segunda-feira, 26 de março de 2007

Marchinhas e Provocações

Após um longo tempo sem contribuir com esse blog (o texto recém postado já havia sido escrito há tempos, mas não postei por pura exclusão digital) volto a escrever, mais para guardar na lembrança do que por outra coisa. Esse texto tem muitos parêntesis, mas a maioria é útil para explicar a estória.

Esse ano, como nos dois anteriores, passei o carnaval na magnífica cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, e como sempre, o carnaval rende estórias para o ano todo. A que vou contar agora é bastante engraçada (pelo menos parecia na hora em que aconteceu, mas sabe como é carnaval, né?), menos para os paulistas e para os mineiros que porventura venham a ler essas linhas. Aliás, desde já me desculpo com eles, pois realmente o pessoal pegou pesado. Mas é importante frisar que foram eles que começaram!

Para quem não conhece, o carnaval em OP funciona da seguinte maneira: primeiro você compra o abadá de um bloco (escolha um dos blocos que sairá nesse dia), e a seguir, vai para a concentração (ambiente fechado ou não, onde a cerva rola solta até acabar). Quando acaba o álcool, o bloco sai. Aí é que começou tudo.

O bloco da Vila dos Tigres (muito bom, teve show da Banda Viva a Noite, do Pânico) subia uma das (muitas) ladeiras de Ouro Preto (aliás, em OP existem três coisas: ladeiras, igrejas e repúblicas... tem muito disso lá, é impressionante!) quando eu e maus amigos começamos a ouvir uma música cantada por paulistas e mineiros que nos deixou bastante irritados – “P**a que pariu! O carioca é a vergonha do Brasil” –, e vimos que todos os cariocas ali presentes (maioria, diga-se de passagem) também estavam ficando nervosos. Mas como é carnaval, resolvemos levar na esportiva, e por sermos (os cariocas) um povo bastante criativo, logo começamos a dar o troco, na mesma moeda: “P**a que pariu! Foram os paulistas que elegeram o Clodovil!”. E como somos realmente criativos, não paramos por aí... uma “marchinha” após a outra, paulistas e mineiros começaram a ser motivo de chacota: “Trabalha paulista, trabalha mineiro, enquanto o carioca vai à praia o ano inteiro!”; “Paulista tem carrão, mineiro tem motoca... f**a é o carioca”. “Ê-ê-ê-ê-ê-ê-ê-ê, bota pra f**ê”; “A-e-i-o-u, a praia de paulista é a banheira do Gugu!”; “Êêêê, a praia de paulista é o rio Tietê!”. Até eu contribuí, homenageando o Pan do Rio: “Se f**e paulista, se f**e mineiro, o Pan-Americano é no Rio de Janeiro!”. Enfim, acho que posso dizer que vencemos a guerra das palavras, mas o mais importante é frisar que em momento algum as pessoas que estavam participando desse “duelo” partiram para a violência, nem física nem verbal... afinal de contas (com o perdão da rima) é carnaval!

Só pra finalizar, todos ficam brincando que baiano é um sujeito lento, preguiçoso, mas imagina só ter cinqüenta carnavais ao longo do ano... todo dia é Quarta-Feira de Cinzas! Eles têm mais é que descansar mesmo, para poderem agüentar o ritmo.

rafs

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