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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Clássico no sábado de Carnaval


Amigos, a essa altura todos já sabem: no sábado, às 18:30, Fluminense e Vasco jogarão a semifinal da Taça Guanabara, no Estádio Mario Filho. Por duas horas, o carnaval carioca será interrompido para o clássico. Vivos, doentes e mortos, foliões ou não, voltarão suas atenções para o Maracanã, o ex-maior estádio do mundo. Se há um programa mais carioca que o carnaval, é o futebol no Maracanã.

O confronto entre Fluminense e Vasco possui uma história peculiar. Quando o Vasco começou, há quase cem anos, em 1915, o Fluminense já estava estabelecido como maior clube de futebol do Rio (e portanto do Brasil). Em 1923, o Vasco finalmente chegou à primeira divisão, e já chegou sendo campeão. Ocorreu então uma grande briga nos bastidores: o Vasco acusando o Fluminense de ser elitista; o Fluminense acusando o Vasco de pagar salário aos jogadores. (Na época, os jogadores eram amadores, não recebiam salário.)

Em 1946, o Vasco tinha Ademir, seu maior ídolo. O Fluminense, a pedido do técnico Gentil Cardoso, fez uma oferta irresistível, e tirou Ademir do Vasco. "Deem-me Ademir, que eu lhes darei o Campeonato", prometeu Gentil. E cumpriu: com Ademir, o Fluminense conquistou o Supercampeonato de 1946. O craque, depois, voltou ao Vasco, onde continuou levantando taças.

Já na década de 50, o Vasco venceu o primeiro Campeonato Carioca do Maracanã (em 1950, contra o América). Mas, em 1951, perdeu a Copa Rio para o Palmeiras. No mesmo 1951, o Fluminense sagrou-se Campeão Carioca (na final contra o Bangu). E, em 1952, conquistou também a Copa Rio (na final contra o Corinthians). O Fluminense tinha o Mundial, e o Vasco não.

Veio a década de 70, e o Vasco tornou-se freguês do Fluminense. Na final do Carioca de 1976, o argentino Doval fez o gol do título tricolor. Na final do Carioca de 1980, o herói pó-de-arroz foi Edinho. Em 1984, a final mais importante: no Campeonato Brasileiro. E, mais uma vez, o Fluminense venceu, com aquele gol histórico de Romerito. O torcedor tricolor ia ao Maracanã com a certeza prévia do triunfo. Nem em 1988, no Campeonato Brasileiro, foi diferente. O Vasco tinha a melhor campanha do certame, o Fluminense só a oitava. Mesmo assim, deu Fluminense, com show de Washington.

Veio a década de 90, e a freguesia se inverteu: o Fluminense passou a ser freguês do Vasco. Em 1993, na final do Carioca, deu Vasco pela primeira vez, com o garoto Valdir de protagonista. No ano seguinte, nova vitória do Vasco sobre o Fluminense na final: desta vez, o carrasco foi Jardel. Em 2003, de novo o Vasco venceu o Fluminense na decisão, com destaque para mais um garoto: Léo Lima. Foi o último título do Gigante da Colina. Agora, após alguns anos ruins, o Vasco parece estar bem novamente.

Tenho a certeza antecipada de que será um grande jogo. No Vasco de Vágner Mancini, há Dodô, Carlos Alberto e Philippe Coutinho. No Fluminense de Cuca, há Fred, Conca e Maicon. Há tempos não se via um clássico tão recheado de craques, dos dois lados. Com tantos bons jogadores, o resultado é absolutamente imprevisível.

Só me assombra a hipótese da decisão por pênaltis. Não consigo aceitar que o futebol se decida no cara-ou-coroa. Empates precisam ser resolvidos em um novo jogo. Ah, como seria mais justo se as equipes partissem para um novo jogo!

Nos vemos no Maracanã!

PC

3 comentários:

  1. Comentário do amigo Alexandre Magno:

    Só lembrando, que o grande artilheiro Ademir era Tricolor de coração, já em Pernambuco, mas também quando encerrou a carreira e proclamava a sua paixão nos microfones da Rádio Nacional, como o Gérson faz hoje, sem ficar em cima do muro em dias do grande Clássico dos Gigantes.

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  2. Tem tudo pra ser um jogão.
    Se o campeonato fosse livre de manipulações seria melhor ainda.

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  3. Acho que o jogo que termina empatado tem que ser resolver em prorrogações de 15 minutos (com intervalo de 5 minutos) até um dos times terminar uma dessas prorrogações na frente ou desistir.

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