Amigos, o Fluminense está classificado às quartas de final da Copa Libertadores da América de 2024. Em um duelo dramático, com uma vitória para cada lado, o Tricolor eliminou o Grêmio na definição por pênaltis e segue vivo no sonho do bicampeonato continental.
Foi a grande noite do goleiro Fábio, que defendeu duas das quatro cobranças do Grêmio na disputa de pênaltis, este cruel desempate que, pelo menos desta vez, fez justiça e classificou o time que jogou melhor nas duas partidas. Que história monumental constrói Fábio, aos 43 anos, ainda atuando em nível extraordinário - ele já se colocou no olimpo dos grandes arqueiros tricolores, ao lado de Marcos, Velloso, Batatais, Castilho, Veludo, Félix, Paulo Goulart, Paulo Victor, Diego Cavalieri e tantos outros. Não deve nada às lendas: trata-as como semelhantes, como iguais.
O Grêmio acabou punido pelo grave erro de ter escolhido enfrentar o Fluminense. No seu último jogo da fase de grupos, bastava vencer para evitar o confronto brasileiro tão precoce. Mas não: na decisão mais burra de sua centenária história, o Grêmio escolheu enfrentar A Camisa - e sofreu as consequências de tamanha estupidez.
E que espetáculo fez a torcida tricolor, nas arquibancadas do Maracanã. Não é à toa que o Fluminense jamais perdeu uma partida de mata-mata de Libertadores como mandante. Quando o clube precisa de número, acontece o suave milagre descrito por Nelson: os vivos, doentes e mortos sobem as rampas, os vivos saem de suas casas, os doentes de suas camas e os mortos de suas tumbas. E juntos empurramos as três cores rumo ao seu destino de perene glória.
E que jogador é Paulo Henrique Ganso, senhoras e senhores. Ao coordenar seus companheiros em campo, o maestro vai desenhando e construindo as vitórias tricolores, passe a passe. Ele parece antecipar tudo o que vai acontecer no campo - e antecipa mesmo. E que obra de arte ele quase pintou: com um totozinho de primeira, fez a bola encobrir o goleiro, antes de caprichosamente beijar o travessão. Teria sido um daqueles golaços antológicos, repetidos ad aeternum, até o Sol virar uma bola de cristal e depois disso.
E o que dizer de Thiago Silva? Aos 39 anos, o homem voltou ao lar e segue sendo o melhor zagueiro em atividade no mundo. Que atuação primorosa - e que merecida recompensa, o gol que abriu o placar no Maracanã, numa cabeçada estrondosa, que já merece um verbete nas enciclopédias tricolores.
E Jhon Arias, amigos, este incansável colombiano? Corre os noventa minutos, se necessário até mais. É um maratonista. Não há quem molhe mais A Camisa do que ele. Converteu seus dois pênaltis, um no jogo, um na disputa, com sua habitual e inigualável categoria. E houve quem dissesse que Arias fugia das decisões - meu Deus do céu, perdoe tamanha cegueira futebolística.
Eu poderia tecer loas aqui para cada um dos guerreiros tricolores. Todos, sem exceção, colaboraram para o grande triunfo tricolor. A verdade é que o Fluminense inteiro cresceu com a desvantagem inicial. Todos, em campo e nas arquibancadas e cadeiras, nos agigantamos. Foi uma atuação magnífica do time, da torcida e d'A Camisa, numa simbiose imparável. Força, glória e tradição: o próprio Real Madrid não conseguiria resistir.
Coçando sua longa barba branca e contemplando a mesma Lua cheia que iluminou o Maracanã, o Profeta sorri. O homem volta a olhar as faixas de velhos e recentes triunfos, penduradas nas úmidas paredes da caverna que habita. O futebol há de nos continuar dando o que merecemos. "Quem espera sempre alcança, quem espera sempre alcança", ecoa a voz do ancião, no verde vale da esperança. Estamos a cinco noites de uma nova e eterna glória.
PCFilho
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