quarta-feira, 24 de março de 2010

Estrangeiros no Vasco

O lendário arqueiro argentino Andrada fez história no Vasco.

Para encerrar a série de matérias especiais sobre gringos que fizeram história no futebol carioca, apresento a reportagem sobre os estrangeiros do Vasco.

(para ler as outras matérias, clique aqui: Botafogo, Flamengo, Fluminense)

O goleiro argentino
Talvez o estrangeiro mais vitorioso da história do Vasco seja o goleiro argentino Andrada. Grande ídolo da torcida cruzmaltina, Andrada foi campeão carioca de 1970 e campeão brasileiro de 1974. Mas ficou famoso mesmo é por ter sofrido o milésimo gol de Pelé, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro de 1969, no Maracanã.
O paraguaio Reyes, do Flamengo, e o argentino Andrada, do Vasco, com camisas da Seleção Brasileira, em uma capa histórica da revista Placar.

Dupla dinâmica pela canhota
Em 1939, os ataques vascaínos pelo flanco esquerdo eram especiais. O ponta-esquerda Emeal e o meia-esquerda Bernardo Gandula falavam a mesma língua, literalmente. Os dois argentinos tinham grande entrosamento. Cabe lembrar a curiosidade: Gandula sempre ia buscar fora do campo a bola que saía, para entregá-la ao jogador responsável pela reposição. Quando a função de buscar as bolas passou a ser desempenhada por garotos durante os jogos, o público os apelidou de gandulas, em homenagem ao ex-jogador argentino.
Gandula, o primeiro gandula do mundo, era jogador do Vasco.

Zagueirão uruguaio vice-campeão brasileiro
Em 1983 e 1984, jogou pelo Vasco o bom quarto-zagueiro uruguaio Daniel González. Naquele time que se caracterizava pelo bom sistema defensivo, González formou excelente dupla com Ivan. O melhor resultado daquela equipe foi o vice-campeonato brasileiro de 1984 (o Fluminense foi o campeão, após vitória por 1 a 0 e empate em 0 a 0).
Daniel González, zagueiro uruguaio.

Zagueiros argentinos ao longo do tempo
Entre 1943 e 1948, o zagueiro argentino Ramon Roque Rafagnelli fez bonito no melhor time da história do Vasco, o Expresso da Vitória. Foi bicampeão carioca (1945 e 1947), e campeão sul-americano (1948) com a camisa da Cruz Pátea.
O bigodudo Rafagnelli com a camisa do Vasco.

Na década de 50, chegou a São Januário o defensor argentino José Guillermo Agnelli, que anos mais tarde se tornaria um treinador de sucesso no interior paulista.

Entre 2006 e 2007, o defensor argentino Emiliano Dudar fez parte do elenco cruzmaltino, mas acabou dispensado ao final do contrato, apesar de ser querido por boa parte da torcida.
Dudar, zagueiro argentino, bem visto por muitos vascaínos.

Um equatoriano campeão brasileiro
Em 1989, o Vasco conquistava seu segundo Campeonato Brasileiro, com grande contribuição do zagueiro equatoriano Quiñonez, dono de vasta e desorganizada cabeleira.
O zagueiro equatoriano Quiñonez e sua cabeleira.

Um traço de união Brasil-Portugal
O Vasco é conhecido pelas fortes origens portuguesas. Entretanto, apenas três jogadores lusitanos já jogaram pelo clube de São Januário na história.

Em 1974, o meia luso Peres chegou à Colina. Embora tenha amargado a reserva durante boa parte do ano, fez parte do elenco campeão brasileiro de 1974.
Peres em ação pelo Sporting Lisboa.

Em 1979, foi a vez de Lito vestir a camisa do Vasco. Não obteve grande destaque.
Lito, nos tempos de Sporting Lisboa.

Em 2005, o Vasco contratou o meia lisboeta José Manuel Martins Dominguez. Embora ele também não tenha obtido muito sucesso em campo, nas arquibancadas o baixinho luso sempre era ovacionado, aos gritos de "Portuga".
Dominguez, camisa do Vasco, bandeira de Portugal.

Baixinho raçudo e abusado
O último estrangeiro a fazer sucesso com a camisa do Vasco foi o meia argentino Darío Leonardo Conca. Após boa passagem pelo futebol chileno, o aguerrido armador portenho chegou a São Januário, onde jogou por um ano, em 2007. Teve grande destaque, com cinquenta atuações e oito gols marcados. Transferiu-se depois para o rival Fluminense, clube no qual se tornou ídolo da torcida.
Conca em ação com a camisa da Cruz Pátea.

Outros jogadores estrangeiros da história do Vasco:

Matías Enrique Abelairas (Argentina, 2012)

Abubakar (Nigéria, 2008).

Adan Vergara (Chile, 2005).

Alfredo González (Argentina, 1940-1941).

Berascochea (Uruguai, 1944-1946).

Leandro Chaparro (Argentina, 2011).

Cobi Jones (Estados Unidos, 1995).

Dacunto (Argentina, 1939-1942).

Danilo Meneses (Uruguai, 1965-1968).

Figliola (Uruguai, 1939-1943).

Julio Cesar Irrazábal León (Paraguai, 2010).

Martín García (Colômbia, 2007).

Petkovic (Sérvia, 2002-2004).

Silvio Parodi (Paraguai, 1954-1955).
(tio de Romerito, ídolo do Fluminense)

Tadic (Montenegro, 2004).

Máximo Tenório (Equador, 1996).


Carlos Vicente Tenório Medina (Equador, 2012).

Victor González (Paraguai, 1954).

Villadoniga (Uruguai, 1938-1942).

Villanueva (Chile, 2008).

Walter Avalos (Paraguai).

Washington Oliveira (Uruguai, 1978).

Yoshimar Yotún (Peru, 2013).

Pablo Horacio Guiñazú (Argentina, 2013).

Santiago Montoya Muñoz (Colômbia, 2013).

Eduardo Lorenzo Aranda (Paraguai, 2014).

Martín Andrés Silva Leites (Uruguai, 2014).

Treinadores estrangeiros da história do Vasco:
Ondino Viera, uruguaio, técnico do Vasco de 1943 a 1946.

Ramón Platero, uruguaio, campeão de 1923.

Henry Welfare, inglês, técnico do Vasco de 1927 a 1937 e em 1940.

Carlos Scarone, uruguaio, técnico do Vasco em 1937.

O português Ernesto Santos treinou o Vasco em 1946.

Filpo Nuñez, argentino, treinador do Vasco em 1960. Ele foi sucedido por outro gringo, o espanhol Abel Picabea.

PCFilho

Fontes de consulta:
- Acervo de fotos de Bruno Lucena.
- Futebol na rede, da Folha.
- Gringos no Brasil, da RSSSF.
- José Dominguez "Portuga", do Supervasco.
- Times-base do Vasco, por Mauro Prais.

13 comentários:

  1. Muito estranho ver o Conca com a camisa do Vasco...ainda bem que ele encontrou o clube certo.

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  2. posso pedir um especial da matéria? Um extra-RJ? Como já deve adivinhar gostaria de ver "Estrangeiros no Cruzeiro". Com certeza meu maior ídolo no futebol é o argentino Sorín, mas sei o nome de poucos estrangeiros que jogaram no meu time. Seria muito pedir a matéria?

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  3. Lilian, eu já havia decidido fazer as postagens para outros clubes brasileiros.

    Coloquei o Cruzeiro em primeiro na fila.

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  4. Adhemar, não faltou, não. Tá lá, tem até foto!

    Zagueirão uruguaio vice-campeão brasileiro
    Em 1983 e 1984, jogou pelo Vasco o bom quarto-zagueiro uruguaio Daniel González. Naquele time que se caracterizava pelo bom sistema defensivo, González formou excelente dupla com Ivan. O melhor resultado daquela equipe foi o vice-campeonato brasileiro de 1984 (o Fluminense foi o campeão, após vitória por 1 a 0 e empate em 0 a 0).

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  5. Tem razão PCFilho.
    Onde estão Roque Calocero e Marcelino Perez, campeões em 1936?

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  6. Tem razão PCFilho.
    Onde estão Roque Calocero e Marcelino Perez, campeões em 1936?

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  7. Respostas
    1. Kosileck (João Kosileck Júnior) faleceu há muitos anos e era natural de Jandaia do Sul-PR, onde vivia depois de deixar a vida de jogador de futebol profissional. Portanto, não era argentino.

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  8. Queria saber sobre o argentino Alberto Íman,quando jogou?

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