Muito tempo se passou desde a última vez que escrevi para esse blog. A maldita folha em branco me assombrou por um tempo, mas finalmente consegui um tema sobre o qual posso dissertar. Esporte, claro; aliás, foi escrevendo sobre esportes que esse blog foi concebido.
Há algum tempo o Fantástico (programa que só vejo para ver os gols da rodada de domingo) vem exibindo uma espécie de documentário sobre as participações de Brasileiros notáveis em Pan-Americanos. Pois bem, um belo dia (noite, para ser mais preciso) um desses quadros foi exibido logo após os gols da rodada, e falava sobre a estupenda medalha de ouro conquistada pela nossa saudosa (sim, saudosa, porque a seleção de hoje é uma desgraça...) Seleção Brasileira, liderada pelo Mão Santa, Oscar Schmidt. O Brasil venceu a poderosíssima seleção norte-americana, e conquistou o título nessa modalidade nos Jogos de Indianápolis em 1987. Feito inédito, pois nenhuma seleção jamais havia vencido o Dream Team. Só para constar, outro grande nome do time Brazuca foi o Marcel. A cena mais marcante foi quando o Oscar, com a redinha da cesta no pescoço, chorava de emoção. Esse é um dos momentos que me arrepiam e enchem de emoção.
Após uma seqüência de exibições de gala, Oscar recebeu inúmeros convites para jogar na NBA, o que poderia torná-lo, com toda justiça, o primeiro jogador Brasileiro a jogar na mais importante liga de Basquete do mundo.
Porém, o nosso maior ídolo nesse esporte, e um dos maiores ídolos no esporte em geral, recusou todos esses convites, por um simples motivo: se fosse jogar na NBA, não poderia defender a Seleção Brasileira. Patriotismo puro!
Hoje vemos alguns jogadores brasileiros jogando na NBA, com destaque para Nenê Hilário, que foi o pioneiro, jogando pelo Denver Nuggets, e Leandrinho Barbosa, que vem se destacando pelo Phoenix Suns. Hoje em dia, não existe mais o impedimento de que os jogadores não possam defender a seleção de seu país. Mas mesmo assim, eles preferem abrir mão desse direito (dever, na verdade!) para não prejudicarem seu desempenho na liga norte-americana. Se não estou enganado, alguns até jogam pela seleção, mas seu desempenho não chega aos pés do que fazem na NBA.
Acho isso, antes de mais nada, um desrespeito com a pátria na qual nasceram. Imaginem se o Oscar tivesse largado isso e tivesse ido jogar nos EUA. O basquete no Brasil não seria nada! Não sei se a Hortência e a Magic Paula (falar de Basquete Nacional sem falar delas duas não dá, né?) conseguiriam levantar essa bandeira sozinhas.
Escrevo, portanto, para demonstrar minha indignação com o descaso que a Seleção Brasileira de Basquete vem sofrendo por parte dos atletas Brasileiros que jogam no exterior. Espero que os outros esportes não sigam por esse caminho, pois cada vez mais nossos craques abandonam as terras Tupiniquins para ganhar a vida em outras nações.
Que a grande final da Superliga Feminina de Vôlei sirva de exemplo: a grande maioria das jogadoras que disputaram a final entre Rio e Osasco formam a Seleção Brasileira, uma das melhores do mundo!
by rafs
Muito bom.
ResponderExcluirOscar, Magic Paula e Hortência são três dos poucos ídolos que temos fora do futebol e do vôlei. Classe seleta de mitos, que inclui também Ayrton Senna, Nelson Piquet, Emerson Fittipaldi, Maria Esther Bueno, Gustavo Kuerten, Robert Scheidt, João do Pulo, e Adhemar Ferreira da Silva.