terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Fluleaks


Convido os amigos tricolores a lerem meu texto de hoje, Fluleaks, no PAVILHÃO TRICOLOR.

Nele, trato dos últimos acontecimentos políticos do Fluminense, desde o título brasileiro, passando pela posse do presidente eleito Peter Eduardo Siemsen.

Deixem seus comentários, aqui no Jornalheiros ou lá no PavTri.

Saudações Tricolores,
PC


Caros campeões brasileiros,



Nas últimas semanas, os bastidores do Fluminense estiveram bastante agitados. Ainda estávamos embriagados pela imensa felicidade da suprema glória nacional quando, no dia 8 de dezembro, aconteceu a primeira reunião do novo Conselho Deliberativo. Nela, tomou posse a chapa Novo Fluminense, vitoriosa no pleito de 30 de novembro.


O principal assunto da noite era a eleição do novo Presidente do Conselho. E já neste primeiro ato a temperatura subiu. Como era de se esperar, dada a bizarra colcha de retalhos que constitui a chapa, não houve um candidato de consenso para o cargo. De um lado, estava Ademar Arrais, do Ideal Tricolor, coordenador geral da vitoriosa campanha de Peter Siemsen; do outro, Braz Mazullo, da Democracia Tricolor, sócio antigo do clube. A Flusócio, para meu espanto, estava ao lado de Mazullo, inclusive com o vice da chapa (Rogério Félix). Mazullo venceu a disputa, por 129 votos a 32. Os integrantes do Ideal Tricolor fizeram discursos veementes, e estavam visivelmente contrariados com Siemsen. Um deles até vestia uma camisa da campanha, com o nome de Peter riscado, e referências a históricos traidores.



Que belo começo, não? Para melhorar tudo, na calada da noite de 15 de dezembro o Fluminense demitia Carlos Henrique Corrêa, o dos ingressos da Libertadores, pagando-lhe uma gorda multa rescisória. Seria o último ato de Horcades? Ou o primeiro de Siemsen, como alguns tentaram capitalizar?


(falando em Carlos Henrique Corrêa, outro dia ele afirmou possuir provas de que dois vice-presidentes de Siemsen - Alexey Dantas e Sérgio Galvão - compraram ingressos com ele, de forma privilegiada, na fatídica farra da final da Libertadores de 2008)


No dia 20 de dezembro Peter Eduardo Siemsen tomou posse como Presidente do Clube, em substituição a Roberto Horcades Figueira. Na cerimônia, as ilustres presenças de Celso Barros e Alcides Antunes, bem próximos um do outro. Opa, peraí! Alcides Antunes? Aquele que não continuaria influenciando o futebol do Fluminense em absolutamente nenhuma hipótese? Estranho...



Pensando bem, nem tão estranho. Dias antes, em uma bizarra matéria no site do clube, jogadores e comissão técnica faziam apaixonada defesa dos trabalhos de Antunes. Eram os funcionários do clube fazendo lobby por seu querido vice-presidente. Aquele que na hora boa estava lá festejando no gramado, dando entrevista, e na hora má deixou que Fred e Michael Simoni duelassem via imprensa.



Dois dias após a posse, vem a bomba: em reunião com a Flusócio, Siemsen anuncia que Antunes será mantido como vice-presidente de futebol em sua gestão. Surpresa? Quem lê este espaço não foi surpreendido coisa nenhuma. Pois aqui relatamos o que ouvimos, ainda em 2009, em reunião presencial com Siemsen: uma defesa veemente do nome de Antunes. "Inclusive fomos nós que trouxemos o Alcides de volta para o Fluminense!", disse Siemsen, referindo-se ao período da intervenção, capitaneada por Ricardo Tenório, também presente naquele dia.



Já em 9 de janeiro, a imprensa divulga uma notícia curiosa: Celso Barros Filho é o novo clínico-cardiologista do Fluminense. "Nada a ver com qualquer pedido do pai, e sim pela qualidade profissional", afirmou alguém, em nome do clube.



Menos de uma semana depois, nova "surpresa": Siemsen anuncia que desistiu de contratar um executivo de futebol. Leitores queridos, me ajudem: a proposta de Siemsen não era de profissionalização? Então que história é essa de manter o futebol sob comando amador? Ou Siemsen não sabe o significado da palavra profissionalismo?



Ontem, veio o anúncio do novo programa de vendas de ingressos para o primeiro semestre. O Fluminense quer cobrar 80 reais por jogo da primeira fase da Libertadores. Para uma rápida comparação: os sócios do Internacional, ano passado, pagaram entre 50 e 70 reais pelo ingresso da final da Libertadores. Alguém aposta no sucesso desse plano tricolor?



Assim começou o Novo Fluminense: Conselho Deliberativo presidido pela Democracia Tricolor, Alcides Antunes mantido como vice de futebol, Celso Barros mostrando quem manda e quem obedece, profissionalização zero...



Opa, peraí! Novo? Isso me lembra aquela famosa frase dita pelo personagem Tancredi, no filme O Leopardo (Il Gattopardo, 1963)... "bisogna cambiare tutto per non cambiare nulla" *.



* "É preciso mudar tudo para não mudar nada", em tradução minha.


6 comentários:

  1. Paulo,

    Perfeito artigo que, pormenorizadamente, trata de questões sutis mas decisivas para se entender a administração Tricolor.

    Mais uma vez, a briosa, bela e apaixonada torcida é tratada com desdém.

    Espero sinceramente que o maravilhoso título do ano passado não tenha servido de vassoura para, delicadamente, jogar para debaixo do tapete o rol de erros na condução extra-campo do Fluminense. Espero, mas não confio.

    Brax.

    Paulo

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  2. Vou me ater ao chamado "Guerreiro Tricolor".

    Uma coisa que li no site do FluSocio é que pelo menos este programa não é lesivo ao clube como o Passaporte Tricolor: http://flusocio.com.br/blog/2011/01/18/pelo-fim-das-filas-e-dos-cambistas/

    Porém, este programa ainda tem problemas. O preço é muito alto, o que pode impedir muita gente de ir ao estádio. Além disso, não ficou muito clara essa relação com as torcidas organizadas e talvez acabe sendo mais vantagem se associar a uma torcida organizada do que ao programa guerreiro tricolor.

    Enfim, por um lado o programa melhorou algumas questões, porém o preço está muito alto.

    []'s

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  3. É impressionante como as coisas não mudam... O tempo passa e o mecanismo é quase idêntico...

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  4. PC, como sempre muito bem escrito!

    E, para variar, continuamos a negociar jogadores novos (formados ou não no clube - vide o mais recente empréstimo, Alex) e a perder antigos jogadores formados(vide Rodolfo, zagueiro, parece que indo para o Grêmio!).

    Sds Tricolores,
    Leandro

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  5. Impressionante a constante presença do verbo "continuar" nas análises da "nova" administração do FFC, né, amigos?

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