sexta-feira, 20 de março de 2009

Futebol para Escanteio: O Retorno de Barrica


E eis que do aquém do além, de onde não vem ninguém, surge quem? Ele, o piloto com o maior número de GP’s disputados na História da Fórmula 1, Rubens Barrichello.

Quem me conhece sabe que sou fã do Barrica, um dos poucos neste país. Considero-o um piloto injustiçado, e logo explicarei o porquê.

Primeiro brasileiro a pilotar em um cockpit da Ferrari, duas vezes vice-campeão do Mundial de Pilotos, ele era a escolha óbvia para uma equipe que não tem tempo a perder. A novíssima Brawn GP precisa de experiência, e, na atual Fórmula 1, não há ninguém mais experiente do que o Rubinho.

É claro que não vejo a hora de presenciar a volta de um Senna à F1. Ano passado acompanhei quase todas as corridas da GP2, e posso dizer: Bruno Senna tem futuro! Muito provavelmente ele estará disputando o campeonato de 2010, mas, repito, não é de um piloto promissor que a Brawn GP precisa neste momento. Além disso, como questionar a decisão de um cara como o Ross Brawn? Um dos maiores nomes da categoria em todos os tempos sem nunca ter sido piloto!

No início disse que o Barrichello é um piloto injustiçado. Sim, ele é. A maior parte dos brasileiros prefere fazer chacotas a torcer por ele. Tudo começou no primeiro dia de maio de mil novecentos e noventa e quatro, quando aconteceu a maior tragédia da história esportiva do Brasil, a morte do gênio Ayrton Senna da Silva. Nesse exato instante toda a responsabilidade de substituir o mito caiu sobre os ombros do jovem Rubens, que ainda dava suas primeiras voltas nos circuitos pelo mundo. E, apesar de ser um ótimo piloto, Barrichello não chega nem perto de Senna. Aliás, poucos chegam. Mas os brasileiros queriam tapar o vazio deixado pelo trágico acidente na curva Tamburello.

A cada corrida que passava, a cada resultado longe da vitória, a cada quebra, os brasileiros se voltavam contra ele, até que sua extrema competência foi reconhecida e ele assumiu uma vaga na Ferrari, ao lado de outro mito, Michael Schumacher. A chama da esperança reacendeu nos corações dos aficionados por velocidade, mas logo se apagou. Rubinho era praticamente proibido de vencer, em prol do primeiro piloto da equipe vermelha, mas a torcida verde-amarela não quis nem saber e derramou críticas e mais críticas sobre o piloto.

Então, quando tudo indicava que sua carreira seria encerrada sem as merecidas honras, quando já era considerado carta fora do baralho, ele retorna das cinzas, com força e ânimo renovados, pronto para ajudar a formar uma equipe que tem tudo para dar certo. Os resultados nos primeiros treinos são mais do que animadores. A Brawn vem se destacando em todos os dias, e o Rubinho anda sempre entre os mais rápidos.

Vamos lá, Barrica, em busca de novas glórias, como a sua primeira e mais genial vitória na F1. E vamos lá também, Senninha! Aguardamos ansiosamente suas vitórias já em 2010, para, novamente, vibrarmos com as conquistas de um Senna! Nelsinho, Felipe, sucesso em 2009 também!

Em tempo: nesta semana foi divulgada a mais nova alteração na F1 para a temporada 2009. Agora, o campeão sairá pelo número de vitórias. Vamos ver como isso afetará o resultado final da competição, pois é uma mudança bastante radical (12 títulos mundiais mudariam de mãos se fosse utilizada essa regra). Eu acho que a pontuação poderia ser alterada, aumentando a diferença entre os pontos do vencedor e do segundo colocado em cada prova (como sugeriram as equipes), mas toda mudança que busca favorecer aqueles que estão sempre atrás da vitória favorece também o espetáculo.

Para matar saudades: video de Galvão entrevistando Rubinho e Senna em 1990.



E também a primeira (e mais brilhante) vitória do Barrichello:



rafs

10 comentários:

  1. 1. sensacional essa vitória do dr. Rubis em 2000!

    2. acho que ele vem forte pras 4 primeiras corridas. Pode até ganhar!

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  2. Post muito legal falando sobre o Ross Brawn:
    http://colunas.globoesporte.com/voandobaixo/2009/03/13/meu-nome-e-brawn/

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  3. Para mim, os favoritos para as primeiras corridas são Rubens, Alonso e Massa.

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  4. Acho que o Rubinho não representa nada. Triste aquela imagem dele desacelerando o carro para o Schummy passá-lo. Mesmo, que por ordem da equipe, mesmo que estivesse valendo o título ( Shummy não precisava daquele vitória ), nada justifica!
    Me senti um idiota, torcendo para um panaca que, se eu encontrá-lo na rua, certamente cobrarei satisfação dele.
    Se fosse Piquet, Senna, Mansel ou Prost, seria demitido, certamente, mas jamais entregariam uma vitória a um alemão!
    Rubinho, pede pra cagar e sai!
    emersondecarlos@hotmail.com

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  5. A Fórmula 1 de hoje é mais "profissional" que a de alguns tempos, que era mais romântica. Atitudes comom discordar das decisões da equipe e até mesmo disputar com o companehiro de equipe eram a atração mais esperada. Hoje em dia, nenhuma equipe aceita isso. Como desobedecer as ordens da equipe em favor de um grande campeão como o Schumacher? Acho impossível, mas só o fato de ele fazer isso da maneira mais escancarada possível, deixando para os últimos metros, já serviu para mostrar a situação à qual ele estava se sujeitando. Não é fácil simplesmente mandar a equipe pastar e pronto.

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  6. O grande erro da carreira dele foi ter aceitado aquela palhaçada na Áustria.

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  7. Também acho que não ficou bonito o episódio da Áustria, mas não deixo de dar razão ao RAFS, se ele não permitisse a ultrapassagem do schummy sairia da equipe em seguida...um exemplo disso é o Alonso que ficou fazendo birra com o Hamilton e acabou chutado da McLaren.

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  8. Ótimo post, PC. As vitórias do Rubens me emocionaram muito, principalmente a primeira. Foram sofridas e difíceis. abraços

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  9. Massami, o post foi do meu amigo e co-proprietário do blog, o Rafael Amaro, vulgo RAFS. :)

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  10. Rubinho é muito desrespeitado na mídia. Tomara que ele vença o campeonato esse ano! Ia ficar todo mundo na imprensa sem saber onde se escondeeeeeeer!!

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