Uma mensagem para o Dia dos Professores

Hoje, 15 de outubro, é o Dia dos Professores. Oficialmente, não é feriado, mas deveria ser. Em um país que tem um feriado a cada cinco minutos, já no calendário se observa a desvalorização da mais nobre das profissões.

O deboche com os mestres aparece também no contra-cheque, claro. Anualmente, gastamos R$ 1.800.000,00 com cada um de nossos 513 deputados. Enquanto isso, o salário dos nossos verdadeiros heróis não chega a R$ 30.000,00 por ano - é o segundo menor do mundo. A proporção é de obscenos 60 para 1: nossos gastos com um único e escasso deputado dariam para pagar sessenta professores do ensino fundamental.

A Educação brasileira, naturalmente, naufraga. No sistema público, nossos jovens chegam ao último ano do ensino médio e mal sabem ler, escrever e fazer as operações básicas da matemática. Os alunos que aprendem o mínimo são os que têm a sorte de encontrar um ou outro professor abnegado e apaixonado pelo ofício.

E o problema não se resume apenas ao salário ridículo: há também as condições precárias de trabalho. Ser professor da rede pública hoje, no Brasil, é praticamente uma missão humanitária.

Algum sábio já deve ter dito (se ninguém disse, estou dizendo agora): se você quiser enxergar o futuro de um país, olhe para a sua atual sala de aula. Que o próximo Presidente da República, seja quem for, descubra esta prioridade fundamental, e salve a próxima geração. E que o povo cobre isso do mandatário eleito.

A vocês, meus mestres, parabéns pelo seu dia, e obrigado por tudo.

PCFilho