O futebol é o esporte mais popular do planeta. De quatro em quatro anos, metade da população da Terra assiste à decisão da Copa do Mundo - uma audiência que não se compara a nenhum outro evento, esportivo ou não. No dia 15 de julho de 2018, você provavelmente estará em frente à televisão, de olho na bola rolando no gramado do Estádio Luzhniki, em Moscou. Há algumas teorias que tentam explicar o sucesso do "violento esporte bretão", e a mais óbvia é a simplicidade das Regras do Jogo, que pouco mudaram ao longo dos 150 anos de história do esporte (vide
A evolução das regras do futebol).
No entanto, eu vejo espaço para alguns aprimoramentos. Mais do que espaço, aliás: necessidade. Com o melhor preparo físico dos atletas, o jogo mudou, e as regras deveriam acompanhar o novo jogo. Então, aí vão as minhas sugestões para mudanças nas Regras do Futebol. Se gostarem, iniciem uma petição para lançar minha candidatura à presidência da FIFA. 🎩⚽
I) O tempo passaria a ser cronometrado somente com a bola rolando
Hoje, o jogo de futebol dura noventa minutos, com as interrupções sendo, em tese, compensadas pelos acréscimos ao fim de cada tempo. Esta solução, porém, não funciona: raramente, os árbitros têm a coragem de adicionar todos os minutos perdidos. Jogadores desonestos simulam lesões quando o placar favorece suas equipes, já sabendo que o tempo perdido não será reposto (a prática de "fazer cera", tão comum na América do Sul). Especialmente em jogos decisivos, o tempo de bola rolando geralmente é menor que o tempo de bola parada, o que é inaceitável. Esta, portanto, é minha primeira proposta: o tempo passaria a ser cronometrado somente com a bola rolando. Em vez dos noventa minutos corridos, passaríamos a ter sessenta minutos de bola rolando. Cada tempo terminaria após a marca de trinta minutos, assim que o ataque em andamento cessasse.
II) O aumento das dimensões do gramado
Hoje, cada jogador corre mais de dez quilômetros por jogo, em um campo cujas medidas são padronizadas em 105 metros de comprimento por 68 metros de largura. Especialmente em comparação ao futebol praticado até os anos 1980, o jogo atual faz o campo parecer apertado. Assim, a fim de tornar o jogo mais bonito, as dimensões dos gramados seriam aumentadas para 110 metros de comprimento por 75 metros de largura - aproximadamente, as medidas que o Maracanã tinha, antes das últimas reformas.
III) O fim dos métodos insanos de desempate: os empates precisam ser resolvidos com bola rolando
Um problema comum a vários esportes é a resolução dos empates. No basquete, o jogo continua até que haja um vencedor. No vôlei e no tênis, o jogo também continua, em um set de desempate com regras ligeiramente diferentes. No futebol, aparentemente nós desistimos de desempatar os jogos: pressionadas pelas emissoras de televisão, as federações resolveram inventar métodos insanos, como os "gols fora de casa" e as "disputas de pênalti". Há décadas, praticamente se abandonou o único desempate racional e justo: a prorrogação da partida. Como em qualquer esporte, os empates precisam ser decididos com a continuação do jogo! Até mesmo Copas do Mundo podem ser decididas nas absurdas disputas de pênalti - que são mesmo emocionantes, mas nada têm a ver com o jogo em si. Seria como desempatar um jogo de basquete em "disputas de lance livre", ou um jogo de vôlei em "disputas de saque". Portanto, esta seria mais uma das minhas mudanças: aboliria definitivamente os desempates por gols fora de casa e as disputas de pênalti. Os empates precisam ser resolvidos com bola rolando, seja em partida(s) extra(s), seja em prorrogações sucessivas (talvez permitindo substituições extras). Vale observar que o fim das disputas de pênalti ainda traria um benefício adicional: o fim das retrancas, porque a única possibilidade de vitória seria atacar para marcar um gol.
IV) O uso da tecnologia em todos os lances que resultam em gol
Todo lance que resulte em gol passaria a ser revisto em vídeo pela equipe de arbitragem, a fim de observar violações das Regras do Jogo pelos atletas. Assim, por exemplo, o gol do Flamengo na decisão do Campeonato Carioca de 2017, assinalado após falta flagrante do zagueiro Réver, teria sido anulado, evitando a aparição de um resultado injusto.
V) Cobranças de laterais com os pés
Uma situação que observo frequentemente no futebol é a desvantagem que representa a cobrança de um lateral, causada pela obrigatoriedade de realização do arremesso com as mãos. Inúmeras vezes, a posse da bola simplesmente é perdida para o adversário. A possibilidade de chutar a bola criaria novas alternativas para a equipe a efetuar a cobrança do lateral, como a inversão do jogo ou o lançamento para a frente.
E você? Concorda com as minhas propostas? O que você mudaria nas Regras do Futebol? Aguardo seus comentários.
PCFilho