A Copa Libertadores da América terá muitas novidades, já na edição do ano que vem. As mudanças se iniciam pelo calendário: a competição passará a acontecer durante o ano todo, começando em fevereiro e terminando em novembro. O número de participantes também aumentará, de 38 para 42 clubes. O número de clubes por país ainda não está definido, mas se especula que o Brasil terá uma vaga a mais (atualmente, o país tem 5 participantes - ou 6, quando conta com o campeão do ano anterior). A Copa Sul-Americana também terá mudanças: acontecerá entre junho e dezembro, e receberá 10 clubes eliminados na fase de grupos da Copa Libertadores, seguindo os moldes do que ocorre na Europa, onde eliminados da Liga dos Campeões seguem para a Liga Europa.
Outra mudança anunciada é a realização da final da competição em campo neutro. Atualmente, a decisão da Copa Libertadores acontece em ida e volta, com um mando de campo para cada finalista. A partir de 2017, a final será em jogo único, em campo neutro. Na Europa, as decisões continentais sempre foram realizadas nesse formato de jogo único em campo neutro. Na América do Sul, já ocorreram finais em campo neutro, mas somente quando o regulamento previa um jogo-desempate. O Flamengo, por exemplo, foi campeão da Copa Libertadores de 1981 em Montevideo, após vencer o primeiro jogo no Rio de Janeiro e perder a partida de volta em Santiago, contra o Cobreloa.
"Depois de uma análise criteriosa das necessidades e características próprias do futebol sul-americano, decidimos adotar o calendário anual para a Copa Libertadores. Durante muito tempo, os clubes tiveram que escolher entre o campeonato local e os torneios continentais, e isso afeta a qualidade de ambas as competições. Essa mudança nos permitirá melhorar o desempenho esportivo nos torneios nacionais, proteger os jogadores e, além disso, potencializar a qualidade de jogo das copas continentais" – explicou o economista paraguaio Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, em comunicado.
Os números de participantes por país serão divulgados daqui a algumas semanas. Este blog especula que a nova distribuição de vagas da Copa Libertadores será assim:
- 6 vagas cativas para Brasil e Argentina (totalizando 12 vagas desses 2 países);
- 3 vagas cativas para Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela e México (totalizando 27 vagas desses 9 países).
- 2 vagas para campeão e vice da Copa Libertadores do ano anterior e 1 vaga para o campeão da Copa Sul-Americana do ano anterior.
Particularmente, não gosto da presença dos convidados mexicanos (os flamenguistas, então, odeiam). Porém, a princípio, eles serão mantidos na competição sul-americana.
(hahahaha!)
Sobre a decisão em jogo único em campo neutro, tem pontos positivos e pontos negativos. De fato, o resultado será mais justo, diminuindo a influência da altitude, por exemplo (a LDU Quito jamais teria conseguido vencer o Fluminense na final de 2008, se não pudesse utilizar os 2.800 metros de altitude a seu favor). Entretanto, vivemos em um continente com infra-estrutura de transporte precária, o que dificultará enormemente o deslocamento das torcidas envolvidas na decisão.
As mudanças que eu realmente queria ver não estão em pauta: a extinção da estúpida regra do gol fora de casa, e a substituição das cruéis disputas de pênalti por prorrogações sucessivas. Enquanto essas regras de desempate à-la-cara-ou-coroa permanecerem, os torneios do nosso futebol continuarão privilegiando a sorte em detrimento da técnica e do talento.
Outro ponto que me preocupa é a reação da CBF a essas mudanças da Conmebol. Justo agora que a Copa do Brasil melhorou, com a presença de todos os clubes grandes do país... Convenhamos, de dirigentes que criam fórmulas mirabolantes como a classificação de times eliminados para uma competição internacional, se espera qualquer coisa, menos bom senso...
PCFilho
Agora q esse calendario ficara mais pesado ainda, acho q ano q vem vai ter jogador morrendo em campo, Brasileiro sera jpgado em paralelo a Libertadores e complicado nem se se preferiria jogar a liberta nesse formato q M...
ResponderExcluirBom, todo ano tem exatamente 365 dias (e os bissextos 366). O calendário é totalmente previsível. Independentemente dos meses escolhidos para cada competição, é possível acomodar todos os torneios. É só questão de organização.
ExcluirNa Europa, as fases finais dos campeonatos nacionais todos e das copas continentais também coincidem (geralmente em maio ou junho). Repito, é só questão de organização.
Ai q está Organização, palavra dificil se tratando de Futebol Brasileiro meu amigo. Sera´q eles se empenharão nisso? Tenho cá minhas ?????????????
ExcluirUma coisa que ajudaria bastante seria a diminuição da quantidade de datas dos Estaduais...
ExcluirDe repente, a vaidade dos dirigentes em querer mostrar novas ideias. Mas o curioso é que só no final do ano para ser campeão de algo importante (fora o estadual). Concordas?
ResponderExcluirSim. E isso faz bastante sentido: os campeões sendo coroados no fim da temporada. :)
ExcluirÉ PC, lembra daquela reunião que tivemos no Leme acerca do calendario? kkkkk sensacional! Graças a Deus a Conmebol tomou vergonha na cara! Agora só falta o brasileiro ser disputado durante o ano inteiro tambem.
ResponderExcluirE sobre o gol fora de casa, discordo! Essa regra foi criada para diminuir a chance de decidir os confrontos em disputas de penalti e tornar os finais dos jogos eliminatórios mais emocionantes. É injusto para o time perdedor? Sim. Mas ao longo dos anos, seu time será beneficiado em algumas vezes e será prejudicado em outras! Sem contar que, quando não existe essa regra, e o total agregado está empatado, os times ficam levando o jogo em 'banho maria' pra decidir nos penaltis.
Bruno, TUDO que nós desenhamos naquela reunião no Leme está acontecendo, aos poucos. A Copa do Brasil passou a contar com os clubes grandes, a Copa Libertadores passará a ocorrer durante o ano todo, e até a FIFA já estuda um Mundial de Clubes com mais participantes. SENSACIONAL!!
ExcluirSobre o gol fora de casa, repare que eu defendo a extinção dessa regra, MAS TAMBÉM a extinção da disputa de pênaltis! Com os empates sendo resolvidos em prorrogações sucessivas, os times não mais levariam o jogo em "banho-maria", afinal a única maneira de vencer seria fazer um gol.
O método que penso é a solução adotada no basquete: tempos extras de 10 ou 15 minutos de duração, até sair um vencedor. Nos primórdios do futebol, essa regra chegou a ser adotada! O terceiro Campeonato Sul-Americano (atual Copa América), disputado em 1919, no nosso Estádio de Laranjeiras, foi decidido em uma final épica entre as seleções de Brasil e Uruguai. Com o 0 a 0 no tempo normal, o jogo foi para a prorrogação, que durou 30 minutos, e terminou ainda com o placar zerado. Assim, a partida foi para a segunda prorrogação. Logo aos 3 minutos, Friedenreich abriu o placar para a Seleção Brasileira. Nos 27 minutos seguintes, o escrete conseguiu segurar o placar, e após 150 minutos de futebol, a Seleção Brasileira conquistou o primeiro título sul-americano de sua história! E jogando bola! Sem essa maluquice de decidir chutando bolas da marca do pênalti! :)
Sucessivas prorrogações, não sei se daria certo. Flu venceu vários e perdeu justo pra LDU, mas no grupo empatou com eles lá. Demos muito mole e depois de novo na Sul-Americana. Isso de jogo único em campo neutro é difícil, não é igual na Europa, eu não acho que estamos preparados. Me agrada o fato de eliminar ir pra Sul-Americana. Vamos ver como vai ficar a Copa do Brasil agora e as vagas do Brasileiro. CBF tinha que voltar com as vagas diretas da Sul-Americana.
ResponderExcluirEsse critério atual de classificar os eliminados da Copa do Brasil para a Copa Sul-Americana é um dos regulamentos mais inacreditáveis da história...
ExcluirAs sucessivas prorrogações seriam um sucesso, tenho certeza: seriam emoção pura, e muito mais justas que os desempates atuais ("gols fora" e disputa de pênaltis).
ExcluirDificilmente haveria mais do que 2 ou 3 prorrogações de 15 minutos, porque nenhum dos times ficaria retrancado, já que a única maneira de vencer seria fazer um gol. O gol sairia eventualmente.
Essa proposta só desagradaria às redes de televisão, que acham que suas grades de programação são mais sagradas que o Santo Graal...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir