segunda-feira, 21 de maio de 2018

Bonitinho mas ordinário - Parte 4: O dinheiro compra até o amor verdadeiro


Nessa última parte analiso o papelão do nosso novo auditor e o nosso pitoresco Conselho Fiscal.

O Fluminense conseguiu a proeza de publicar seu balanço de 2017 sem o parecer do Conselho Fiscal. Não que isso faça alguma diferença, afinal Pedro Abad era membro dessa inutilidade nos 6 anos da gestão Peter e Filipe Dias chegou a ser membro suplente em parte desse período nefasto da gestão Peter, em que o balanço do Flu era uma obra de ficção científica.

O Conselho Fiscal nesses anos de gestão FluSócio se fundamenta nos argumentos mais cretinos e pífios possíveis. Acredita em normas que estão na gaveta de alguém na APFut, na palavra de auditor bunda-suja e até mesmo na prática errada de outros clubes.

Paladinos da boca para fora. Na prática exercem um papel determinante nesse mecanismo de ludibriar os usuários das demonstrações financeiras do Fluminense, aprovando todos esses balanços notoriamente fraudados e/ou errados.

Tudo que será listado abaixo pode subsidiar o atual Conselho Fiscal na reprovação das contas e na exigência da republicação ajustada do balanço e notas de 2017.

Citarei algumas normas, as principais que levam a outras e permitem julgar de forma correta o que tem que ser feito. Terão que ler tudo para confrontar o que foi apresentado, afinal quem se disponibiliza para exercer a função de conselheiro fiscal precisa dominar os assuntos que serão relacionados abaixo.

Nosso novo auditor já tomou bomba nesse quesito de respeito a normas, como vocês poderão ver ao longo dessa postagem. Resta saber se o Conselho caminhará sozinho ou vai colar as respostas do auditor e ser reprovado junto.

O ponto de partida é a NBC TA 706, que vai citar várias normas necessárias para tratar de vários assuntos pertinentes ao parecer. O CPC 30 deve ser lido para as Receitas (o 47 só passa a vigorar a partir de 2018). A ITG 2003 e o Profut (artigos 3º e 4º) balizam a apresentação do resultado dos clubes de futebol e a NBC TA 570 trata da continuidade.

De forma bem resumida, afinal esse embate técnico ocorrerá no foro apropriado, temos os seguintes problemas que levam a reprovação e/ou necessidade de reapresentação.

1. A mensuração da necessidade de capital de giro é mandatória, basta observar que o antigo auditor sempre colocou em seu parecer o valor do rombo. Omitir isso é gravíssimo;

2. Não há meios de o auditor acreditar na continuidade operacional do Fluminense, para tanto basta analisar que apuramos déficits consecutivos e também continuamos a orçar déficits e vermos nossas receitas diminuírem ano a ano;

3. Existem problemas de inadimplência fiscal que fortalecem a tese de que a continuidade não pode ser tratada como está sendo tratada no parecer, e isso, por força de norma, implica a adoção de n procedimentos e notas adicionais, fora o fato de que não se deve em hipótese alguma aprovar contas em que não houve recolhimento de impostos e com suspeita de apropriação indébita de IRRF;

4. Ignorar os erros da contabilização da venda do atleta Gerson (vide parte 2) é um absurdo;

5. Permitir que seja feita a pedalada com as luvas do contrato de TV a partir de 2019 (vide parte 2) é criminoso;

6. A DRE está em não-conformidade com as normas de apresentação, ocultando propositalmente os déficits apurados na parte social, esportes amadores e no back-office;

7. Eventos subsequentes foram tratados de forma mentirosa no balanço e isso requer ajustes materiais e de apresentação;

8. Existem notas com erros! E até mesmo o atleta Diego Souza continua desaparecido na relação de direitos econômicos, entre outras divergências na movimentação de atletas entre os anos (ninguém checa esse quadro em nenhum ano, é impressionante).

Cabe ao Conselho Fiscal iniciar o processo que culminará na expulsão de Peter e Abad dos quadros sociais do Fluminense, e fomentar sobretudo o estudo de como podemos iniciar os esforços para recuperar essas perdas causadas por uma gestão calamitosa.

Não basta expulsá-los do clube. Todos os envolvidos nessa formação recorde de déficit precisam arcar com esse prejuízo nas pessoas físicas.

STs

#beijundas

#bonitinhomasordinario

#thatsallfolks

Ricco

3 comentários:

  1. Deixo registrados aqui meus agradecimentos ao Ricco por este serviço prestado ao Fluminense. Este escriba considera um privilégio ter sido o seu blog o escolhido para hospedar esta análise.

    Vamos seguir pressionando os poderes constituídos do Fluminense para que as medidas cabíveis sejam tomadas, sejam contra quem forem.

    A continuidade do Fluminense está claramente ameaçada, e nós não vamos descansar na defesa do clube.

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    Respostas
    1. De tudo, o que mais me impressionou foi a "contabilidade criativa", transformando o prejuízo de 130 milhões em 13 milhões.

      Os responsáveis deveriam ser presos.

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    2. Aliás... Esse negócio de antecipar receitas de uma gestão futura, Horcades era criticado pela Flusócio por isso. Agora Peter e Abad fazem o mesmo...

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