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terça-feira, 2 de novembro de 2010

O segundo jejum de Washington



Amigos, o que acontece com o artilheiro do Fluminense é curioso. Washington nunca foi considerado craque, apesar de ter sido, ao longo da carreira, um goleador nato. Na Ponte Preta e no Atlético Paranaense, seus gols eram de uma frequência avassaladora. Foi para o Japão, e lá também assinalava mais gols que todos os outros. Quando chegou ao Fluminense, em 2008, tratou de continuar balançando as redes. Fez, na primeira fase da Libertadores, gols importantes, como os dois da vitória sobre o Libertad, no Paraguai. Porém, logo começaria um incômodo jejum: Washington ficaria oito jogos inteiros sem marcar um golzinho sequer. Veio então uma partida que o Fluminense precisava vencer por dois gols de diferença: o confronto contra o São Paulo, pelas quartas-de-final da Libertadores. Mais do que nunca, o Tricolor precisava dos gols do Coração Valente. E Washington desencantou, marcou duas vezes, classificando o Fluminense, eliminando o São Paulo. Aquela foi uma atuação magnífica, que, se repetida mais vezes, converteria Washington em ídolo obrigatório de todo pó-de-arroz. Ele ainda marcaria mais um gol de antologia, na semifinal contra o Boca Juniors. Na final, diante da LDU, perdeu dois gols feitos, um em cada jogo. E coube exatamente a ele cobrar o pênalti derradeiro, aquele que decretaria nosso injusto vice-campeonato.

O ano de 2008 continuou, com a disputa do Campeonato Brasileiro. Washington continuou desperdiçando tentos feitos, mas também ia assinalando seus gols, aqui e acolá. Salvo engano meu, fez três no São Paulo, fez três no Náutico, fez três no Atlético Paranaense. E, adivinhem, terminou o ano mais uma vez como artilheiro máximo do Campeonato. Em 2009, foi para o São Paulo, onde perdeu mais gols do que fez. E em 2010 voltou ao Fluminense, a princípio para ser a sombra de Fred. Com as seguidas lesões do mineiro de Teófilo Otoni, acabou ele mesmo sendo o centroavante titular do quadro pó-de-arroz. E diga-se: começou muito bem, enfiou dois no Atlético Paranaense, e seguiu marcando nos jogos seguintes. Perdeu um pênalti importante contra o São Paulo, marcou um gol de honra contra o Corinthians, e então começou mais um incômodo jejum.

Já são dez jogos sem balançar as redes adversárias. Convenhamos: não é por falta de luta. Se Washington possui uma característica fundamental, é a de nunca fugir da batalha: sua camisa sempre termina o jogo encharcada de suor. Ele ajuda a marcar a saída de bola adversária, ele volta para ajudar na marcação, ele não desiste de nenhum lance. E também não se machuca: jogou todas as partidas desde que voltou a Álvaro Chaves.

É exatamente por causa de sua luta incessante que afirmo: o segundo jejum de Washington está perto de acabar. O futebol há de recompensar os esforços do Coração Valente. Em Porto Alegre, veremos Washington colaborar para um importante triunfo: balançará as redes como fazia o Washington da década de 80. Terá em Conca seu Assis, em Mariano seu Aldo. Fará, de agora em diante, gols aos borbotões. E, com seu artilheiro de volta, o Fluminense há de seguir sua ascensão rumo à glória.

PC

2 comentários:

  1. Passe de Conca, gol de Xitão [2]!

    PC, muito obrigado pelas estatísticas do PC Start, melhorou e completou o texto!

    ST!!!

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