A grande novidade do futebol mundial nos últimos anos é o árbitro de vídeo - ou VAR, como é conhecido globalmente, sigla de Video Assistant Referee. A ideia de utilizar a tecnologia para resolver dúvidas de arbitragem é antiga, e a FIFA apresentava enorme resistência. No entanto, enfim cedeu e desde 2018 a ferramenta tem sido utilizada nos mais diversos torneios, em todos os continentes.
Porém, se engana quem pensa que as polêmicas diminuíram com o VAR - pelo contrário, o número de controvérsias e reclamações, curiosamente, aumentou. No Brasil, a ferramenta já ocasionou até alguns pedidos de anulação de partidas, por parte de clubes que alegam que a ferramenta está sendo utilizada de maneira equivocada.
O chefe da comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Leonardo Gaciba, chegou a declarar que "a tecnologia do VAR é 100% precisa". Neste post, demonstraremos matematicamente que ele está errado: em pelo menos um tipo de lance, o VAR não é preciso o suficiente e está sendo mal utilizado.
Estamos falando dos impedimentos. Naturalmente, como eles são as jogadas de mais difícil marcação no futebol, as equipes de arbitragem têm usado e abusado do VAR para obter um diagnóstico em tese preciso. Os especialistas até já criaram um termo para designar os impedimentos mais difíceis: seriam lances "ajustados".
Nesta quinta-feira 17, na partida entre Fluminense e Athletico Paranaense, no Maracanã, dois gols, um de cada time, foram anulados pelo VAR, que enxergou impedimentos "ajustados" nas duas jogadas. A ferramenta não fornece a distância que decreta ou não o impedimento: apenas desenha duas linhas na imagem e dá o diagnóstico. Em ambos os casos, o VAR considerou que o atacante estava "um pouco" à frente do penúltimo defensor e decretou o impedimento.
Jogada "ajustada": o VAR enxergou impedimento. É possível?
A imagem oficial do VAR, que decretou o impedimento no gol do Fluminense.
Como qualquer sistema de engenharia, a tecnologia do VAR tem um limite. Qual seria a precisão dessa análise de impedimento? Qual seria a margem de erro? A ferramenta enxerga impedimentos de dez centímetros? Impedimentos de um centímetro? Impedimentos de um milímetro? Impedimentos de um nanômetro? Esta informação nunca foi divulgada e não está disponível no documento oficial da CBF sobre o assunto. Saberemos abaixo por quê.
A primeira limitação do VAR está no processo de captação das imagens. Embora nossos olhos percebam o vídeo como uma sequência contínua, ele na verdade é composto por um número finito de frames. O número exato de frames captados pelas câmeras é outro dado não divulgado. Para nossas contas, consideraremos, de maneira exagerada, 60 frames por segundo (para efeito de comparação, a maioria das obras cinematográficas atuais utiliza menos da metade disso, 24 frames por segundo).
Num lance de impedimento, o operador do VAR precisa separar dois frames consecutivos, um antes do passe, outro depois do passe. A 60 frames por segundo, a distância temporal entre dois frames consecutivos é de 16,7 milissegundos. Isto significa que a imagem só é captada a cada 16,7 milissegundos, e o que acontece nesse intervalo simplesmente não é captado pelo VAR (lembrando que o intervalo provavelmente é ainda maior, devido à taxa de frames utilizada).
Quando a taxa de frames por segundo é igual à frequência da rotação da hélice de um helicóptero,
o vídeo não capta o que acontece entre um frame e outro e as pás da hélice parecem imóveis.
Mas o que acontece durante 16,7 milissegundos? É pouco tempo, mas o futebol é um jogo dinâmico. Um futebolista considerado rápido consegue alcançar a velocidade de 32 quilômetros por hora (alguns são mais rápidos). Se o atacante estiver indo no sentido do gol e o defensor no sentido oposto, ambos a 25 quilômetros por hora, a velocidade com a qual os atletas se distanciam é de 50 quilômetros por hora. Isto significa que, em 16,7 milissegundos, os atletas se distanciaram 23,2 centímetros.
A conclusão? Ainda que o VAR esteja captando as imagens do jogo a 60 frames por segundo, é fisicamente impossível detectar impedimentos menores que 23,2 centímetros. E isto numa estimativa bastante conservadora! Muito provavelmente, a taxa de frames é menor. Além disso, os atletas podem se distanciar a uma velocidade ainda superior aos 50 quilômetros por hora que utilizei como exemplo. Se a captação for de 24 frames por segundo e os atletas se distanciarem a 60 quilômetros por hora, o limite subirá para 69,4 centímetros (mais de meio metro!).
E tem mais: a taxa de frames por segundo não é a única limitação do sistema! A resolução da imagem, por exemplo, também afeta a precisão do cálculo. A interferência humana no processo, para determinar o instante exato do passe e as posições dos quatro atletas envolvidos, é outra fonte potencial de erro.
Portanto, especialistas: joguem o neologismo dos lances "ajustados" no lixo. Os "impedimentos milimétricos", por definição, não podem ser captados pela tecnologia do VAR, ainda que ela melhore por duas ordens de grandeza.
A conclusão é que o protocolo de uso do VAR nos impedimentos precisa mudar. Primeiro, as entidades que comandam o futebol deveriam mostrar, de forma clara e inequívoca, qual é a precisão do sistema. Segundo, o VAR precisa explicitar, em cada lance, qual é a distância que determinou ou não o impedimento, com a devida margem de erro. Distâncias menores que a precisão do sistema simplesmente não podem determinar uma decisão da arbitragem.
Ao analisar o vídeo do helicóptero acima, o VAR chegaria à brilhante conclusão de que as pás da hélice estão imóveis em pleno voo. Vamos mesmo continuar definindo jogos e campeonatos com um sistema cego assim?
Futebol tem regras ridículas e o IMPEDIMENTO é a maior delas. Bastaria uma mudança simples e nunca mais haveria discussão a respeito: O IMPEDIMENTO só seria consumado se o atleta que faz o Gol ou o que está atacando, estivesse 100% a frente do defensor, havendo uma pequena intercessão entre os jogadores, não haveria o Off Side, mais simples impossível.
Bom, na verdade a regra JÁ É assim. Quando há interseção entre os atletas, chamamos de "mesma linha". As interpretações é que estão pra lá de equivocadas.
PC, está equivocado, a regra atual não é como Caíque sugere. O que ele disse é: se um atacante está com, por ex, o tronco a frente do penúltimo defensor porém com o pé "na mesma linha" deste mesmo defensor, hoje é considerado impedimento. A sugestão do Caíque mudaria isso e eu tb acho que seria uma mudança interessante.
Apesar de não ter visto nenhuma estatística a respeito, creio que o número de erros diminuiu. O que acontece é que antigamente reclamávamos dos erros absurdos e agora reclamamos dos milimétricos.
Excelente! Muito bem redigida e fundamentada. Entretanto, mais uma avacalhada nas coisas, estarrecedor como criamos as distorções para benefício de alguns... Em tudo.
Interessante o seu ponto de vista, mas por que você não citou o impedimento do Athletico Paranaense neste mesmo jogo que também era milimétrico???? O vencedor seria o mesmo sendo por 3 a 2 ou 2 a 1. Aguardo esclarecimentos, até mais.
Há que se mudar também os protocolos da FIFA. Juízes em campo não podem ser reféns do VAR.O jogo não pode perder a dinâmica: o que é marcado em campo têm que valer. Que se dê, por ex, ao técnico ou ao capitão do time, questionar 4 a 6 lances por jogo, desafio similar ao que já existe no vôlei. Lances objetivos como bola fora, bola passando a linha do gol, máximo de 6" pro goleiro repor a bola...isso deveria ser definido pelo VAR sem discussão. Abs
...E sobre a lei do impedimento, seu post é muito bom mesmo, "matador". Ainda sobre a FIFA, os critérios de mão na bola (de atacantes e defensores) desconsidera a anatomia humana (é como se os atletas não pudessem mais ter mãos) - mas isto é outro assunto. Abs
SOB A ATUAÇÃO DOLOSA DESSE ÁRBITRO RONCO, INDESEJÁVEL, AO PABLO ZAGUEIRO TER POUPADO EXPULSÃO NA FALTA FRONTAL E NOVA CHANCE, QUEM SABE, ALI E DESDE OUTROS PRÉLIOS A PREJUDICAR - NOS, ASSIM COMO O MARCÃO, TAPA BURACO DESSA URGENTE E AGONIZANTE SITUAÇÃO A QUE OS ADORADORES E UM TAL DINIZ NOS HAJAM LEGADO, SOFRAMOS, A MEDIDA EXATA DO LENTO, SONOLENTO, VAGAROSO E DESATENTO, GANSO, DESASTROSO, SEM CONTUDO ABDIQUEMOS TER EM MENTE VER UMA CHANCE DE TABELA FORTUITA CASO GRAVATINHA RETORNE COM SUA MÍSTICA E A METAFÍSICA ASSOMBROSA DA REALIDADE MAIS QUE SURPREENDENTE, REDENTORA. AMÉM!..
Grande Paulo, seu artigo é tão bom que li três vezes, para aproveitar ao máximo sua preciosa aula. Mas há um detalhe que eu queria discutir: os dois exemplos de velocidade relativa dos jogadores adversários. Se bem entendi, ambos são de mesma direção e sentidos opostos, mas o primeiro é de movimento convergente (para disputa da bola) e o segundo, divergente (se afastando). Creio que você usou esses exemplos porque são bem didáticos, para explicar a velocidade relativa. Entendo e faria a mesma coisa. Só que, salvo engano, não me parece serem essas as situações mais comuns em lances de impedimento. Na minha opinião, o mais comum é os jogadores envolvidos correrem no mesmo sentido (da linha de fundo), em direções paralelas ou concorrentes. Ou o zagueiro estar parado, ou em baixa velocidade. Penso também nos lances de bola parada. Em cujas cobranças os jogadores costumam partir da velocidade zero, portanto não atingem altas velocidades no momento crítico da dúvida quanto ao impedimento. Isso não significa que eu ache que as hipóteses aventadas não ocorrem. Claro que sim. A primeira, p.ex., no caso de um lançamento em que o zagueiro que dava condição ao atacante tenta interceptá-lo ou fazê-lo ficar impedido. A segunda, p.ex., quando o atacante que estava na banheira tenta sair dela enquanto outros jogadores avançam para a linha de fundo. Enfim, o futebol nesse ponto é como o xadrez, apresenta grande variedade de possibilidades. (Peraí, matematicamente, o xadrez tem mais, rs.) Então, é caro que não vejo nisso nenhum demérito na sua explanação, que é excelente. Mas talvez tenhamos que relativizar os exemplos citados, para dizer que são mais "radicais" (e, na mesma medida, excepcionais) justamente para auxiliar na explicação. De resto, na minha opinião, independentemente desse "lapso cego" entre os frames, que você muito bem descreveu, o problema é que o VAR não tem precisão na identificação do momento exato em que o passe é feito, até porque as câmeras não têm condições ópticas (ângulo de visão e zoom) de captar em que milissegundo a bola desencosta um nanômetro da chuteira. No mínimo, seria necessário um sensor na bola, sincronizado com o VAR, com todos os problemas que você bem descreveu. Ainda que tudo isso fosse "corrigido", eu me perguntaria: é isso ainda o futebol? Um jogo medido em milissegundos e nanômetros? Acho que não. Como você bem disse em resposta a outro comentário, toda essa precisão microscópica só serve mesmo para o jogo chegar ao resultado combinado. Abraço e parabéns pelo belo artigo!
PS: estive pensando aqui nas dificuldades técnicas de um sensor na bola. Ele teria que distinguir o contato do solo em relação ao contato de qualquer parte do corpo do jogador (se fosse só da chuteira, ainda dava para imaginar alguma solução, embora cara). Inviável.
O problema também fica de acordo com o caráter do juiz. Vide o Rafael Klaus que deu pênalti no Barcellos contra o galo e no jogo do mesmo galo contra o Atlético goianiense, não marcou um no mesmo tipo de jogada e muito mais absurdo. Mesma jogada, critérios diferentes.
A questão do impedimento é um pouco complexa e tem muito beneficiado mais o Flamengo que outros clubes ! Sobre o ajuste do impedimento, concordo com o cara que o corpo deveria está todo a frente e copiando uma opinião de outra pessoa que eu li, deveria por 20 ou 30 centímetros ou 40 depois que o jogador tivesse a frente, assim seria mais fácil traçar essa linha de impedimento e deveria ser analisada todo o corpo do jogador defensivo até mãos e tudo para a posição do jogador que vai ao ataque.
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Futebol tem regras ridículas e o IMPEDIMENTO é a maior delas. Bastaria uma mudança simples e nunca mais haveria discussão a respeito: O IMPEDIMENTO só seria consumado se o atleta que faz o Gol ou o que está atacando, estivesse 100% a frente do defensor, havendo uma pequena intercessão entre os jogadores, não haveria o Off Side, mais simples impossível.
ResponderExcluirBom, na verdade a regra JÁ É assim. Quando há interseção entre os atletas, chamamos de "mesma linha". As interpretações é que estão pra lá de equivocadas.
ExcluirPC, está equivocado, a regra atual não é como Caíque sugere. O que ele disse é: se um atacante está com, por ex, o tronco a frente do penúltimo defensor porém com o pé "na mesma linha" deste mesmo defensor, hoje é considerado impedimento. A sugestão do Caíque mudaria isso e eu tb acho que seria uma mudança interessante.
ExcluirApesar de não ter visto nenhuma estatística a respeito, creio que o número de erros diminuiu. O que acontece é que antigamente reclamávamos dos erros absurdos e agora reclamamos dos milimétricos.
ExcluirExcelente! Muito bem redigida e fundamentada. Entretanto, mais uma avacalhada nas coisas, estarrecedor como criamos as distorções para benefício de alguns... Em tudo.
ResponderExcluirEsse é um ponto importante. Os impedimentos "milimétricos" têm sido utilizados para escolher vencedores de jogos...
ExcluirInteressante o seu ponto de vista, mas por que você não citou o impedimento do Athletico Paranaense neste mesmo jogo que também era milimétrico???? O vencedor seria o mesmo sendo por 3 a 2 ou 2 a 1. Aguardo esclarecimentos, até mais.
ResponderExcluirMas eu citei o impedimento do Athletico!!! 🤷♂️
ExcluirÉ cada maluco que me aparece. 😂
ExcluirO cara é torcedor do framengo ele não leu que vc mencionou os dois lance. Kkkkkk
ExcluirÉ mulambo. Kkkk
ResponderExcluirHá que se mudar também os protocolos da FIFA. Juízes em campo não podem ser reféns do VAR.O jogo não pode perder a dinâmica: o que é marcado em campo têm que valer. Que se dê, por ex, ao técnico ou ao capitão do time, questionar 4 a 6 lances por jogo, desafio similar ao que já existe no vôlei. Lances objetivos como bola fora, bola passando a linha do gol, máximo de 6" pro goleiro repor a bola...isso deveria ser definido pelo VAR sem discussão. Abs
ResponderExcluir...E sobre a lei do impedimento, seu post é muito bom mesmo, "matador". Ainda sobre a FIFA, os critérios de mão na bola (de atacantes e defensores) desconsidera a anatomia humana (é como se os atletas não pudessem mais ter mãos) - mas isto é outro assunto. Abs
ResponderExcluirSOB A ATUAÇÃO DOLOSA DESSE ÁRBITRO RONCO, INDESEJÁVEL, AO PABLO ZAGUEIRO TER POUPADO EXPULSÃO NA FALTA FRONTAL E NOVA CHANCE, QUEM SABE, ALI E DESDE OUTROS PRÉLIOS A PREJUDICAR - NOS, ASSIM COMO O MARCÃO, TAPA BURACO DESSA URGENTE E AGONIZANTE SITUAÇÃO A QUE OS ADORADORES E UM TAL DINIZ NOS HAJAM LEGADO, SOFRAMOS, A MEDIDA EXATA DO LENTO, SONOLENTO, VAGAROSO E DESATENTO, GANSO, DESASTROSO, SEM CONTUDO ABDIQUEMOS TER EM MENTE VER UMA CHANCE DE TABELA FORTUITA CASO GRAVATINHA RETORNE COM SUA MÍSTICA E A METAFÍSICA ASSOMBROSA DA REALIDADE MAIS QUE SURPREENDENTE, REDENTORA. AMÉM!..
ResponderExcluirÉ o pênalti p Flamengo?
ExcluirPra mim nesses casos seria mesma linha.
ResponderExcluirPois até o momento q a bola é tocada é impossível marcar o momento exato.
Sim, esses casos que estão chamando de "ajustados" são mesmo lances de mesma linha.
ExcluirExcelente texto e concordo plenamente.
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTive de apagar👆 porque faltou um detalhe mas não consegui editar. Segue abaixo a versão editada.
ExcluirGrande Paulo, seu artigo é tão bom que li três vezes, para aproveitar ao máximo sua preciosa aula. Mas há um detalhe que eu queria discutir: os dois exemplos de velocidade relativa dos jogadores adversários. Se bem entendi, ambos são de mesma direção e sentidos opostos, mas o primeiro é de movimento convergente (para disputa da bola) e o segundo, divergente (se afastando).
ResponderExcluirCreio que você usou esses exemplos porque são bem didáticos, para explicar a velocidade relativa. Entendo e faria a mesma coisa. Só que, salvo engano, não me parece serem essas as situações mais comuns em lances de impedimento.
Na minha opinião, o mais comum é os jogadores envolvidos correrem no mesmo sentido (da linha de fundo), em direções paralelas ou concorrentes. Ou o zagueiro estar parado, ou em baixa velocidade.
Penso também nos lances de bola parada. Em cujas cobranças os jogadores costumam partir da velocidade zero, portanto não atingem altas velocidades no momento crítico da dúvida quanto ao impedimento.
Isso não significa que eu ache que as hipóteses aventadas não ocorrem. Claro que sim. A primeira, p.ex., no caso de um lançamento em que o zagueiro que dava condição ao atacante tenta interceptá-lo ou fazê-lo ficar impedido. A segunda, p.ex., quando o atacante que estava na banheira tenta sair dela enquanto outros jogadores avançam para a linha de fundo. Enfim, o futebol nesse ponto é como o xadrez, apresenta grande variedade de possibilidades. (Peraí, matematicamente, o xadrez tem mais, rs.)
Então, é caro que não vejo nisso nenhum demérito na sua explanação, que é excelente. Mas talvez tenhamos que relativizar os exemplos citados, para dizer que são mais "radicais" (e, na mesma medida, excepcionais) justamente para auxiliar na explicação.
De resto, na minha opinião, independentemente desse "lapso cego" entre os frames, que você muito bem descreveu, o problema é que o VAR não tem precisão na identificação do momento exato em que o passe é feito, até porque as câmeras não têm condições ópticas (ângulo de visão e zoom) de captar em que milissegundo a bola desencosta um nanômetro da chuteira. No mínimo, seria necessário um sensor na bola, sincronizado com o VAR, com todos os problemas que você bem descreveu.
Ainda que tudo isso fosse "corrigido", eu me perguntaria: é isso ainda o futebol? Um jogo medido em milissegundos e nanômetros?
Acho que não. Como você bem disse em resposta a outro comentário, toda essa precisão microscópica só serve mesmo para o jogo chegar ao resultado combinado.
Abraço e parabéns pelo belo artigo!
PS: estive pensando aqui nas dificuldades técnicas de um sensor na bola. Ele teria que distinguir o contato do solo em relação ao contato de qualquer parte do corpo do jogador (se fosse só da chuteira, ainda dava para imaginar alguma solução, embora cara). Inviável.
ExcluirO problema também fica de acordo com o caráter do juiz. Vide o Rafael Klaus que deu pênalti no Barcellos contra o galo e no jogo do mesmo galo contra o Atlético goianiense, não marcou um no mesmo tipo de jogada e muito mais absurdo. Mesma jogada, critérios diferentes.
ResponderExcluirA questão do impedimento é um pouco complexa e tem muito beneficiado mais o Flamengo que outros clubes ! Sobre o ajuste do impedimento, concordo com o cara que o corpo deveria está todo a frente e copiando uma opinião de outra pessoa que eu li, deveria por 20 ou 30 centímetros ou 40 depois que o jogador tivesse a frente, assim seria mais fácil traçar essa linha de impedimento e deveria ser analisada todo o corpo do jogador defensivo até mãos e tudo para a posição do jogador que vai ao ataque.
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