sábado, 13 de agosto de 2011

FlamenGlobo: quando unanimidade rima com burrice


O texto a seguir é de autoria de Orlando Pontes, e foi publicado originalmente no Brasília Capital. O autor aborda a preferência dos veículos do sistema Globo pelo Flamengo, já exposta aqui neste blog (ver A prova inequívoca da existência da Flapress). O alerta feito para a tentativa de "espanholização" do Campeonato Brasileiro é gravíssimo e real - veja aqui a diferença das cotas de televisão de Flamengo e Corinthians em relação aos outros clubes grandes do país.

FlamenGlobo: quando unanimidade rima com burrice
(Orlando Pontes)

A obsessão do sistema Globo (jornais, rádios e TVs) de espa­nholizar o futebol brasileiro está se tornando do­entia. Se depender da pressão dos veículos do maior grupo de comunicação do País, ne­nhuma criança terá outra op­ção de escolher um time para torcer que não seja o Flamen­go. Quando muito, será permi­tido optar pelo Corinthians. É como se no Brasil tivéssemos um Barcelona e um Real Ma­drid, e os demais fossem ape­nas seus “sparrings”.

Existe uma verdadeira over­dose de cobertura de tudo o que acontece no rubro-negro carioca, vindo o alvinegro paulista logo em seguida. No último sábado, depois de um “clássico” contra o Coritiba (PR), no Rio de Janeiro, em que o Flamengo aplicou uma estrondosa goleada de 1 x 0, gol do “espetacular” Jael após cruzamento do extra-planetá­rio Ronaldinho Gaúcho nos minutos finais da partida, o Jornal Nacional mostrou o fei­to do novo líder do Campeo­nato Brasileiro. Na manhã de domingo, tome matéria sobre a vitória flamenguista no Esporte Espetacular. À noite, o Fantástico abriu exceção, mostrando os gols de sábado, quan­do, normalmente, só apresenta as jogadas de domingo. Na se­gunda, lá está o Fla­mengo novamente no Bom Dia Brasil, no Globo Esporte e, para não perder o hábi­to, mais uma vez no JN. É mole, ou quer mais?

Então, toma. Vire o canal para o SporTV. Ali, os coman­dados de Galvão Bueno – que mesmo ausente, é o respon­sável pelo Bem Amigos, um debate esportivo nas noites de segundas-feiras. Renato Mau­rício Prado (editor de O Glo­bo), Paulo César Vasconcellos e Arnaldo César Coelho, todos rubro-negros assumidos, são figuras carimbadas no progra­ma – sem contar os enrustidos e os eventuais, como os ex-jogadores Caio e Júnior. E o Flamengo, claro, é o centro das atenções. Os ou­tros times, quando analisados, em geral são mostrados muito mais pelas suas deficiências do que pelos méritos. Ronaldi­nho é tratado como merecedor de uma nova oportunidade na Seleção Brasileira, embora, aos 31 anos – terá quase 35 na Copa de 2014 – não te­nha o perfil da renovação anunciada pelo treina­dor Mano Menezes. E seus coadjuvantes não são esquecidos – o goleiro Felipe, o “de­molidor” Willians e o craque Thiago Neves, que, pouco tempo atrás, no Fluminense, ficava muito longe des­ta classificação. Agora surge Jael, “o cruel”, que saiu do banco de reservas para detonar o Coritiba, numa estratégia genial do Wanderley Luxemburgo, desde já candi­dato a tomar o posto de Mano Menezes, caso a Seleção não obtenha resultados mais ex­pressivos, doravante.

A dobradinha do sistema Glo­bo com o time da Gávea – que levou até o presidente Barack Obama para uma “baldeação” no campo de treino para rece­ber uma camisa da presidente Patrícia Amorim – em breve dará origem ao Clube de Rega­tas FlamenGlobo. E os demais times do Rio de Janeiro terão que se contentar em fazer figu­ração para as grandes conquis­tas rubro-negras. E quando ne­nhum deles tiver mais forças para fazer frente a este mas­sacre de marketing e de poder econômico, restará ao carioca a ponte aérea, a Via Dutra ou o futuro trem-bala para assistir ao único clássico que restará no Brasil – Flamengo x Corin­thians, no Itaquerão, que, sem dúvida, ficará pronto em tem­po recorde com despesas pa­gas pelo nosso sagrado dinhei­ro arrecadado pelos impostos.

Vai dar saudade do Nelson Rodrigues, grande tricolor. Ele nos ensinou que unanimidade rima com burrice.

9 comentários:

  1. Ele comete alguns errinhos aqui e ali, insignificantes diante da mensagem muito verdadeira que poucos têm coragem de dizer.

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  2. Concordo em parte com essas declarações, principalmente com a injusta distribuição de cotas recebidas pelos clubes via Globo, onde além de enaltecer Flamengo e Corinthians de forma assustadoramente abissal, trata as equipes fora do eixo sul-sudeste com desdém, ficando estes dispostos a uma mera luta pelo rebaixamento no brasileiro (por questões de poderio econômico) como quer a Globo, ou seja, meros coadjuvantes (é o fim das surpresas e das zebras) em um campeonato de pontos corridos onde beneficia quem tem os melhores investimentos levar vantagem sobre outros.

    Quanto a Ronaldinho Gaúcho, hoje com 31 terá 34 na Copa de 2014 e tem plenas condições de ser o maestro do Brasil junto com essa garotada que está despontando.

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  3. Esta concentração entre Flamengo e Corinthians pode gerar a quebra do Campeonato Brasileiro e o exemplo pode vir de dentro, não precisa vir de outro país.

    Em 1900 e antigamente o campeonato carioca tinha muito apelo do público, mas os clubes médios do rio se enfraqueceram com uma concentração de renda nos grandes e hoje ninguém mais liga pro estadual..... só acompanham nos jogos finais...

    Agora, a mesma coisa pode ocorrer com o Brasileiro. Se seguir assim, daqui a 20/30 anos só existiram Flamengo e Corinthians, quando chegarmos e este ponto ocorrerá que o interesse no campeonato terá caído de tal maneira que Flamengo e Corinthians começaram a ter queda de renda e a quebradeira será geral. Ai o futebol brasileiro estará falido, mais que hoje...

    O pior é que poucos estão vendo isso, para muitos este processo esta passando invisível. O Brasil está indo na contra-mão de onde o futebol está dando certo. Tanto na Inglaterra quanto na Alemanha o processo de divisão da verba do campeonato é feito de forma justa de forma a dar condições minimas de competitividade dos times. Na Liga dos Campeões é algo semelhante, a verba não tem distinção de escudo.

    Além disso, as seleções europeias venderam em conjunto o dinheiro de transmissão das eliminatórias para evitar que as federações mais pobres tenham que torcer para ficar em um grupo mais difícil para que assim ganhe algum na transmissão de um jogo contra uma seleção grande.

    Enfim.

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  4. PC, o AQIP já havia falado sobre a extinção do Brasileirão.

    Na sua postagem Fluminense fechara com Rede Globo eu já tinha deixado esse comentário:

    "PC, acabou o futebol.

    O que teremos é um campeonato Globrasileiro onde o Flamengo e o Corínthians irão conquistar um HEXA a mais que cada um dos outros juntos.

    Ninguém vê que o "mal necessário" vai à longo prazo arruinar com o futebol. Quero saber se depois de tudo acabado, os imbecis, idiotas, retardados, maria-vai-com-as-outras, débeis mentais, estúpidos, etc. dos flamenguitas vão ficar satisfeitos em jogar futebol só entre eles."


    O AQIP também alertou sobre o que está acontecendo em Olha só o que você fez e somos todos coadjuvantes

    Quanto a matéria da FlamenGlobo, assim foi feito no AQIP:

    Maioria é sempre burra e protegida

    Mauro Axlace Aqipossa

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  5. Quanto menos clubes dominando o futebol, mais fácil dominá-los e ser a única dona do produto (futebol), sem concorrência.

    O massacre que o Fluminense vem sofrendo da Federação Carioca desde 1986, da CBF (o clube mais roubado do Brasil desde então), sendo roubado descaradamente em duas finais continentais, não é coincidência.

    O fato do CRF ter nos tomado a dianteira em títulos e o Vasco ter nos ultrapassado após uma enorme dianteira de vitórias que tínhamos com arbitragens escandalosas, também não é coincidência, assim como tabelas tenebrosas para nos prejudicar tecnicamente e financeiramente.

    Ou é?

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  6. ALEXANDRE MAGNO, concordo plenamente com você. Há uma urgência de providência. Uma união dos 3 grandes do Rio. Claro, que há rivalidades entre FluxBota, FluXVasco e VascoxBota. Mas na sua grande maioria, essas rivalidades são em campo, as que são fora do campo, são em sua totalidade, induzidas pelo pessoal da chamada FlaPress, a FlamenGlobo citada na reportagem.

    O que vc citou agora, é a maneira que eles encontraram para bloquear o Fluminense. Não vai haver a renovação da torcida se continuar assim. Quanto ao Botafogo, anos e anos sendo prejudicado, e embora as rivalidades nos fazem "desacreditar" nas glórias dos outros, o Botafogo as teve aos montes, e ainda tem. Prejudicado na Copa do Brasil que o próprio Flu venceu, naquele ano da safada da bandeirinha que anulou 3 gols legítimos do alvinegro, o tri carioca do Flamengo em cima do próprio Botafogo tres vezes prejudicado, entre outras. Essas coisas dão desânimo aos novos torcedores que não aumentarão o Botafogo.

    Quanto ao Vasco, a história do "eterno vice", uma mentira das mais lavadas, pois o Flamengo é o maior vice de todos os times do rio, e em confronto direto com o próprio vasco, perdem de longe, pois o vasco tem mais títulos ganhos em cima do esgoto da Gávea que o contrário.

    Pelo menos o Vasco já se deparou com isso e tem o lema "o sentimento não pode parar", pois sabe da importância de novos torcedores, as crianças, em especial.

    Não adianta alertar os torcedores, sobre isso, não adianta esclarecer certos pontos aos novos, se não explorarmos que o que se tem dito, massificado e despejado na imprensa é a forma que eles tem de aumentar o deles e diminuir o nosso.

    Se não houver essa união dos torcedores, defendendo seus interesses clubísticos, mas citando os outros clubes também, estaremos dando murro em ponta de faca, pois já se sabe que a defesa deles é a mesma: "inveja ou recalque". Mas se defendermos o nosso e o outro tb, estaremos mostrando que não é apenas CONTRA o nosso, (e vai além de ser contra os outros tb), mas sim, A FAVOR do time do "mundo do faz de conta".

    Cada um sabe de seu próprio massacre. Cada um sofre o seu. Mas pode ser que um dia, algum desses seja o último. O lema do AQIPossa é ainda o mesmo, e acredito será ainda por muito tempo:

    AQIPOSSA. Por um futebol MAIS digno.
    GLOBO. Por um futebol. MAS digno??

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  7. vamos criar a logomarca do flamengloborinthians

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