luiz Alberto e Dieguinho; Wellington Monteiro, Marquinho, Conca e Thiago Neves; Maicon e Fred.
Técnico: Carlos Alberto Parreira.

SANTOS: Fábio Costa; Luizinho, Fabão, Eli Sabiá e Léo; Roberto Brum, Rodrigo Souto, Paulo Henrique Ganso e Madson; Neymar e Kléber Pereira.
Técnico: Vágner Mancini.

Venda de ingressos: ocorrerá a partir de 12:00, no Maracanã. Os valores das entradas são os seguintes: cadeira especial, R$ 120,00; arquibancada, R$ 30; e cadeira comum, R$ 20. Todos os setores têm meia-entrada para estudantes com documentos e menores de 21 anos. Maiores de 65 anos têm gratuidade na cadeira comum.

Como chegar ao Maracanã: as linhas de ônibus 132B, 134B, 232, 238, 239, 241, 247, 254, 260, 266, 267, 268, 269, 383, 423D, 432, 433, 434, 435, 438, 455, 456, 457, 464, 487L, 488L, 489L, 606, 621, 622, 627, 629, 630, 638, 639, 665, 703D, 711 e 725D levam ao Maior do Mundo. Além disso, há a opção dos trens da Supervia: saltar na estação Maracanã. Também há as estações da linha 2 do metrô: São Cristovão (rampa do Bellini) e Maracanã (rampa da UERJ).

Transmissão: na TV, o Premiere Futebol Clube (PFC) transmitirá o jogo no sistema pay per view. As rádios Globo e Tupi e o Canal Fluminense também narrarão a partida.

Vamos... pra cima, Fluzão!
Quero... gritar campeão!

Palpite: Fluminense 1 x 0 Santos. Deixe a sua profecia nos comentários!

PC

Algo a mais

Realmente, a festa que nossa torcida protagonizou na última quarta-feira foi sensacional. Eu próprio, macaco velho de Maracanã, fiquei todo arrepiado sendo mais uma peça do gigantesco mosaico. Aliás, essa não foi a primeira vez que nós, tricolores, roubamos a cena em uma partida. Longe disso! Ano passado, por exemplo, durante a partida decisiva contra a LDU, fomos capazes de organizar outro momento único, mágico, comparável apenas com a abertura dos Jogos Olímpicos.

De fato, nossa torcida cada vez mais demonstra sua força. E o mais impressionante de tudo é que tais manifestações são idealizadas, desenvolvidas e executadas por nós mesmos, meros torcedores, como mostra de nosso amor genuíno pelo Tricolor.

Contudo, apesar de tanto incentivo e apoio, o time, já não é de hoje, dificilmente corresponde dentro das quatro linhas. Ao contrário, não são poucas as vezes em que saímos do estádio frustrados, tristes, decepcionados. E a causa de tudo isso, como obviamente você já sabe, são as sucessivas más administrações do clube, há muito tempo gerido por amadores e pessoas sem a necessária qualificação para desempenhar funções tão importantes.

Entretanto, a boa notícia é que ainda existe um fio de esperança. Sim, estamos doentes, mas não mortos. E o melhor de tudo é que a cura para o Fluminense F. C. está bem diante de nós. Na verdade, só depende de mim, de você e de todo torcedor tricolor comprometido com a causa. Em poucos meses, encerra-se o período de inscrição para que novos sócios possam votar nas próximas eleições. Daí porque sua participação é fundamental.

Por certo, não há outro caminho para que voltemos a ter um Fluminense forte, apto a vencer todas as competições que disputar. É imperioso que todo torcedor com condições para tanto se associe ao clube, vindo a fazer parte da Assembleia Geral que irá escolher nosso próximo Presidente.

E, nesse ponto, não creio que, dentre os 70.000 tricolores presentes ao último jogo, não existam pelo menos 1.000 capazes de dispor de menos de R$ 100,00 por mês. Sim, com aproximadamente um milhar de pessoas é possível ganhar as eleições do Tricolor. Já passou da hora de demonstrarmos que nossa força não está restrita às arquibancadas. É preciso darmos algo a mais. Além de mosaicos, sinalizadores e festa de bandeiras, será necessário tomarmos o clube de assalto, livrando-o das mãos daqueles que há anos se perpetuam no poder. A missão é árdua, mas não impossível.

Por BERNARDO CANCELLA NABUCO, no Pavilhão Tricolor.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Rapidinhas

Por: Paulo Cezar (PC).

O MOSAICO TRICOLOR - ÊXTASE NA ARQUIBANCADA!


PALAVRA FINAL SOBRE A INVASÃO CORINTIANA DE 1976
Na semifinal do Campeonato Brasileiro de 1976, disputada entre Fluminense e Corinthians, aconteceu a famosa invasão dos paulistas ao Rio de Janeiro. Havia mais de 146.000 pessoas no Maracanã, e alguns jornais atuais sugerem que havia 70.000 corintianos no estádio. João Marcelo Garcez foi esclarecer tudo com Francisco Horta, presidente do Flu na época. Afinal, quantos ingressos foram enviados a São Paulo? "João, de início, 20 mil. Depois, a pedido do presidente Vicente Matheus, mais dez mil, todos pagos por ele à Federação Carioca"Trinta mil, portanto, ou um quinto do total de presentes no Maracanã. Eis a verdade nua e crua. O resto é devaneio de fanáticos.

BOCA JUNIORS ELIMINADO DA LIBERTADORES!
Deu mole, Boca! Era sua chance de ganhar de novo. Ano que vem, o Fluzão estará de volta! Adeus, freguês!

BOLA DENTRO, BACALHAU!
Copiando o modelo bem sucedido de sociedade do Internacional de Porto Alegre, o Vasco conquistou 10.000 sócios em menos de dois dias. Os preços das modalidades de associação variam de 20 a 45 reais. Será um salto na arrecadação do Gigante da Colina!

BOLA FORA, TRICOLOR!
Cadê os reforços para as laterais? É inadmissível ser obrigado a apelar para um atleta dos juniores no jogo mais importante da temporada!

ANDREZINHO ELIMINA O FLAMENGO NO ÚLTIMO MINUTO
Deve ser triste perder uma classificação no último minuto. Perdê-la com gol de uma revelação do seu próprio time... deve ser pior ainda!

BOTAFOGO VENDE MAICOSUEL
E agora, Fogão? Quem vai comandar a meiúca?

RENÉ SIMÕES ADIVINHOU
O Coritiba vai mesmo decidir em casa contra o Inter. Super Mario, me empresta a bola de cristal!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Recordar é viver - Palmeiras 4, Flamengo 2

Por: Paulo Cezar (PC).

Hoje revivo aqui mais um exemplo de virada espetacular. Trata-se de mais um jogo com a mesma lição de sempre: TORCEDOR, ACREDITE ATÉ O FIM. Há exatos dez anos, em São Paulo, o calendário marcava 21 de maio de 1999...

Copa do Brasil, quartas-de-final. No jogo de ida, no Maracanã, o Flamengo vencera por 2 a 1. Naquela noite, no Parque Antártica, o Palmeiras precisava vencer. Uma vitória simples bastaria, desde que o Verdão não sofresse gol. Porém, a ducha de água fria veio logo aos 52 segundos de jogo: o meia Rodrigo Mendes, do Flamengo, abriu o placar. Isso obrigava a equipe paulista a marcar dois gols para levar a disputa para os pênaltis, ou três para vencer no tempo regulamentar. O Palmeiras insistiu nas bolas aéreas, mas a tática não funcionou no primeiro tempo. Notemos que havia um agravante na situação palmeirense: o time estava exausto, porque disputava três competições simultâneas: a Copa do Brasil, o Campeonato Paulista e a Taça Libertadores.

E então veio o segundo tempo. Muitos achavam que seria mera formalidade, mas o futebol é uma caixinha de surpresas. O Palmeiras voltou do intervalo com muita garra e muita vontade. Ocorreu então o seguinte lance: Zinho chutou, a zaga deu rebote, Euller cruzou rasteiro e Oséas marcou: 1 a 1. O Palmeiras estava de volta ao jogo! Mas sua torcida nem teve tempo de comemorar: um minuto depois, Rodrigo Mendes botou de novo o Flamengo na frente: 2 a 1. Placar somado: 4 a 2 para o mais querido. O Palmeiras voltava, então, a precisar do milagre: 3 gols. Júnior chutou de muito longe, lá do meio da praça, e acertou: 2 a 2. Mas ainda faltavam dois tentos.

Quando se está perdendo, o tempo voa. Os minutos escoavam rapidamente nos relógios alviverdes. Quarenta do segundo tempo, e o 2 a 2 persistia. Alguns torcedores começaram a deixar o Palestra Itália. Eles se arrependem até hoje por terem ido embora mais cedo. Digo mais: são uns eternos arrependidos. Um dia, estarão mortos, mas suas almas continuarão vagando por aí, se lamentando: "por quê eu fui embora mais cedo?".

Aos 41, aconteceu o primeiro ato do suave milagre: após bate-rebate na área, Euller fez 3 a 2. Aos 44, a consumação: de novo Euller, Palmeiras 4, Flamengo 2. Verdão classificado? Ainda não! Agora é o rubro-negro que parte desesperado para o ataque, e ainda consegue uma bola na trave! Fim de jogo, festa incrível no Palestra Itália. Meia-hora após a partida, Felipão, jogadores e torcida ainda comemoravam a épica, dramática e surreal virada! Para falar a verdade, eles estão comemorando até hoje. Comemorarão para sempre. E estão certos nisso: ai do clube que não cultiva santas nostalgias!
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Vídeo:

Ficha técnica (Palmeiras 4 x 2 Flamengo)
Jogo de volta das quartas-de-final da Copa do Brasil.
Data: 21 de maio de 1999.
Local: Parque Antártica.
Árbitro: Antônio Pereira da Silva (GO).
Palmeiras: Marcos, Arce (Euller), Roque Júnior, Agnaldo e Júnior; César Sampaio (Evair), Rogério, Alex e Zinho; Paulo Nunes e Oséas (Galeano). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Flamengo: Clemer, Pimentel, Fabão, Luiz Alberto e Athirson; Jorginho, Maurinho, Beto e Caio (Bruno Quadros); Rodrigo Mendes e Romário (Vágner). Técnico: Carlinhos.
Gols: Rodrigo Mendes (1'), Oséas (56'), Rodrigo Mendes (59'), Júnior (60'), Euller (86') e Euller (89').

Leituras recomendadas:
1976 - Bochum 5 x 6 Bayern München.
2000 - Palmeiras 3 x 4 Vasco.

Frase do dia:
"Ain't over 'till it's over!" ("Não acaba enquanto não acabar!")
- Yogi Berra, treinador de baseball.

Há que se pensar no tri

Amigos, o Fluminense está fora da Copa do Brasil de 2009. Como toda eliminação, também essa doeu na carne e na alma de todos os tricolores. A festa da torcida no Maracanã foi mais uma vez fantástica. O mosaico foi um verdadeiro espetáculo: das coisas mais emocionantes que eu já vi num estádio. A nuvem de pó-de-arroz a cobrir a arquibancada também nos encanta sempre, apesar de não ser propriamente uma novidade. Acho que o Alessandro (lateral do Corinthians) aprendeu que nossa torcida faz, sim, muita diferença. Será que ele terá a hombridade de nos pedir desculpas?


Tivemos azar no início do jogo: quando dominávamos a partida, sofremos o gol de bola parada. É o tipo de gol em que não se pode culpar ninguém: a cobrança de Chicão foi magistral. Quando ainda assimilávamos o golpe, veio outro, ainda mais duro: o gol de Jorge Henrique. Prejudicado pelo regulamento sem lógica, o Fluminense passou a precisar de quatro gols. Todos ao meu redor diziam que tudo estava acabado. "Vou embora", decretou minha amiga, que felizmente não cumpriu sua promessa.

O time tricolor continuou perdido em campo, durante o restante do primeiro tempo. O Corinthians estava mais próximo do terceiro gol que o Flu do primeiro. Veio o intervalo, vieram as alterações de Parreira, mas veio principalmente a mudança de atitude. Apesar de a torcida estar calada, os jogadores voltaram do vestiário com uma vontade e um ímpeto inexcedíveis. Ah, mas eu ainda tenho esperanças de ver a galera tricolor cantando mesmo com um placar tão adverso - o que infelizmente não aconteceu. Eu sei que marcar quatro gols em quarenta e cinco minutos parece missão impossível. Mas não é. Não é mesmo. E o papel do torcedor é acreditar, e incentivar. Bradei no intervalo: "eu acredito, sim". Às testemunhas, peço que se manifestem nos comentários, provando que eu, de fato, disse isso. E eu realmente acreditava na virada. E é essa mentalidade que eu queria ver nos olhos de cada tricolor na arquibancada. E eu não vi em ninguém! Ninguém, exceto eu mesmo, claro.

O Fluminense começou a se aproveitar da insegurança do goleiro Felipe, do Corinthians, e fez o primeiro com Alan, e o segundo com Thiago Neves. Aos 23 do segundo tempo, já havíamos marcado dois dos quatro gols necessários. Repito o questionamento: não era para acreditar? Se mantivéssemos o ritmo, viriam mais dois tentos, e com eles a santa classificação.

Infelizmente, os dois tentos não vieram. Dessa forma, demos adeus ao bicampeonato da Copa do Brasil. Mas, convenhamos, a equipe tricolor caiu de pé. Cada jogador lutou com a alma indomável digna de um guerreiro, principalmente na etapa final. Assim foi a eliminação do Fluminense de uma copa que o clube nem deveria estar disputando. Afinal, nosso lugar em 2009 era para ser a Libertadores, como campeões de direito que somos desde 2 de julho.

Agora, a Copa do Brasil são águas passadas. O Campeonato Brasileiro está aí, e há que se pensar no tri. As taças de 1970 e 1984 se sentem solitárias em Álvaro Chaves. Mickey e Romerito aguardam companhia na galeria de heróis do pó-de-arroz. Domingo, convoco a torcida a comparecer novamente ao Mário Filho. Sei que é difícil, e já prevejo as palavras feias que lerei em resposta à convocação. Mas o foco tem que estar no tricampeonato. Lugar de tricolor domingo é no Maracanã, incentivando o Fluminense contra o Santos. Há que se pensar no tri. Amigos, há que se pensar no tri!

PC




quarta-feira, 20 de maio de 2009

Meu eterno amor

Por: Bel.

Acordei.

Assustada. Tive um daqueles sonhos que não gostamos de ter. Um pesadelo. Olho pro celular que está ao meu lado e falo comigo mesma "Ufa, hoje ainda é dia 20, foi só um sonho!".

É impressionante como as mais pequenas coisas se tornam tão gigantes na nossa cabeça. E agora eu tenho certeza essas pequenas coisas não são tão pequenas assim, afinal, sonhei com elas. E de que ou quem eu falo?

Do meu eterno amor. Não, não é meu namorado.

É o amor que veio antes desse. O amor que veste, o amor que entorpece, o amor único, amor resignado, amor, no sentindo mais puro da palavra. O meu amor: Fluminense.

Sonhei, ou melhor, tive o pesadelo que o Flu havia sido desclassificado. Pois, fiquei tão, mas tão triste que parecia real. Nunca agradeci tanto de acordar de um sonho ruim, mesmo que isso significasse ir trabalhar.

Hoje, quartas de final, Maracanã, precisando da vitória, por dois gols de diferença, contra time paulista, exatamente 364 dias depois do jogo mais emocionante da minha vida. É, pois é, meu emocional está um tanto quanto sacudido. E mesmo temerosa estarei lá, lutando com os guerreiros da arquibancada, dando força para os homens do front que orgulhosamente honrarão o manto tricolor. O manto de tantas glórias, o manto do eterno campeão.

E eu só espero que, venha o que vier, venha com luta e doação.

Que todos os jogadores estejam inspirados e iluminados, encarando esta batalha como se fosse a última de suas vidas.

Para a Guerra, Tricolores!

"Aux armes citoyens,
Formez vos bataillons.
Marchons! Marchons!"

(La Marseillaise - Hino da França)

E que João de Deus e Gravatinha e todos os vivos e mortos cantem em uma só voz:
"Sou tricolor de coração...."

E vamos que vamos.

Maracanã. 21:50. 20/05. Eu vou, e você?


terça-feira, 19 de maio de 2009

Em busca daquilo que ainda não acabou


Por: Eric Costa.

Estamos próximos da escrita de uma página importante da história do Fluminense. Para mero observador, tal frase pode soar exagerada. Porém, para o exército de guerreiros que atuará no templo maior do futebol na quarta-feira, a frase narra nada mais que a realidade.

Tal página possui um caráter paradoxal: apesar de ainda estar iminente a realização, já carrega consigo um valor por vezes menosprezado - o saudosismo. Saudosismo, porém, que não remete a eras longínquas ou fatos isolados. Remete a uma faixa contínua de tempo iniciada no ano de 1902, tendendo ao infinito. Tão infinita quanto os sentimentos mais puros que a cercam. Faixa na qual acontecimentos regados, quase que sempre de uma dose do imponderável, levaram até os mais insensíveis à loucura, ao êxtase e às lágrimas. Momentos em que se chega a pensar como algo tão, em tese, artificial pode criar emoções tão verdadeiras. Talvez porque o ideal pelo qual guerreamos não seja nada além de nós mesmos.

O saudosismo, porém, que possui um ponto alto. Lembranças de uma caminhada que, com seu caráter épico, uniu um povo em torno do mesmo sentimento, transformando-o em apenas uma voz, um único guerreiro: um gigante. Gigante tal que em nenhum momento desistiu e exatamente por isso veio a proporcionar a milhões o clímax de suas vidas. Uma caminhada que não se concretizou substancialmente pelo simples fato de que poderia atingir a perfeição. E a mesma não existe.

Apoiemos, tricolores! Exaltemos como nunca tudo o que sentimos por esse clube. É chegada a hora de atingirmos o ponto máximo de nossos brados de vitória. Partamos, tricolores. Partamos de maneira épica para que voltemos à trajetória da qual nunca deveríamos ter saído. E que o passo mais marcante dessa caminhada seja dado por nós: mais que a concretização de um sonho. O triunfo em uma guerra que ainda não acabou.

E aos “idiotas da objetividade” (Nelson Rodrigues) que nos atribuem a derrota como certa, eu vos digo que:

“A verdade incontestável é que ninguém ganha da forma como nós ganhamos. As vitórias dos outros são simples, quase sem graça. Algumas beiram a banalidade, ao ridículo, as nossas não. As nossas são cardíacas. As dos outros são previsíveis, esquecidas ao apito do primeiro jogo do próximo campeonato, as nossas são inesquecíveis. Por todos, por nós, pelos adversários e até pelo mais indiferente leigo. As nossas vão da extrema falta de perspectiva, do máximo sofrimento, da crueldade, ao êxtase, ao épico, ao apoteótico. Tudo junto, quase sem fronteiras entre esses opostos." (Mauro Jácome)

Saudações Tricolores!

NBA - Finais de conferência

Por: Paulo Cezar e Vinícius Oliveira, com colaboração de Tadeu N. Ferreira.

Amigos, começarão hoje as grandes decisões de conferência da NBA! Los Angeles Lakers e Denver Nuggets jogam logo mais a primeira partida da decisão do Oeste, em LA. Amanhã, Cleveland Cavaliers e Orlando Magic começam a final do Leste, em Cleveland. Todos os jogos das finais serão transmitidos para o Brasil pela emissora ESPN.

Confira como foram os últimos jogos das semifinais:

Boston Celtics 75 x 83 Orlando Magic - Jogo 6 (@Orlando)
A definição do adversário dos Cavs ficou mesmo para o sétimo jogo. Jogando em casa, e comandado por Dwight Howard, o Orlando Magic conseguiu sua terceira vitória na série, igualando o confronto. Howard anotou 23 pontos e incríveis 22 rebotes. Rashard Lewis fez 20 pontos, e também foi importante no triunfo. O destaque do Boston foi Rajon Rondo, com 19 pontos e 16 rebotes. Será que os Celtics têm forças para vencer o sétimo jogo, sem Kevin Garnett?

Los Angeles Lakers 80 x 95 Houston Rockets - Jogo 6 (@Houston)
Após a lesão de Yao Ming, muitos deram o time do Houston Rockets como morto. A resposta veio em quadra: série empatada em 3-3 contra um dos melhores times da NBA. O jovem Aaron Brooks decidiu mais uma vez, marcando 26 pontos. Luis Scola também teve grande atuação, com seus 24 pontos e 12 rebotes. Pelo lado dos Lakers, Kobe Bryant jogou sozinho, marcando 32 pontos. Os Rockets já venceram uma vez em LA. Será que podem vencer de novo, no sétimo e decisivo jogo?

Orlando Magic 101 x 82 Boston Celtics - Jogo 7 (@Boston)

E o Magic surpreendeu mesmo: está na final do Leste. Comandado por Turkoglu (25 pontos e 12 assistências) e Dwight Howard (12 pontos e 16 rebotes), o Magic dominou a partida do início ao fim, ignorando o mando de campo dos Celtics. A ausência de KG foi determinante. Mesmo com grande atuação de Ray Allen, o atual campeão não resistiu. Pela primeira vez na sua história, os Celtics perderam uma série que chegaram a estar vencendo por 3 a 2. Nas outras 32 vezes em que isso acontecera, a equipe verde havia confirmado a vitória. Final da série: Orlando 4, Boston 3.

Houston Rockets 70 x 89 Los Angeles Lakers - Jogo 7 (@Los Angeles)
O astro Kobe Bryant não teve grande atuação. Porém, lá estava Pau Gasol para salvar os Lakers. O espanhol foi o cestinha do jogo, com 21 pontos e 18 rebotes. Trevor Ariza marcou 15, e Kobe Bryant 14. Pelo Houston, Aaron Brooks fez 13 pontos. O time mostrou que, se estivesse completo, a história poderia ter sido diferente. A lesão de Yao Ming pode ter sido o fator de desequilíbrio. Final da série: Los Angeles 4, Houston 3.

Bola pro alto, que as finais vêm aí!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Tricolores, ao Maracanã!


Amigos, estive hoje à tarde em Álvaro Chaves. Havia bastante movimento na aristocrática sede do Fluminense: muitos torcedores na fila para comprar ingressos, e muitos sócios assistindo ao treino comandado por Carlos Alberto Parreira.

Às vésperas de mais uma decisão, estamos todos bastante ansiosos, naturalmente. Vi isso nos olhos de cada pó-de-arroz que encontrei hoje. Porém, a ansiedade não é o único sentimento a tomar conta dos corações tricolores: estamos também angustiados. Todo o Fluminense sente, na carne e na alma, a angústia que anuncia as vitórias deslumbrantes.

Quarta-feira, o Fluminense precisa de número. Acontecerá, pois, o suave milagre: os tricolores vivos, doentes e mortos subirão as rampas do Maracanã. Os vivos sairão de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas. Incluí as almas na convocação, porque a morte não exime ninguém de seus deveres clubísticos. Isso o Profeta Nelson Rodrigues já sabia desde o século passado, ou melhor, desde antes do nada. Reviveremos as grandes noites do ano passado, e o santo placar de 3 a 1 se repetirá. A torcida tricolor empurrará o Fluminense à semifinal da Copa do Brasil.

O Gravatinha, sem sombra de dúvidas, estará no Estádio Mário Filho, sentado na marquise, esperando o momento de agir. Ele poderá fazê-lo nos primeiros minutos, como fez no gol de Roger, em Florianópolis, há dois anos. Ou então ele agirá no último minuto, como no gol de Washington em 2008, no gol de Antonio Carlos, no gol de Renato, nos gols de Assis, no gol de Doval.

Já dizia o Profeta: em certos clássicos, cada adversário arrisca o passado, o presente e o futuro. Precisamos pensar nos títulos já possuídos. Ai do clube que não cultiva santas nostalgias! Com os torcedores de hoje e os fantasmas de velhíssimos triunfos, venceremos a batalha mais dramática de todos os tempos.

Portanto, convoco: tricolores, ao Maracanã!

PC


Rapidinhas da segunda-feira

NOVO RECORDE
Domingo passado (10/05), havíamos batido o recorde de acessos ao blog com impressionantes 1309 visitas (1099 únicas). E o que aconteceu ontem (17/05)? Novo recorde! Foram 1535 visitantes, sendo 1215 únicos! Obrigado pelo prestígio, caros leitores! Será que domingo que vem tem mais?

ZERO A ZERO
No sábado, Flamengo 0 x 0 Avaí no Maracanã. No domingo, Grêmio Barueri 0 x 0 Fluminense na Arena Barueri, e Botafogo 0 x 0 Corinthians no Engenhão. Pela primeira vez na história do Campeonato Brasileiro (contando desde 1967), todos os jogos de clubes cariocas em uma rodada terminam com o placar zerado. Que coincidência bizarra...

VASCO 100% NA SÉRIE B
E semifinalista virtual da Copa do Brasil. Está muito bem armado o Gigante da Colina!

QUINTA-FEIRA, DUNGA CONVOCA O ESCRETE
Anotem as novidades: Ronaldo e Bruno. Podem me cobrar!

Ê, QUARTA-FEIRA QUE NÃO CHEGA...
Tricolores, rubro-negros, corintianos e colorados morrem de ansiedade!

O JORNALHEIRO RUBRO-NEGRO...
Está no Lance Activo. Quem quiser conferir, clique aqui. Recomendo!

BLOGS TRICOLORES
Três excelentes sugestões de boas leituras para a galera pó-de-arroz: Pensando Direito (da amiga Renata Jamús), Orgulho de ser tricolor (dos amigos Pedro e Eduardo) e Paixão pelo Flu (da amiga Natália). Não custa nada citar também o grande João Marcelo Garcez. Os quatro são para favoritar!

ANIVERSARIANTE DO DIA
Parabéns, Michele! Querida amiga e leitora, espero que seu melhor presente venha na quarta, no Maracanã!

O PROFETA AVISA...
Vem chegando o Gravatinha!

PC

domingo, 17 de maio de 2009

0 a 0 na Arena Barueri

Antes de começar a análise de Grêmio Barueri 0 x 0 Fluminense, farei um breve prólogo. Nilton Santos, parabéns pelos 84 anos de vida! Tu és a gloriosa enciclopédia do futebol brasileiro, e merece todas as homenagens!

Amigos, o empate é a derrota mútua das duas equipes. Nelson Rodrigues já escrevia isso no século passado, quando a vitória só valia dois pontos. Atualmente, o vencedor da partida leva três pontos, o que desvaloriza ainda mais o empate. Por isso, repito as palavras do Profeta: quando se empata, na verdade se perde.

Na humilde opinião deste escriba, Carlos Alberto Parreira é o melhor treinador de futebol na face da Terra. Seu vasto currículo de títulos corrobora minha afirmação. Porém, não é por isso que deixarei de criticá-lo. Faltou ousadia no segundo tempo do jogo contra o Grêmio Barueri. Não é porque jogávamos na Arena Barueri que deveríamos nos satisfazer com o empate. O objetivo do Fluminense é o título, só pode ser o título. O campeonato é de pontos corridos, e o campeão será quem somar mais pontos. Não importa se os pontos vieram no Maracanã ou fora de casa. Há que se ganhar a maior quantidade possível de pontos, seja onde for.

Eu sei que, para tentar vencer, é necessário ousar, abrir espaços, e com isso eventualmente perde-se a partida. Mas acompanhem o meu raciocínio. Vamos imaginar que 9 dos 38 jogos cheguem empatados aos 30 do segundo tempo. Se a postura tricolor for a de hoje, conseguiremos 9 empates e, portanto 9 pontos. Se a postura for a que eu defendo - tentar a vitória a qualquer custo - certamente perderemos alguns jogos, para vencer outros. Se ganharmos 3 - só 3 - das 9 partidas, e perdermos as outras 6, ganharemos os mesmos 9 pontos. Porém, teremos 3 vitórias a mais - e o número de triunfos é o primeiro critério de desempate.

É por isso que eu abomino o empate. Além disso, o placar igual gera uma insatisfação coletiva. O público pagou ingresso para ver um dos times vencer. Vinte e dois jogadores encharcaram a camisa de suor - e para quê? Certamente não foi para o jogo terminar empatado. Pior ainda é o score de 0 a 0. Fica aquela sensação de que o jogo nem aconteceu. Eu julgaria procedente um pedido de devolução do dinheiro do ingresso. O público do futebol merece ver gols: o placar virgem é uma tragédia para o amante do esporte bretão.

Parreira, isso é tudo o que eu peço: ousadia no Campeonato Brasileiro! Esqueçamos a segurança dos empates. Arrisquemos tudo pelas vitórias! São elas, e não eles, que nos darão o doce tricampeonato.

Tricolores, nos vemos na quarta-feira, no Estádio Mário Filho. Quando o Fluminense precisa de número, acontece o suave milagre: os tricolores vivos, doentes e mortos aparecem. Os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas, e os mortos de suas tumbas. Vamos subir as rampas do Maracanã, e vamos empurrar o Fluminense à semifinal da Copa do Brasil.

Vem chegando o Gravatinha...

PC

O Maracanã é neutro?

O lateral-direito Alessandro, do Corinthians, andou dizendo que o Maracanã é neutro com a torcida do Fluminense. Será que é mesmo? O amigo Diego Bellato fez uma pesquisa interessante, que demonstra exatamente o contrário, com números.

Lista de jogos do Fluminense no Maracanã (exceto clássicos), de 2000 para cá, com público superior a 30.000 pessoas:
- Fluminense 0 x 1 São Caetano, 56.504, em 26/11/2000, Campeonato Brasileiro.
- Fluminense 1 x 1 São Paulo, 39.807, em 13/10/2001, Campeonato Brasileiro.
- Fluminense 0 x 1 Internacional, 35.320, em 10/11/2001, Campeonato Brasileiro.
- Fluminense 3 x 2 Ponte Preta, 48.203, em 05/12/2001, Campeonato Brasileiro.
- Fluminense 5 x 1 Cruzeiro, 66.828, em 11/08/2002, Campeonato Brasileiro.
- Fluminense 3 x 0 São Caetano, 61.475, em 24/11/2002, Campeonato Brasileiro.
- Fluminense 1 x 0 Corinthians, 56.760, em 01/12/2002, Campeonato Brasileiro.
- Fluminense 1 x 0 Juventude, 32.163, em 14/12/2003, Campeonato Brasileiro.
- Fluminense 4 x 0 América, 32.806, em 23/02/2005, Campeonato Carioca.
- Fluminense 3 x 2 Volta Redonda, 35.428, em 23/03/2005, Campeonato Carioca.
- Fluminense 3 x 4 Volta Redonda, 37.955, em 10/04/2005, final do Campeonato Carioca.
- Fluminense 3 x 1 Volta Redonda, 70.830, em 17/04/2005, final do Campeonato Carioca.
- Fluminense 2 x 0 América, 34.947, em 01/03/2006, Campeonato Carioca.
- Fluminense 2 x 1 Paraná, 36.451, em 06/05/2006, Campeonato Brasileiro.
- Fluminense 4 x 2 Brasiliense, 31.550, em 16/05/2007, Copa do Brasil.
- Fluminense 1 x 1 Figueirense, 64.669, 30/05/2007, final da Copa do Brasil.
- Fluminense 1 x 1 São Paulo, 32.406, em 13/10/2007, Campeonato Brasileiro.
- Fluminense 6 x 0 Arsenal-ARG, 32.614, em 05/03/2008, Taça Libertadores da América.
- Fluminense 2 x 0 Libertad-PAR, 36.320, em 02/04/2008, Taça Libertadores da América.
- Fluminense 1 x 0 Atlético Nacional (COL), 31.700, em 06/05/2008, Taça Libertadores da América.
- Fluminense 3 x 1 São Paulo, 72.910, em 21/05/2008, Taça Libertadores da América.
- Fluminense 3 x 1 Boca Juniors (ARG), 84.632, em 04/06/2008, Taça Libertadores da América.
- Fluminense 3 x 1 LDU (EQU), 86.027, em 02/07/2008, Taça Libertadores da América.
- Fluminense 3 x 0 Palmeiras, 31.973, em 25/10/2008, Campeonato Brasileiro.
- Fluminense 3 x 1 Portuguesa, 40.364, em 15/11/2008, Campeonato Brasileiro.
- Fluminense 1 x 1 Ipatinga, 51.000, em 07/12/2008, Campeonato Brasileiro.

Totalizamos 26 jogos, com o seguinte retrospecto: 19 vitórias, 4 empates e 3 derrotas. O Fluminense marcou 62 gols nesses jogos, média superior a 2 por partida. O aproveitamento é de impressionantes 78,2%, semelhante ao do Real Madrid no Santiago Bernabéu e ao da Internazionale no Giuseppe Meazza.

E aí, Alessandro? Já mudou de idéia, ou vai pagar pra ver quarta-feira?

E aí, torcedor tricolor? Já foi comprar o seu ingresso?



PC

sábado, 16 de maio de 2009

Nadal e Djokovic


Há pouco terminou a semifinal do ATP de Madrid: Rafael Nadal e Novak Djokovic realizaram uma das melhores partidas da história do tênis profissional. Anuncio o resultado: vitória de Nadal por 2 sets a 1: 3-6, 7-6 (7-5) e 7-6 (11-9). Anunciei vitória de Nadal, mas poderia ter anunciado vitória de Djokovic. Na batalha de 4 horas e 2 minutos, os dois tenistas provaram que se equivalem. O empate seria o resultado mais justo. Não há justiça em decretar um vencedor, ou melhor, não há justiça em decretar um perdedor. Ambos mereceram vencer, mas o esporte das raquetes não quer saber de empate: ele sempre escolhe um vencedor.

E o escolhido pelos deuses da bolinha foi o espanhol. Jogando em casa, Nadal começou mal. Ele não parecia concentrado no primeiro set, e o tenista sérvio se aproveitou para vencer por 6 a 3. Djokovic teve, no segundo set, a oportunidade de vencer o confronto, pois Nadal parecia exausto física e mentalmente. O cansaço físico, depois descobriríamos, na verdade não existia. O cansaço mental, esse sim, estava lá presente. Mas o espanhol é do tipo de atleta que não desiste nunca. Com muita raça, se superou para levar o set ao tie-break, e então mostrou sua incrível variedade de jogadas: 7-5, e estava empatada a partida.

No início do terceiro set, Djokovic quebra o saque de Nadal! Os apressados logo imaginaram, "é o fim de Nadal". Porém, o espanhol joga melhor ainda quando está sob pressão. Devolveu a quebra no serviço seguinte do sérvio, e assim a igualdade no placar persistiu. Com o 6 a 6 no set decisivo, partiram os dois tenistas para o último tie-break. Se havia dúvidas sobre a equivalência dos dois brilhantes tenistas, elas acabaram nos sensacionais pontos que se seguiram.

Djokovic teve três match points durante o tie-break. Isso significa que, em três jogadas, Rafael Nadal simplesmente não podia errar. E, amigos, ele não errou. Djokovic também salvou um match point de Nadal. Porém, na segunda chance o espanhol não desperdiçou, e deu números finais ao confronto.

Quando vejo Rafael Nadal em quadra, sou acometido por uma sensação indescritível. Acho que era o que os mais velhos sentiam ao ver Pelé nos campos de futebol. Nossos olhos estão observando o maior tenista de todos os tempos. E o melhor de tudo é ver que ele tem rivais à altura: Novak Djokovic e Roger Federer são, eles também, grandes gênios da história do esporte.

Falando no suíço, na outra semifinal ele venceu Juan Martin Del Potro. Amanhã, teremos a grande final em Madrid: Rafael Nadal x Roger Federer. O duelo reunirá dois craques, verdadeiros ases da técnica. Além disso, eles jogam com um ímpeto e uma garra inexcedíveis, encharcando suas camisas com o grosso suor do esforço extremo. "As vitórias se pagam com cansaço", disse o espanhol hoje. Quando Nadal e Federer entrarem na quadra central amanhã, acontecerá o seguinte: eles darão sangue, suor e lágrimas pelo triunfo. Será, como sempre, a final mais dramática de todos os tempos.

PC

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Craque - Diego Armando Maradona

Amigos,

Hoje inauguro uma nova "coluna" no Jornalheiros. "Craque" homenageará, uma vez por semana, um grande atleta do passado. Espero, nos comentários, as sugestões dos queridos leitores para as próximas semanas.

Hoje, meu tema é o argentino Diego Armando Maradona. Ah, aquela canhota prodigiosa que quebrava o silêncio nos estádios do mundo! Ah, aquela entrega comovente de um jogador que aliava grande técnica a muito suor! Um conhecido argentino, o Aldo, verdadeiro poeta, dizia "amor que contagia amor, futebol que contagia futebol". Certamente, uma das melhores definições que eu já li sobre don Diego.

Maradona não jogava futebol: ele dançava com a bola. Tinha uma intimidade ímpar com a esfera de couro. Maradona não tinha sangue azul correndo nas veias, não era rei de nada: mas recebeu um cetro e uma coroa, do povo argentino, e das torcidas de Argentinos Juniors, Boca Juniors, Barcelona, Sevilla e Napoli. Do seu corpo não pendia um manto real, mas apenas a camisa que ele molhava com o suor de seu esforço. E era assim que ele levava as multidões do pranto ao sorriso. Ah, a tua platéia te idolatrava, ou melhor, te idolatra para sempre, Maradona. Sim, porque quem viu um drible ou um golaço de don Diego jamais deixará de idolatrá-lo.

Ele cometeu seus erros, mostrando a nós que é um ser humano, que também falha. Envolveu-se com drogas, e pagou o preço por isso: a carreira fantástica foi interrompida pela carreira maldita. Porém, não há mal nenhum em se chegar ao fundo do poço, desde que haja força de vontade para sair dele. E isso Maradona demonstrou. Quem somos nós para não perdoá-lo?

Maradona é imortal. Seus fãs passarão seus dribles e seus gols às próximas gerações, de modo que don Diego ficará, para sempre, na memória da humanidade. O mito argentino conquistou uma Copa do Mundo (1986), um Campeonato Argentino (1981), 3 copas com o Barcelona (1983), dois Campeonatos Italianos (1987 e 1990) e uma Copa da UEFA (1989).

PC

Vídeos com grandes jogadas de Maradona:



Futebol de seleções - Crise em Portugal

(o técnico Carlos Queirós e o atacante Cristiano Ronaldo)

Por: Marcos Chaves.

Amigos, a Seleção Portuguesa de Futebol vive momentos críticos nas Eliminatórias Européias para a Copa do Mundo de 2010, a ser disputada na África do Sul. A equipe, que na última Copa alcançou a 4ª posição geral, vem tendo um desempenho irrisório na competição; comandados por Carlos Queirós (cujo último trabalho foi o de treinador adjunto de Alex Ferguson, no Manchester United), os portugueses se encontram em um simplório terceiro lugar no Grupo 1, com apenas seis pontos em quinze disputados. Se você acha que a terceira posição é confortável, a Suécia, que se encontra em quarto lugar no mesmo grupo, possui o mesmo número de pontos e um jogo a menos. A Albânia, quinta colocada, também tem seis pontos, mas dois jogos a mais.

As duas seleções que ocupam a ponta da tabela são a Dinamarca e a Hungria. Tanto os dinamarqueses quanto os húngaros possuem 13 pontos, mas os escandinavos possuem um jogo a menos. Os sete pontos que separam Portugal da Copa do Mundo (ou, no minímo, da repescagem) não parecem tão simples de serem conquistados, tendo em vista a tabela da seleção portuguesa e o futebol apresentado.

O próximo jogo dos lusitanos é contra a Albânia, fora de casa, no dia 6 de junho; até aí tudo bem, mas o problema mora nos jogos de 5 e 9 setembro, quando eles enfrentarão Dinamarca e Hungria em suas respectivas casas, sem a miníma chance de pensar em perder. Fechando a tabela de seu grupo, eles enfrentam novamente a Hungria no dia 10 de outubro e, posteriormente, Malta (última colocada do Grupo 1, com apenas um ponto conquistado) - ambos os jogos em casa.

A grande questão é: como a seleção de jogadores como Deco e o melhor do mundo, Cristiano Ronaldo, poderia não marcar presença no Mundial da África do Sul? Os insucessos de Portugal devem, sim, ser atribuídos ao técnico Carlos Queirós, mais pelo fato de o treinador aparentar desconhecer a profundidade de seu plantel do que por questões táticas. Afinal, partindo do ponto de vista técnico, parece até impossível que os nomes acima citados, que apresentaram um futebol tão vistoso na última Eurocopa (comandados por Felipão), possam ter caído diante de seleções como a Albânia (empate em 0x0 dentro de casa) ou Suécia (0x0 fora de casa).

Essa relação insossa de Queirós para com seu plantel ficou evidente na partida contra a Suécia, em que ele entrou em campo praticamente sem atacantes, preferindo escalar o meio-campo Danny solitário na frente, trombando com os dois armários da zaga sueca, tudo para satisfazer o seu 4-3-2-1.

Enquanto isso, mais atrás, o técnico português inventou de deslocar o desajeitado zagueiro Pepe para a cabeça-de-área, sem considerar que, apesar de ser um bom zagueiro, o brasileiro naturalizado português não possui competência para armar jogadas de maneira eficiente, o que comprometeu a criação de jogadas partindo do meio-campo, completado pelo também volante Raul Meireles e por Tiago.

Nem mesmo Cristiano Ronaldo e Simão Sabrosa, que caíam pelas pontas do ataque português, puderam concretizar um mísero tento a favor de sua seleção, que pecou bastante nas finalizações. Mesmo que Deco tenha dado mais "molejo" ao time, quando substituiu Tiago, os portugueses não conseguiram marcar um único gol, para ao menos garantir os três pontos, culpa do ataque mal-formado pelo técnico Queirós, que precisa colocar em sua cabeça que necessita, sim, de um atacante de ofício.

Caso contrário, adeus África do Sul.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A batalha do Pacaembu


O carioca parece um estrangeiro na terra da garoa. Este escriba estava perdido, mas nem tanto. "Boa noite. Como faço para ir à estação Clínicas?". O simpático guarda do metrô, na estação Tietê, me respondeu: "Pegue a composição no sentido Jabaquara, salte na Paraíso, e pegue o outro trem no sentido Vila Madalena.". As instruções foram precisas: em menos de meia-hora, eu já estava andando nos arredores do Pacaembu. Conheço pouco da maior cidade do país, mas os transportes públicos me pareceram bem integrados, organizados e funcionais. "Coca-cola, cerveja, vinho!". Vinho? É, definitivamente eu era um estrangeiro na terra da garoa.

Eu e mais dois tricolores caminhávamos disfarçados no meio da multidão corintiana que se aproximava do estádio. Sentimento de tensão não muito diferente do de um clássico carioca no Maracanã. Chegamos sem dificuldade à entrada dos visitantes e fomos muito bem tratados pela polícia local, ao contrário do que havia acontecido ano passado, no jogo da Libertadores. Adentrei a arquibancada, e fui de novo surpreendido positivamente. Primeiro, a boa visão do campo lá do nosso setor. Em outros estádios (Morumbi, Arena da Baixada, Engenhão), os visitantes não conseguem ver o jogo direito. Felizmente, o Pacaembu foge à regra. Segundo, a qualidade do lanchinho: um dos melhores hot dogs que eu já comi, e ainda vem acompanhado de batatas chips. O resto não era surpresa: lotamos o nosso setor, com mais de três mil tricolores, entre habitantes de São Paulo e turistas cariocas.

A torcida do Corinthians também fez bonito: o estádio estava quase totalmente lotado. A parte do tobogã e a da arquibancada oposta cantaram o tempo todo, muito alto, e o mais incrível: em perfeita sincronia. Ontem entendi por que os times cariocas sempre enfrentaram dificuldades no Pacaembu: o estádio é um verdadeiro caldeirão. Esportivamente, o melhor negócio para o Timão é mesmo mandar seus jogos no Estádio Municipal.

Em campo, os dois times erravam muito, o Fluminense mais que o Corinthians. Num dos erros tricolores, Dentinho apareceu livre e disparou para o gol, sem chances para o goleiro Fernando Henrique: 1 a 0 Corinthians. Pela pressão que exerceu no primeiro tempo, a equipe paulista mereceu até marcar mais um gol, mas esbarrava na grande atuação do arqueiro pó-de-arroz.

No segundo tempo, o Fluminense melhorou, e o Corinthians piorou. Ambos os times perderam muitas chances. A melhor delas foi de Thiago Neves: o camisa 10 tricolor tabelou com Marquinho e apareceu na cara do gol. Porém, chutou em cima do goleiro Felipe. Também o arqueiro corintiano viveu uma grande noite.

Conca voltou muito bem. Entrou no lugar de Thiago Neves, e criou grandes jogadas em seus quinze minutos de jogo. Só não o destaco mais porque houve duas atuações melhores que a dele entre os pós-de-arroz: o já citado Fernando Henrique, e o Maicon. Ah, o Maicon mais uma vez se desdobrou em campo. Como diria o Profeta, ele correu feito coelhinho de desenho animado. Aparecia cortando a bola na defesa e, instantes depois, já estava pedindo um passe lá na frente. Concluo que Conca tem que entrar, mas Maicon não pode sair. Quebra-cabeça para o pé-de-uva!

Fim de jogo, 1 a 0. Placar ruim, mas nem tanto. No Rio, vamos virar, como fizemos contra o São Paulo ano passado. Peguei um táxi de volta para o terminal rodoviário do Tietê, e o ônibus de volta para o Rio. Aproveitei para dormir, porque uma quinta-feira de trabalho me aguardava na Cidade Maravilhosa. Durante a viagem, sonhei com o Profeta, e sonhei com os 3 a 1. Faltam cinco jogos para o bi.

PC

quarta-feira, 13 de maio de 2009

A mais nova tricolor de Minas Gerais

"Do Tio Vinicius,

Para a mais nova tricolor de Minas Gerais.

Um abraço.

 

PS.: Daqui pra frente, quando o Fluminense ganhar, você pode dizer para as pessoas com orgulho: ‘Saudações Tricolores!’"

 

É verdade que na parte de trás do envelope ele tinha escrito meu nome errado. Escreveu Erika com c e acento agudo. Mas também é verdade que, depois que eu recebi essa cartinha, meu ‘amor ao tricolor’ nunca parou de crescer.

Por ter nascido em Minas, minhas raízes sempre me induziram ao Cruzeiro e ao Galo. Nada contra esses times. Já torci pelos dois. Só que eu não entendia. Eu achava idiota essa coisa de torcida.

Eu via os jogos e não sentia nada. Não havia amor. Era só pra falar que eu torcia pra algum clube.

Quando tinha clássico, sentava na frente da TV e assistia às pessoas se descabelando, sem entender a importância daquilo tudo. Pra que ficar careca por causa de um jogo estúpido?! Não vai alterar nada na minha vida!

Estava em minha fase cruzeirense quando resolvi assistir aos jogos da Libertadores em 2008.

Caloura no quesito futebol, assisti ao jogo errado. Mas na hora certa.

Era Fluminense e LDU.

Eu vi a torcida maravilhosa, os jogadores dançando em campo, jogando um futebol lindo. Um futebol brasileiro. Um futebol tricolor.

Posso dizer que foi paixão à primeira vista.

Logo depois liguei para o meu pai, avisando que agora torcia pelas Laranjeiras.

Serei clichê, mas digo que me senti completa. Se me perguntassem para que time eu torcia, podia dizer estufando o peito: “Fluminense!”.

Ganhei uma camisa oficial, usei-a por 3 dias a fio. Depois tive que tirar pra lavar. E usei mais.

Tem dias que no colégio chego a discutir sobre futebol. Aprendi o nome dos jogadores e paro o que estiver fazendo para assistir aos jogos do meu time do coração.

Sempre que acordo de manhã, penso no dia chato que está por vir. Penso nos deveres, nas provas, nas pessoas indesejáveis e no barulho de buzina na rua que insiste em me irritar sempre que caminho. Mas aí me lembro de duas coisas.

Me lembro que tenho música, sem a qual não vivo, e que tenho o Flu.

Posso não ser velha de guerra, mas sei que tenho para com o meu time uma relação que irá durar para sempre.

Não exagero ao dizer que a cada dia o amo mais. É a mais pura verdade.

O amo por ser clássico, por ser belo, por ser forte. O amo pelos seus torcedores (convenhamos, o número de tricolores bonitos me assusta. É enorme) e seu fanatismo, pelos seus jogadores e sua raça.

O amo por ser meu time incrível. Que me completa.

E agora digo com orgulho: Saudações Tricolores!


Erika Rohlfs