
Amigos, a essa altura todos já sabem: no sábado, às 18:30, Fluminense e Vasco jogarão a semifinal da Taça Guanabara, no Estádio Mario Filho. Por duas horas, o carnaval carioca será interrompido para o clássico. Vivos, doentes e mortos, foliões ou não, voltarão suas atenções para o Maracanã, o ex-maior estádio do mundo. Se há um programa mais carioca que o carnaval, é o futebol no Maracanã.
O confronto entre Fluminense e Vasco possui uma história peculiar. Quando o Vasco começou, há quase cem anos, em 1915, o Fluminense já estava estabelecido como maior clube de futebol do Rio (e portanto do Brasil). Em 1923, o Vasco finalmente chegou à primeira divisão, e já chegou sendo campeão. Ocorreu então uma grande briga nos bastidores: o Vasco acusando o Fluminense de ser elitista; o Fluminense acusando o Vasco de pagar salário aos jogadores. (Na época, os jogadores eram amadores, não recebiam salário.)
Em 1946, o Vasco tinha Ademir, seu maior ídolo. O Fluminense, a pedido do técnico Gentil Cardoso, fez uma oferta irresistível, e tirou Ademir do Vasco. "Deem-me Ademir, que eu lhes darei o Campeonato", prometeu Gentil. E cumpriu: com Ademir, o Fluminense conquistou o Supercampeonato de 1946. O craque, depois, voltou ao Vasco, onde continuou levantando taças.
Veio a década de 70, e o Vasco tornou-se freguês do Fluminense. Na final do Carioca de 1976, o argentino Doval fez o gol do título tricolor. Na final do Carioca de 1980, o herói pó-de-arroz foi Edinho. Em 1984, a final mais importante: no Campeonato Brasileiro. E, mais uma vez, o Fluminense venceu, com aquele gol histórico de Romerito. O torcedor tricolor ia ao Maracanã com a certeza prévia do triunfo. Nem em 1988, no Campeonato Brasileiro, foi diferente. O Vasco tinha a melhor campanha do certame, o Fluminense só a oitava. Mesmo assim, deu Fluminense, com show de Washington.
Veio a década de 90, e a freguesia se inverteu: o Fluminense passou a ser freguês do Vasco. Em 1993, na final do Carioca, deu Vasco pela primeira vez, com o garoto Valdir de protagonista. No ano seguinte, nova vitória do Vasco sobre o Fluminense na final: desta vez, o carrasco foi Jardel. Em 2003, de novo o Vasco venceu o Fluminense na decisão, com destaque para mais um garoto: Léo Lima. Foi o último título do Gigante da Colina. Agora, após alguns anos ruins, o Vasco parece estar bem novamente.
Tenho a certeza antecipada de que será um grande jogo. No Vasco de Vágner Mancini, há Dodô, Carlos Alberto e Philippe Coutinho. No Fluminense de Cuca, há Fred, Conca e Maicon. Há tempos não se via um clássico tão recheado de craques, dos dois lados. Com tantos bons jogadores, o resultado é absolutamente imprevisível.
Só me assombra a hipótese da decisão por pênaltis. Não consigo aceitar que o futebol se decida no cara-ou-coroa. Empates precisam ser resolvidos em um novo jogo. Ah, como seria mais justo se as equipes partissem para um novo jogo!
Nos vemos no Maracanã!
PC
Comentário do amigo Alexandre Magno:
ResponderExcluirSó lembrando, que o grande artilheiro Ademir era Tricolor de coração, já em Pernambuco, mas também quando encerrou a carreira e proclamava a sua paixão nos microfones da Rádio Nacional, como o Gérson faz hoje, sem ficar em cima do muro em dias do grande Clássico dos Gigantes.
Tem tudo pra ser um jogão.
ResponderExcluirSe o campeonato fosse livre de manipulações seria melhor ainda.
Acho que o jogo que termina empatado tem que ser resolver em prorrogações de 15 minutos (com intervalo de 5 minutos) até um dos times terminar uma dessas prorrogações na frente ou desistir.
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