terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sobre o projeto de associação


Amigos, o discurso era muito bonito, muito atraente: "vamos trazer o torcedor da arquibancada para decidir os destinos do clube". De fato, convenhamos: um clube grande do Brasil não pode ter seu futuro decidido por apenas mil e poucos sócios. A associação em massa da torcida, nos moldes do que diversos clubes brasileiros vêm realizando, não só melhoraria o processo democrático, como também traria novas receitas para o clube.

A entrada de milhares de novos sócios diminuiria muito o poder dos "feudos" que controlam o destino do Fluminense há tantos anos. Numa campanha, o vice-presidente do clube poderia receber respostas malcriadas ao tentar barganhar "suas" centenas de votos em troca de carguinhos no comando. A torcida tricolor poderia, finalmente, ter em suas mãos o poder do voto, a chance de influenciar decisivamente o futuro do clube.

Desde a época da eleição, há um ano, venho avisando que a promessa de associação em massa não sairia do papel, simplesmente porque sua implementação não é - nunca foi - interesse real da chapa eleita. Os grandes grupos que se revezam no comando do clube há mais de uma década - Tricolor de Coração, Democracia Tricolor, "Esportes Olímpicos" e agora Flusócio - perderão boa parte de seu poder quando 10 mil torcedores puderem participar do sufrágio. E portanto não farão força alguma no sentido de colocar o projeto em prática.

Os torcedores que se associaram atendendo ao chamado da Flusócio em 2008 e 2009, serviram apenas para um propósito: colocá-los no poder. Com o objetivo deles alcançado, começaram as medidas de afastamento: súbita interrupção da propaganda da associação, fim do benefício da meia-entrada para sócios (associado ao aumento dos preços dos ingressos), aumento da mensalidade do clube...

Claro, agora que já estão lá dentro, é muito mais fácil a reeleição se o universo dos eleitores mudar pouco ou nem mudar.

Promessa de campanha? É, infelizmente, algumas pessoas não têm Palavra.

Uma das justificativas esfarrapadas é "temos somente 59 dos 300 conselheiros". Ué, a vitória nas eleições de 2010 não havia sido esmagadora? Geralmente, quando um mandatário possui mais de 2/3 da Assembleia*, a sua governabilidade é enorme. Simplesmente todos os seus projetos deveriam ser aprovados com imensa facilidade, não?
[* os 200 nomes da chapa de Peter Siemsen foram para o Conselho Deliberativo, compondo com 100 conselheiros vitalícios - que não são necessariamente oposição]

A outra desculpa é "a dificuldade para reformar o Estatuto". Ah, agora é difícil reformar o Estatuto, caros conselheiros? O engraçado é que, para aprovar a irregular terceira camisa para uso em jogo, valeu a pena mudar as regras...

Profissionalismo? Transparência? Ética na política?

Tricolores, tell me that you'll open your eyes...

O Fluminense necessita de uma refundação.

PC
(texto publicado no PAVILHÃO TRICOLOR)

4 comentários:

  1. O que o pessoal que votou no Peter vai fazer agora?

    Continuar apoiando a Flusócio e o projeto de mudança que não muda nada?

    Eles querem que o Flu se transforme em um clube de bairro.

    Temos que expulsar esses ratos. Só querem seus carguinhos remunerados, e que o Fluminense se f*$@.

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  2. PC,

    A terceira camisa fere onde o estatuto ?

    Abs

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  3. PhBueno,

    A terceira camisa descaracteriza o escudo do clube, e acrescenta uma cor que não é a nossa. Nesses dois pontos, ela fere o Estatuto.

    Só foi liberada para ir a campo porque os conselheiros resolveram rasgar a Lei máxima do clube.

    Abrindo um precedente perigosíssimo, aliás.

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