sábado, 28 de abril de 2007

O Show do Evanescence

22 de abril de 2007. Riocentro. 20:40. Já há alguns minutos, olhávamos todos ansiosos para aquela gigantesca cortina alvinegra que cobria o palco. A apresentação que eu aguardava havia seis longos anos estava prestes a começar! Parecia um sonho...

Um segundo antes da abertura da cortina, escutamos aquela magnífica voz entoar: “It’s true...”! Delírio!!! O show não poderia ter começado melhor: “é verdade”, diz o primeiro verso de “Sweet Sacrifice”! Não era um sonho! Era verdade! Dessa música, adoro o verso “Fear is only in our minds, taking over all the time...”!

O show seguiu com “Weight of the World”: “Free fall, free fall, all through life...”! Jamais vou esquecer os oitenta minutos desse espetáculo! A voz de Amy Lee é de arrepiar!!!

Quando ouvimos essa voz cantar “Now I will tell you what I’ve done for you... Fifty thousand tears I’ve cried...”, tivemos o primeiro grande momento do concerto: “Going Under” é uma das canções mais famosas do Evanescence, e a platéia cantou junto com a vocalista, até o final. Emocionante!!!

A seguir, veio “The Only One”: “all our lives, we’ve been waiting... for someone to call our leader...”! Eu gosto de todas as músicas do grupo… :-).

A quinta música foi o sucesso do momento: “Lithium”: “wonder what’s wrong with me...”! Amy Lee ria à frente do piano. Seus belos olhos mostravam que ela estava feliz com o entusiasmo do público.

Nossa musa seguiu no piano, em “Good Enough”, outra belíssima canção! “Under your spell again, I can’t say no to you...”! Após, vieram “Haunted” e “Tourniquet”, dois sucessos do álbum “Fallen” (o meu preferido). Que espetáculo!!!

Em “Call Me When You’re Sober”, tivemos mais uma demonstração do fascinante poder da voz de nossa deusa! “So, don’t cry to me, if you loved me, you would be here with me!”. Seguimos com “Imaginary”, magnificamente executada pela banda!

Em “Bring Me To Life”, novamente intensa participação do público! “How can you see into my eyes like open doors?”. No final, Amy Lee nos elogiou: “I’ve never seen an audience like this before!”. :-)

O concerto seguiu com “Whisper”, outro musicaço (sou suspeito pra falar, eu sei...). “Don’t turn away, don’t try to hide, don’t close your eyes, don’t turn out the light!”.

Nos aproximamos do final com “All That I’m Living For”“lock the last open door, my ghosts are gaining on me...”.

Após a execução de “Lacrymosa” (“Blame it on me, set your guilt free!”), a banda saiu do palco. Dois minutos ininterruptos de aplausos depois, voltaram triunfantes para as duas últimas músicas, ambas com Amy Lee sentada ao piano: “My Immortal” e “Your Star”. Destaque para o momento de “My Immortal” em que a vocalista pára de cantar e tocar o piano, e a música segue inteiramente conduzida por nós! O telão exibiu o sorriso de Amy Lee, os olhos quase lacrimejando! Só esse momento já valeria o ingresso!

Termino esse longo texto com um agradecimento aos integrantes do Evanescence! Amy Lee, John LeCompt, Terry Balsamo, Tim McCord e Rocky Gray, obrigado por me proporcionarem a melhor noite de minha vida!

Basquete, Pátria e etc...


Muito tempo se passou desde a última vez que escrevi para esse blog. A maldita folha em branco me assombrou por um tempo, mas finalmente consegui um tema sobre o qual posso dissertar. Esporte, claro; aliás, foi escrevendo sobre esportes que esse blog foi concebido.

Há algum tempo o Fantástico (programa que só vejo para ver os gols da rodada de domingo) vem exibindo uma espécie de documentário sobre as participações de Brasileiros notáveis em Pan-Americanos. Pois bem, um belo dia (noite, para ser mais preciso) um desses quadros foi exibido logo após os gols da rodada, e falava sobre a estupenda medalha de ouro conquistada pela nossa saudosa (sim, saudosa, porque a seleção de hoje é uma desgraça...) Seleção Brasileira, liderada pelo Mão Santa, Oscar Schmidt. O Brasil venceu a poderosíssima seleção norte-americana, e conquistou o título nessa modalidade nos Jogos de Indianápolis em 1987. Feito inédito, pois nenhuma seleção jamais havia vencido o Dream Team. Só para constar, outro grande nome do time Brazuca foi o Marcel. A cena mais marcante foi quando o Oscar, com a redinha da cesta no pescoço, chorava de emoção. Esse é um dos momentos que me arrepiam e enchem de emoção.

Após uma seqüência de exibições de gala, Oscar recebeu inúmeros convites para jogar na NBA, o que poderia torná-lo, com toda justiça, o primeiro jogador Brasileiro a jogar na mais importante liga de Basquete do mundo.

Porém, o nosso maior ídolo nesse esporte, e um dos maiores ídolos no esporte em geral, recusou todos esses convites, por um simples motivo: se fosse jogar na NBA, não poderia defender a Seleção Brasileira. Patriotismo puro!

Hoje vemos alguns jogadores brasileiros jogando na NBA, com destaque para Nenê Hilário, que foi o pioneiro, jogando pelo Denver Nuggets, e Leandrinho Barbosa, que vem se destacando pelo Phoenix Suns. Hoje em dia, não existe mais o impedimento de que os jogadores não possam defender a seleção de seu país. Mas mesmo assim, eles preferem abrir mão desse direito (dever, na verdade!) para não prejudicarem seu desempenho na liga norte-americana. Se não estou enganado, alguns até jogam pela seleção, mas seu desempenho não chega aos pés do que fazem na NBA.

Acho isso, antes de mais nada, um desrespeito com a pátria na qual nasceram. Imaginem se o Oscar tivesse largado isso e tivesse ido jogar nos EUA. O basquete no Brasil não seria nada! Não sei se a Hortência e a Magic Paula (falar de Basquete Nacional sem falar delas duas não dá, né?) conseguiriam levantar essa bandeira sozinhas.

Escrevo, portanto, para demonstrar minha indignação com o descaso que a Seleção Brasileira de Basquete vem sofrendo por parte dos atletas Brasileiros que jogam no exterior. Espero que os outros esportes não sigam por esse caminho, pois cada vez mais nossos craques abandonam as terras Tupiniquins para ganhar a vida em outras nações.

Que a grande final da Superliga Feminina de Vôlei sirva de exemplo: a grande maioria das jogadoras que disputaram a final entre Rio e Osasco formam a Seleção Brasileira, uma das melhores do mundo!


by rafs

domingo, 22 de abril de 2007

Probabilidades

A área mais fascinante da matemática para mim é a das probabilidades. Nela, é preciso muito raciocínio, em detrimento de “fórmulas mágicas”. Como veremos aqui, nem sempre nossa intuição está certa em problemas probabilísticos...

Começo com um problema simples e intrigante. Você tem uma amiga com dois filhos, e sabe que uma das crianças é menina. Qual é a probabilidade de a outra criança ser menina? A intuição nos diz: 1/2, obviamente! Mas nossa intuição está errada! A resposta certa é 1/3! Um casal com dois filhos tem quatro possíveis combinações: menino-menino, menino-menina, menina-menino e menina-menina – todas essas combinações igualmente prováveis. Se você sabe que uma das crianças é menina, a primeira combinação é eliminada. Assim, restam apenas três combinações: menino-menina, menina-menino e menina-menina. Apenas na última a outra criança é menina! Logo, a probabilidade é de 1/3. Estranho, não? Imagine agora que você viu sua amiga com uma menina, que ela confirmou ser sua filha. Pense bem, e você perceberá que, nesse caso, a probabilidade é 1/2!

Outro probleminha: Alberto, Bernardo e Carlos estão presos. O carcereiro sabe qual deles está condenado à morte, e quais os dois que serão libertados. Alberto, que tem uma chance de 1/3 de ir para a forca, escreve uma carta para a mãe, e quer que ela seja entregue por Bernardo ou Carlos. Então, ele pergunta ao carcereiro se deve entregar a carta a Bernardo ou Carlos. O carcereiro se vê em um dilema: ele acha que, se revelar a Alberto o nome do homem que será libertado, então Alberto terá uma chance de 1/2 de ser condenado à morte, já que Alberto ou o homem não-indicado será executado. Se ele ocultar a informação, as chances de Alberto seguem em 1/3. Alberto já sabe que pelo menos um dos seus colegas será libertado. Como suas chances de ser executado podem ser afetadas pelo simples fato de ele saber o nome do homem que ganhará a liberdade? A resposta: as chances de Alberto não mudam! A preocupação do carcereiro é equivocada. Mesmo sabendo o nome do companheiro a ser libertado, a chance de Alberto continua sendo de 1/3. O companheiro não-indicado agora tem uma probabilidade de 2/3 de morrer! Isso contradiz nossa intuição!

Há quatro cenários nesse caso:

1. Alberto é o condenado, e o carcereiro diz que Bernardo está livre. Probabilidade: 1/6.

2. Alberto é o condenado, e o carcereiro diz que Carlos está livre. Probabilidade: 1/6.

3. Bernardo é o condenado, e o carcereiro diz que Carlos está livre. Probabilidade: 1/3.

4. Carlos é o condenado, e o carcereiro diz que Bernardo está livre. Probabilidade: 1/3.

Se o carcereiro disser que Bernardo está livre (cenário 1 ou 4), Carlos tem uma chance 2 vezes maior de ser o condenado que Alberto (2/3 contra 1/3). Se o carcereiro disser que Carlos está livre (cenário 2 ou 3), Bernardo tem uma chance 2 vezes maior de morrer que Alberto (2/3 contra 1/3). Esse é o clássico problema da escolha restrita: nos cenários em que Alberto não é condenado, o carcereiro não tem escolha. Isso é assunto para um outro texto, talvez até um livro.

Encerro por aqui, para evitar que meus caros leitores fiquem com um nó no cérebro. Espero não ter escrito nenhuma besteira. A matemática é a ciência exata, e por isso é muito perigoso escrever sobre ela. Arrivederci!

terça-feira, 3 de abril de 2007

SE2007


Meu romance preferido começa assim: "Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde em que o seu pai o levou para conhecer o gelo." Ontem, li os belos depoimentos de alguns de vocês sobre a SE2007. Resolvi escrever o meu, também, apesar de saber que meu texto não chegará aos pés dos seus.
Começo agradecendo aos "verdinhos". Vocês foram parte essencial para o sucesso do evento. Obrigado também a Letícia, Isabel e Romulo, que se juntaram à equipe nas últimas semanas e também foram muito importantes. Deixo meu agradecimento também a três veteranos: Celso, por ter fundado o Gecom e por continuar a contribuir com a gente; Danilo, por continuar nos socorrendo com paciência infinita; e Jesus, por ser o amigo e o conselheiro tão especial.
É tanta gente para agradecer! Meus amigos de turma Allan, PV, Marcos e Diego, com os quais sempre aprendo valiosas lições! E que tanto ajudaram nesses últimos dias! Amaro, talvez o melhor amigo que eu já tive e jamais terei: você é o cara!
Por fim, direciono minhas palavras às cinco meninas que fizeram tudo acontecer: Amandinha, Ju, Dadá, Camila e Aninha. Vocês foram demais! Não me arrependo de ter matado alguns dias de estágio, nem de ter me atrasado em vários outros dias: a companhia de vocês valeu a pena! Acompanhei de perto a caminhada de vocês, vi o amadurecimento pessoal, profissional (e ortográfico!!!) de cada uma, e fico muito feliz de saber que fiz parte dele.
Obrigado, Amanda, pela sua dedicação, pela sua cumplicidade, pelo seu carinho. Sabemos que você teve que superar muitas dificuldades nesses meses. Você foi dez!
Obrigado, Ju! Nas duas últimas semanas, passei um bom tempo com você. Presenciei seu espírito de equipe, sua dedicação. Foi tempo suficiente para saber que você é uma pessoa e tanto! Sequer te conhecia antes daquele dia em que a Amanda te levou para a reunião. Hoje tenho uma grande amiga!
Obrigado, Dadá! Suas caronas musicais para o Jardim Botânico foram talvez os melhores momentos que eu vivi nos últimos anos! Sua liderança foi fundamental para o nosso sucesso.
Obrigado, Camila! Você superou todos os obstáculos que tivemos em nossa caminhada, e também está de parabéns!
Obrigado, Aninha! Voz e aparência de uma menininha, inteligência e atitudes tão maduras! Sua grade de palestras foi muito elogiada! Um dos pontos altos do evento!
Os momentos que passei com vocês são como aquela tarde remota em que o pai de Aureliano o levou para conhecer o gelo: inesquecíveis! Eu amo vocês!

domingo, 1 de abril de 2007

SE2007



Nos dias 28, 29 e 30 de Março desse ano foi realizada na UFRJ a 4ª edição da Semana de Eletrônica e Computação, a SE2007. Muita coisa mudou em relação à edição do ano passado. Stands, Mini-Curso de Áudio e Trilhas do Sucesso foram algumas das inovações para esse ano. Meu objetivo aqui não é falar sobre o evento jornalisticamente, até porque eu quase não assisti nenhuma palestra. Gostaria de falar de outras mudanças que ocorreram nessa edição. A principal delas estava por trás das cortinas. A Comissão Organizadora era predominantemente feminina, o que, indiscutivelmente deu um toque de qualidade mais elevado ao evento.

Não que as edições anteriores tenham sido ruins, longe disso (como organizador da edição anterior, nem passaria pela minha cabeça dizer uma coisa dessas). Mas esse ano foi especial, parece que foi mais atraente em todos os detalhes. Detalhes, aliás, que eram todos percebidos pelos aguçados olhos de nossas bravas guerreiras.

Guerreiras mesmo, pois só quem acompanhou de perto, como eu tive o privilégio de acompanhar, sabe o quanto elas batalharam para fazer esse evento acontecer. A sala do professor Rhomberg nunca foi tão bem freqüentada (e ele realmente deve ter ficado muuuito satisfeito com isso), mas o nível de estresse era cada dia mais alto. A burocracia para realizar algo como a SE é impressionante.

No ano passado, quando fui Coordenador de Eventos, passei os três dias completamente estressado, não ficava tranqüilo em momento algum, e tive medo que as meninas não conseguissem segurar a barra (tentava conversar com elas todos os dias para saber como estavam, mas nem sempre conseguia fazê-lo)... Mas essa história de sexo frágil é puro machismo de nossa sociedade. Elas se saíram muitíssimo bem, e apesar de um ou outro excesso de hormônios aflorando, todas mantiveram a cabeça no chão (como diz um sábio chefe de um nobre colega escritor desse mesmo blog).

Orgulho-me muito de ter acompanhado essas meninas ao longo dessa árdua caminhada, que foi encerrada com chave de ouro. Desde o ano passado estivemos dividindo o nosso tempo entre a organização da SE e todo o resto... Agora, fica aquela sensação de vazio... Está certo que logo os nossos professores vão se encarregar de ocupar esse espaço com provas e trabalhos, mas é que foi tão bom passar as férias inteiras indo à Ilha do Fundão... :S

Gostaria de agradecer profundamente a todos da organização, principalmente a cinco belas damas (que todos os outros envolvidos me desculpem, mas estas aqui merecem destaque especial) que deram bem mais que o seu tempo em prol da SE, e que se tornaram grandes amigas: Camila, Adriana, Amanda, Júlia e Aninha. Espero que todo o trabalho que tiveram comece a render bons frutos logo.

rafs