sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O Grenal do século

O Campeonato Brasileiro de 2008 está para acabar, e o Internacional está a um passo de conquistar a Copa Sul-Americana. Esses dois fatos me motivaram a escrever um texto sobre o maior Grenal de todos os tempos. Há quase 20 anos...

No dia 12 de fevereiro de 1989, Grêmio e Internacional se enfrentaram em Porto Alegre. O Estádio Beira-Rio estava completamente lotado (78.083 pagantes), para o segundo jogo da semifinal do Campeonato Brasileiro de 1988. O Inter chegara à semifinal após passar pelo Cruzeiro, e o Grêmio eliminara o Flamengo. A primeira batalha foi no Olímpico, e terminou 1 a 1. Assim, a melhor campanha do Colorado permitia-lhe empatar após tempo normal e prorrogação.

Um Grenal é sempre emoção, do início ao fim. Quando eram contados 25 minutos do primeiro tempo, o tricolor gaúcho explodiu em êxtase: gol de Marcos Vinícius. A torcida gremista, minoria no Beira-Rio, começou a sua festa. A comemoração aumentaria aos 38 minutos, quando Arnaldo César Coelho expulsou o colorado Casemiro. O Internacional, que antes do jogo parecia um gigante imbatível, via suas chances de chegar à final cada vez mais reduzidas.

Amigos, vejam que ironia do destino: o técnico do Grêmio era Rubens Minelli, que havia conquistado o bicampeonato brasileiro pelo Inter, em 1975 e 1976. Justo ele tiraria do Inter a chance de disputar o tetra! No comando do Colorado, estava Abel Braga. Ele tinha a dura missão de fazer o time empatar, com um jogador a menos, no segundo tempo.

Falta perigosa para o Inter, aos 16 do segundo tempo: Edu na bola! Os microfones à beira do campo captam o grito de Mazarópi, goleiro gremista: "Cuidado com o Nílson! Marcação cerrada nele, porra!". Bola alçada na área, e Nílson sobe sozinho. Ele desfere uma cabeçada mortal, um verdadeiro chute com a cabeça. 1 a 1, e o Beira-Rio explode com o urro colorado: GOL! Estava empatada a peleja.

Agora, era o tricolor gaúcho que tinha a obrigação de marcar um gol. E, partindo para cima do rival, abria espaços para os contra-ataques, mesmo jogando com um a mais. Um desses contra-golpes foi fatal. Maurício rabiscou a defesa pela direita e chutou. A pelota passou por Mazarópi, mas se encaminhava para a linha de fundo. Eis que, por trás da zaga, surge o carrasco Nílson! Ele escora para o gol. 2 a 1 Inter, e a vaga colorada na final assegurada.

Assim foi o Grenal do século. Mesmo com um a menos, o Internacional conseguiu modificar o destino da batalha. Mais uma vez, o futebol nos ensinou: não devemos desistir nunca.

Na outra semifinal, o Bahia venceu o Fluminense. Na final, o tricolor baiano bateu o Inter e sagrou-se campeão brasileiro. Maurício, autor da jogada que resultou no segundo gol de Nílson, se transferiu para o Botafogo. Meses depois, ele faria o gol do título carioca, em cima do Flamengo. O tento ficou famoso, porque acabou com o jejum do alvinegro carioca, de 21 anos sem títulos.

PC

Um comentário:

  1. Apenas uma correção, caro PC: o primeiro jogo no Olímpico, naquele confronto histórico, havia terminado sem gols, e não empatado em 1X1.

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