O Barcelona venceu o Mundial de Clubes de 2009, nos Emirados Árabes Unidos. O clube espanhol repetiria a conquista nas temporadas de 2011 e 2015. |
O monótono Mundial de Clubes da FIFA, torneio disputado pela primeira vez em 2000 e depois anualmente desde 2005, pode ganhar uma cara nova nos próximos anos. Nos últimos dias, surgiram rumores de que a FIFA estaria estudando a ampliação da competição dos atuais 7 participantes para 16 ou 32, com a adoção de uma fórmula de disputa similar à da Copa do Mundo de seleções nacionais. O primeiro jornal a noticiar o fato foi o respeitado Frankfurter Allgemeine Zeitung, da Alemanha.
A expansão do torneio interclubes seria um desejo do atual presidente da entidade, o suíço Gianni Infantino, sucessor de Joseph Blatter no cargo máximo do futebol mundial. No caso de 16 participantes, estes seriam divididos em 4 chaves, e os classificados disputariam na sequência quartas-de-final, semifinais e final - um mínimo de 3 e um máximo de 6 partidas por equipe. No caso de 32 participantes, haveria 8 chaves, e posteriormente oitavas-de-final, quartas-de-final, semifinais e final - um mínimo de 3 e um máximo de 7 partidas por equipe. Os critérios de classificação ao Mundial e o número de vagas por continente ainda não estariam definidos, mas provavelmente seguiriam as proporções da Copa do Mundo de seleções nacionais.
A proposta já teria sido apresentada aos membros do Conselho da FIFA, tendo encontrado pouca oposição. Os dirigentes da FIFA temem que os maiores clubes do mundo se associem e, patrocinados por grandes multinacionais, criem uma "Super Liga Mundial", à revelia da própria entidade e da UEFA (a união das federações europeias). A recém-anunciada mudança no regulamento da Liga dos Campeões da Europa - beneficiando clubes das quatro principais ligas nacionais a partir de 2018 - já é provavelmente uma resposta a esse receio.
O maior empecilho para a ampliação do Mundial de Clubes será, naturalmente, o calendário, já que seriam necessárias quatro ou cinco datas extras para a acomodação da nova competição. Porém, Infantino acredita que o ajuste não é impossível, podendo ser viabilizado caso haja interesse por parte de clubes e federações.
A primeira competição internacional de clubes envolvendo equipes de continentes diferentes foi a Copa Rio, realizada no Brasil nos anos de 1951 e 1952. Ambas as edições contaram com quatro clubes sul-americanos e quatro clubes europeus, campeões nacionais ou líderes dos torneios na época dos convites. A Copa Rio é considerada por muitas fontes como sendo o primeiro campeonato mundial de clubes - incluindo a própria FIFA e este blog.
Entre 1960 e 2004, com algumas breves interrupções, foi disputada a Copa Intercontinental, sempre entre um clube sul-americano e um clube europeu, campeões ou vice-campeões da Copa Libertadores da América e da Copa dos Campeões Europeus. Os duelos são considerados como Mundiais de Clubes, principalmente na América do Sul, por grande parte da imprensa e dos torcedores.
Por volta da virada do século, a FIFA resolveu criar o seu Mundial de Clubes, competição oficial contando com participantes de todos os continentes do planeta. Já foram campeões o Corinthians (em 2000 e 2012), o São Paulo (em 2005), o Internacional (em 2006), o Milan (em 2007), o Manchester United (em 2008), o Barcelona (em 2009, 2011 e 2015), a Internazionale (em 2010), o Bayern München (em 2013) e o Real Madrid (em 2014).
O Mundial de Clubes de 2016, a ser disputado em Suita e Yokohama, no Japão, já tem quatro participantes definidos: o Atlético Nacional (da Colômbia), o Real Madrid (da Espanha), o América (do México) e o Auckland City (da Nova Zelândia). Completarão a lista dois clubes asiáticos e um africano.
PCFilho
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